Infecções puerperais Considera-se que uma mulher tem uma - TopicsExpress



          

Infecções puerperais Considera-se que uma mulher tem uma infecção puerperal se a sua temperatura for de 38ÞC ou mais (em dois momentos separados entre si de pelo menos 6 horas) depois das primeiras 24 horas após ter dado à luz, se não existir outra razão evidente, como uma bronquite. Mesmo durante as primeiras 12 horas depois do parto, uma temperatura de 38,3ÞC ou mais poderá ser um sinal de infecção, embora provavelmente não o seja. As infecções directamente relacionadas com o parto desenvolvem-se no útero, na zona que o rodeia ou na vagina. As infecções renais também podem surgir pouco depois do parto. Outras causas da febre, como os coágulos sanguíneos nas pernas ou uma infecção das mesmas, têm tendência a aparecer 4 dias ou mais depois do parto. Infecções do útero As infecções pós-parto costumam começar no útero. Uma infecção do saco amniótico (as membranas que contêm o feto e o líquido amniótico que o rodeia) e a presença de febre durante o parto podem acabar numa infecção do revestimento uterino (endometrite), do músculo uterino (miometrite) ou das áreas que rodeiam o útero (parametrite). Causas e sintomas Determinadas condições aumentam a vulnerabilidade da mulher à infecção e as bactérias normais que vivem na vagina podem provocar uma infecção após o parto. Estas condições são a anemia, a pré-eclampsia (hipertensão, proteínas na urina e acumulação de líquido durante a gravidez), repetidas inspecções vaginais, um atraso de mais de 6 horas entre a rotura das membranas e o parto, um parto prolongado, uma cesariana, a retenção de fragmentos da placenta dentro do útero depois do parto e uma grande hemorragia depois do parto (hemorragia pós-parto). São frequentes os calafrios, a cefaleia, a sensação de mal-estar geral e a perda de apetite. Geralmente, a mulher fica pálida, a sua frequência cardíaca acelera-se e no sangue verifica-se um número anormalmente elevado de leucócitos. O útero dilata-se, fica dorido e mole. É perceptível uma secreção procedente do útero, que pode variar em quantidade e que costuma cheirar mal. Quando os tecidos que rodeiam o útero se infectam, a dor e a febre são intensas; o edema dos tecidos mantém o útero doloroso, fixo no seu lugar. As complicações incluem inflamação do revestimento abdominal (peritonite) e coágulos de sangue nas veias da pélvis (tromboflebite pélvica), com o risco de um coágulo sanguíneo chegar ao pulmão (embolia pulmonar). As substâncias venenosas (toxinas) produzidas pelas bactérias que causam a infecção podem atingir níveis elevados na circulação sanguínea (endotoxemia), o que pode provocar um choque (choque séptico), uma doença que põe a vida em perigo e que é caracterizada por uma descida brusca da tensão arterial e por uma frequência cardíaca mais rápida que o normal. O choque pode provocar uma lesão renal grave e, inclusivamente, a morte. Diagnóstico e tratamento Para diagnosticar uma infecção, são examinados os pulmões da mulher, bem como o útero, e são enviadas amostras de urina e da secreção uterina para um laboratório, para que seja feita um exame bacteriológico cultural. O médico começa por prevenir qualquer problema que possa degenerar numa infecção e, se for possível, administra o tratamento adequado. O parto vaginal raramente provoca infecção, mas, quando esta se desenvolve, é administrado um antibiótico por via endovenosa durante 48 horas até que a febre passe. Infecção dos rins A infecção renal (pielonefrite) é provocada pela disseminação de bactérias procedentes da bexiga e pode aparecer depois do parto. Em determinados casos, surge uma infecção ao colocar uma sonda na bexiga para a esvaziar da urina acumulada durante e depois do parto. A infecção pode começar durante a gravidez sob a forma da presença de bactérias na urina, mas sem sintomas. Quando surgem sintomas, estes incluem muita febre, dor na parte inferior das costas ou nos flancos, uma sensação de mal-estar geral, prisão de ventre e, por vezes, dor ao urinar. Normalmente, é administrado um antibiótico por via endovenosa até que a febre passe durante 48 horas. As amostras de urina são examinadas para detectar bactérias e muda-se de antibiótico se as bactérias forem resistentes à acção deste. A mulher continua o tratamento com antibióticos por via oral durante 2 semanas depois de sair do hospital. Nestes casos, beber muitos líquidos ajuda a manter uma boa função renal. Entre 6 e 8 semanas depois do parto é examinada outra amostra de urina para confirmar a ausência de bactérias. Outras infecções pós-parto A febre que aparece entre os 4 e os 10 dias posteriores ao parto pode indicar a presença de um coágulo de sangue na perna (tromboflebite femoral), que se trata com calor, ligadura e elevação da perna. Se for preciso, são administrados fármacos anticoagulantes. A tuberculose latente pode ser reactivada depois do parto. Trata-se com antibióticos. A febre que aparece 10 dias ou mais depois do parto deve-se frequentemente à infecção de uma mama (mastite), embora a infecção da bexiga (cistite) neste período também seja frequente. As infecções da bexiga e da mama tratam-se com antibióticos. A mãe que tem uma infecção destas deverá continuar a dar de mamar, pois assim diminui o risco de se desenvolver um abcesso na mama. Os abcessos mamários são raros; tratam-se com antibióticos e, geralmente, são drenados cirurgicamente.
Posted on: Mon, 02 Sep 2013 04:22:03 +0000

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