MORFOLOGIA DO CAVALO CRIOULO A raça Crioula tem orientado sua - TopicsExpress



          

MORFOLOGIA DO CAVALO CRIOULO A raça Crioula tem orientado sua seleção em busca do máximo rendimento funcional. Portanto, têm usado todas as modalidades de provas para adequar, cada vez mais, a morfologia às necessidades de alto desempenho funcional. É sob esse prisma que se analisam as facilidades e dificuldades decorrentes das virtudes e defeitos morfológicos: CABEÇA: Deve ser proporcional ao volume corporal, com inserção no pescoço limpa e forte. Se a cabeça for exagerada, carregada, surgem problemas de equilíbrio da frente, maior resistência à submissão, dificuldade de colocação correta quando usarmos qualquer tipo de embocadura e projeção para frente do centro de gravidade. Esses detalhes, na prática, produzirão, quando em movimento, dificuldades nos movimentos laterais rápidos, e na manutenção da correta posição quando se aproxima do cansaço físico, com risco maior de perda de submissão, além de paradas ineficientes quando em alta velocidade. Na nossa equitação, a submissão do animal ao ginete tem que ser uma constante. PESCOÇO: Precisa ser muito equilibrado em relação à cabeça e ao tórax. Deve, em termos de inserção, estar ligado à cabeça de maneira limpa e forte, representando sustentação e permitindo toda possibilidade de movimento. No outro extremo, deve estar rigorosamente apoiado sobre o peito, que caracteriza a frente leve. Com relação à posição e distribuição muscular, o bordo superior deverá ser ligeiramente arqueado (subconvexo) e o bordo inferior rigorosamente reto. Com isso, a frente do cavalo - que nada mais é que seu “leme” - estará apta a qualquer tipo de solicitação e terá facilidade de manter a posição correta com comodidade, o que tornará as respostas às solicitações eficientes e naturais. Se há imperfeições na posição, nas inserções, no volume e na distribuição muscular, há o chamado “pescoço pesado”, que traz problemas na submissão do cavalo pela dificuldade de movimentação da cabeça em termos de flexão, manutenção da posição correta da frente, de arrancar lateralmente com força sem deslocar-se, de manter posição correta em trajetos longos, incapacidade de fazer a frente subir ou “flutuar” brevemente nas esbarradas e paradas bruscas com inversão total tanto na linha de avanço quanto na retomada. Quando existe falta de proporcionalidade e equilíbrio na frente, haverá uma tendência de movimentos incômodos e sem estabilidade, em função da frente cravada (fixa) e deslocamento do posterior, quando o contrário é o ideal e o correto. CRUZES, DORSO E LOMBO: Estas três regiões, que compõem uma parte da linha superior, precisam ter o máximo de correção em relação a sua posição em termos de estrutura óssea, assim como revestimento muscular. Devem possibilitar a correta união ao pescoço e permitir uma união à garupa que dê continuidade e harmonia na linha superior. Esta região necessita sobremaneira de muita correção, pois suporta a pressão continua do arreio e o peso do ginete - que deverá estar colocado o mais próximo possível do centro de gravidade do cavalo - aumentando sua capacidade de resposta e facilidade de equilíbrio. A falta de correção nessa região traz problemas sérios e graves, pois limita a utilização do cavalo. Em relação à estrutura óssea e seu posicionamento, há situações de grande prejuízo como: cruzes excessivamente demarcadas, dorso baixo e região lombar alta, que farão o arreio apoiar-se em dois pontos, o que ocasionará pressão localizada nas cruzes e lombo, provocando incomodo para o cavalo, com possibilidade de assaduras, queimaduras e até lesões mais graves. Cruzes baixas, dorso e lombo retos também não são desejáveis. Sempre devemos ter em mente que o arreamento é comprido e algo pesado, portanto, cobre uma porção grande dessa região, havendo assim a necessidade de colocação correta. A preocupação é sempre com percursos longos e continuados como marcha, enduros, passeios e naturalmente campereadas de grandes extensões. Paralelo ao problema de estrutura óssea vem o relevo muscular que deve cobrir essa região, possibilitando o “forro”, a cobertura das estruturas duras da linha superior, como importância em termos de força na hora do exigido. Precisamos recordar o que significa, em matéria de exigência, um cavalo por muitas horas suportar a pressão do arreio apertado e mais o peso do ginete, que, na média é de 90 a 100 kg. Os cavalos corretos necessitam menos aperto. Temos a mesma preocupação com os cavalos incorretos de estrutura óssea como os cavalos desprovidos de relevo muscular na região, os cavalos chamados de lombo magros. Esses dois detalhes estão diretamente ligados à longevidade da utilização e representam a possibilidade de ocorrerem problemas traumáticos localizados e repetitivos. GARUPA: Deve estar perfeitamente unida à região lombar, representando também continuidade e harmonia à linha superior. Precisa estar bem posicionada, levemente inclinada, comprimento médio e com forte revestimento muscular, possibilitando uma boa descida da musculatura aos posteriores. Garupas curtas, mal unidas na região lombar, excessivamente inclinadas, posicionadas mais altas que o restante da linha superior mostram um posterior fragilizado, sem descida muscular aos posteriores e sem condições ideais de respostas a certos movimentos mais exigentes. A força muscular do posterior