MENSAGEM PARA A SEMANA NACIONAL DAS MIGRAÇÕES A análise da - TopicsExpress



          

MENSAGEM PARA A SEMANA NACIONAL DAS MIGRAÇÕES A análise da nossa história quotidiana, em determinados momentos, parece dizer-nos que recordamos fenómenos ultrapassados. Acontece, porém, que a vida nos testemunha que eles regressam com a mesma gravidade e com as mesmas exigências para a pastoral ordinária das comunidades católicas. Entre estes desafios, a migração ressurgiu com interpelações novas a que nunca nos poderemos alhear. São muitos os que partem sonhando com projetos duma vida digna que não encontram, na terra que os viu nascer, assim como começa a ter algum significado, particularmente no mundo universitário, o número daqueles que nos procuram e a quem devemos acolher e oferecer uma atenção cristã. Pertence, por isso, ou deve pertencer à pastoral ordinária das nossas comunidades a celebração duma Semana Nacional do Migrante e do Refugiado, assim como uma Peregrinação anual no Santuário de Fátima. Também este ano teremos a Peregrinação, a 13 de Agosto, e a Semana, a vivenciar como momento de reflexão e compromisso, de 11 a 18 de Agosto. Se a Migração, nas suas dimensões variadas, implica sempre um sentido de esperança, sabemo-nos comprometidos com o Ano da Fé e daí que ousemos propor como tema desta Semana e Peregrinação o tema que o Santo Padre Bento XVI escolheu: "Migrações: Peregrinação de Fé e de Esperança". Não é fácil encarar a mobilidade, tantas vezes forçada, como uma peregrinação, ou seja, saída com sentido não meramente material mas com intuitos duma integralidade humana. Se a esperança está presente em todas as iniciativas, a fé pode dar sentido e significado a tantas ausências ou sofrimentos. Nesta prioridade da fé, as comunidades de origem não podem fugir à responsabilidade duma fé que se mantém viva e coerente em todos os contextos e as comunidades de destino devem sentir-se obrigadas a ir ao encontro, não se limitando à atitude passiva de expetativa que apenas oferece palavras de alento e coragem a quem procura, mas procura criar verdadeiras comunidades de crentes, onde a corresponsabilidade laical evidencia uma doutrina do Concílio Vat. II verdadeiramente assimilada, que provoca encontros e gera a ternura e bondade do amor para que a fé nunca esmoreça e a esperança ganhe consistência. Ouso recordar as palavras do Papa Bento XVI na Encíclica Caritas in Veritate, que ele quis colocar na mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. "A Igreja inteira, em todo o seu ser e agir, quando anuncia, celebra e atua na caridade, tende a promover o desenvolvimento integral do homem" (n^ 11), referindo-me também aos milhões de homens e mulheres que, por diversas razões, vivem a experiência da emigração. Na verdade, os fluxos migratórios são "um fenómeno impressionante pela quantidade de pessoas envolvidas, pelas problemáticas sociais, económicas, políticas, culturais e religiosas que levanta, pelos desafios dramáticos que coloca à comunidade nacional e internacional" (n5 62) porque "todo o migrante é uma pessoa humana e, enquanto tal, possuí direitos fundamentais inalienáveis que hão-de ser respeitados por todos em qualquer situação. A vivência do Ano da Fé convida-nos a entrar na "Porta", para entrar na vida de comunhão com Deus e a partir desta experiência celebrar o encontro com todos, para que a Fé possa ser professada, celebrada, anunciada e vivida, seguindo caminhos novos de quem se sente em sintonia com o Papa Francisco, que não pretende uma Igreja instalada, mas que percorre todos os caminhos, incluindo os marcados pela periferia da dignidade humana. Com esta breve motivação teórica pretendemos motivar as nossas comunidades para que encarem esta Semana e esta peregrinação com espírito renovado, para que a Igreja se torne mais solícita e comprometida com o realismo das situações de quem se sente migrante ou refugiado. A renovação da atenção vai provocar uma renovação das nossas comunidades e das comunidades espalhadas pelo mundo, para que a língua comum una em ações concretas que garantam e promovam uma dignidade verdadeiramente humana, respondendo a todas as solicitações através dum "coração que vê" e não se esquecendo de proporcionar todos os meios necessários para que a abertura ao divino aconteça na vivência duma fé, aprofundando os conteúdos da mensagem que comunicamos, que gera esperança fundada em todas as situações e lugares. + Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana
Posted on: Sat, 10 Aug 2013 12:41:59 +0000

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