Intermitências da vida Farrapos de luar dissipando as trevas, Intermitências da lua a bailar por entre as nuvens; Gotículas de chuva repousando sobre a erva, Como pérolas de orvalho a enfeitar a terra; Sonhos prorrompendo na noite adiantada, Encorpados em façanhas de ilusórias realidades; Passos ao de leve anunciando o sol que chega, Quando o dia se espreguiça ao colo da madrugada; Rio que se alarga, com ciúmes do mar, Onde, apressado, se derrama, na ânsia de chegar; Inveja que reclama o que não pode ter, E assim torna ácida e cruel a razão de alguém viver; Planalto que anseia medir-se com a montanha, Sem poder impedir que ela lhe faça sombra; Viagem sem regresso que vai acontecer, Na jornada da vida que um dia há-de acabar… A esse espelho me vejo eu E tu, se te não vês, ainda, não te revoltes, nem desanimes Pois, com tais situações acabarás por confrontar-te… Então, Com humildade e sem constrangimento, E algum sentido de humor, que bem preciso é, Descobrirás, no tempo do teu viver, Semelhantes alternâncias no teu ser. Mas não te irrites, porque a vida é mesmo assim; E é para todos, quem quer que seja!... António Poças
Posted on: Fri, 28 Jun 2013 17:41:30 +0000
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