está diretamente ligada à impulsão, à velocidade de transmissão dos reflexos, sustentação e equilíbrio a movimentos rápidos que solicitem o posterior como base de sustentação e partida. PEITO, ENCONTROS, TÓRAX, VENTRE E FLANCO: Amplos e fortes, bem separados, com bom relevo muscular. As paletas devem ter inclinação média. Esses detalhes deverão ter continuidade em um tórax bem desenvolvido e proporcional com o ventre e o flanco. Este, por sua vez, deve ser cheio e perfeitamente unido ao posterior, proporcionando equilíbrio estrutural e harmonia do conjunto. São incômodos e sem estabilidade os cavalos “apertados de frente”, paletas em pé, sem inclinação, com avanço reduzido e pouco perímetro torácico. Essas características prejudicam a capacidade cardiorespiratória. APRUMOS: Os aprumos anteriores, além de proporcionarem movimento representam a sustentação, o equilíbrio e o descanso qualificado através do apoio correto. Os aprumos representam a continuidade das estruturas altas dos anteriores e posteriores, precisam ter correção nos dois sentidos: linha descendente de sustentação - que é visualizada de frente ou de trás com o animal parado e em movimento – e a linha digital, onde analisamos o grau de correção dos ângulos articulares através do continuísmo harmônico de todas as estruturas musculares, tenógenas, ósseas e córneas (cascos) - que deverá ser visualizada lateralmente com o animal parado e em movimento. Toda vez que há desvios de aprumos estarão comprometidos os movimentos num sentido amplo assim como a longevidade funcional. Há casos clássicos de aprumos defeituosos. Anteriores arqueados (convergentes), joelhos juntos (divergentes), quartelas para fora ou para dentro, que obrigam os animais a movimentos dispersivos, “balanceios”, batidas quando em velocidade, geram falta de progressão, falta de naturalidade no andar, com prejuízos à sustentação, visto que quando o aprumo é desviado o peso nunca é distribuído igualmente em toda superfície plantar do casco, havendo sempre sobrecarga interna e externa ou pressão nos talões e pinças. Todos esses detalhes são muito nocivos pois cobram dos tendões, ligamentos, músculos e ossos uma superação para possibilitar a execução dos movimentos, porque a impulsão é defeituosa e a recepção, embora de difícil percepção, acontece em dois tempos, não havendo a colocação imediata de toda base do casco no solo. Isso exige muito de todas as faces articulares dos ossos, fazendo com que apareçam derrames em função dos traumatismos. CASCOS: Os cascos são o ponto de contato do animal com o solo e têm, em termos de importância, alguns aspectos a serem observados: tamanho proporcional, inclinação da parede, coloração (preferencialmente pretos) e consistência. Através dos cascos temos as possibilidades de correção, desde que precocemente, de solucionar alguns problemas relativos aos desvios. Por tudo isso o casco deve ser extremamente bem manejado e somente por quem domina o assunto. Cascos não permitem erro; exigem respeito e conhecimento. Um trabalho longo e criterioso na preparação de um cavalo pode ser comprometido repentinamente por uma aparação defeituosa e exagerada, assim como um ferrageamento equivocado. PADRÃO DA RAÇA 1. Cabeça Perfil: sub-convexo, retilíneo, sub-Côncavo Comprimento: curta Ganacha: delineada, forte e moderadamente afastada Largura: Fronte: larga e bem desenvolvida – Chanfro: largo e curto Orelhas: afastadas, curtas, bem inseridas, com mobilidade Olhos: proeminência, vivacidade 2. Pescoço Inserções: Cabeça: limpa e resistente, - Tórax: rigorosamente apoiado no peito Bordo Superior: sub-convexo, crinas grossas e abundantes Bordo Inferior: retilíneo Largura: amplo: forte, musculoso Comprimento: mediano 3. Linha Superior Cernelha: destaque moderado, musculosa Dorso: mediano, musculoso, bem unido à cernelha e ao lombo Lombo: musculoso, unindo suavemente o dorso e a garupa Garupa: moderadamente larga e comprida, levemente inclinada proporcionando boa descida muscular para os posteriores Cola: com a inserção, dando uma perfeita continuidade à linha superior da garupa. Sabugo curto e grosso, com crinas grossas e abundantes. 4. Torax, Ventre e Flanco Peito: amplo, largo, profundo, encontros bem separados e musculosos Paletas: inclinação mediana, comprimento mediano, musculosas, caracterizando encontros bem separados Costelas: arqueadas e profundas Ventre: sub–convexo, com razoável volume, perfeitamente unido ao tórax e flanco Flanco: curto, cheio, unindo harmonicamente o ventre ao posterior 5. Membros Anteriores e Posteriores Braços e cotovelos: musculosos, braços inclinados, com cotovelos afastados do tórax Antebraços: musculosos, aprumados, afinando-se até o joelho Joelhos: fortes, nítidos, no eixo Canelas: curtas, com tendões fortes e definidos, aprumadas Boletos: secos, arredondados, fortes e nítidos, machinhos na parte posterior Quartelas: de comprimento médio, fortes, espessas, nítidas e medianamente inclinadas. Cascos: de volume proporcional ao corpo, duros, densos, sólidos, aprumados e medianamente inclinados. De preferência, pretos Quartos: musculosos, com nádegas profundas. Pernas moderadamente amplas e musculosas, interna e externamente Garrões: amplos, fortes, secos. Paralelos ao plano mediano do corpo, com ângulo anterior medianamente aberto.
Posted on: Sat, 21 Sep 2013 19:41:13 +0000

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