Medina lançou a bomba. Não foi o primeiro a dize-lo e deve - TopicsExpress



          

Medina lançou a bomba. Não foi o primeiro a dize-lo e deve estar surpreendido com o facto dessa evidência, desde que o financiamento fora cortado na zona euro, pelas suas palavras ter feito surtir uma onda de choque a nível nacional. No programa de Medina Carreira já outros haviam afirmado o mesmo. Se quisermos cumprir a constituição teremos de sair do euro. É óbvio que o euro não é compatível com a constituição. Por muitas razões mas uma delas porque infelizmente a constituição não tem inscritos objectivos de crescimento económico, mas de sustentabilidade económica, o que em sí é racional e plausível e teria implicado de forma jurídica que o endividamento externo do estado que não implicasse sustentabilidade económica para permitir os outros objectivos da constituição seria inconstitucional. A questão central não se prende apenas com o estado social, o direito à habitação, ao trabalho, á educação, apoio na velhice, mas com a democracia em si. Os direitos sociais a par com o estado de direito, dos direitos humanos, do monopólio da violência por autoridades eleitas são as bases das democracias, todas as tentativas anteriores de constituição de democracias a 1974-76 (início da vaga moderna de democratização) onde faltasse um destes elementos ou falhassem no percurso as democracias morreram. Medina coloca um pouco nas palavras o receio, antigo, do Estado e partidos usurparem o poder de emissão monetária para obter votos e distribuir recursos públicos nos compadrios e teias de corrupção. Esta ideia amplamente difundida pela Alemanha, com base nos seus pecados do passado, é colocada na boca de Medina como se isso fosse um processo óbvio ao recuperarmos a nossa soberania monetária. Tal aconteceu nos anos 80 é verdade com imposição do FMI, e oposição do BdP, mas o resultado foi crescimento económico imediato e constante, e sim houve compadrio. O paradoxo contudo demonstra-se quanto se analiza que compadrio e desenvolvimento de tantos sectores económicos dependentes de esquemas feudais com rendas e legislação de monopólio se tornaram dominantes e normalizados desde que aderimos ao euro. Um dos cavalos de tróia da UE afirmava-se no combate à corrupção. Ora vimos que nestes últimos 10 anos o euro fora o instrumento essencial (financiamento eterno) para a legalização e generalização de esquemas de corrupção legalizados.
Posted on: Wed, 11 Sep 2013 08:10:45 +0000

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