Medo de dirigir tem tratamento, alerta especialista Mulheres são - TopicsExpress



          

Medo de dirigir tem tratamento, alerta especialista Mulheres são as que mais enfrentam o problema. Traumas e traços da personalidade explicam dificuldade. O empresário Juarez Böes tem licença para dirigir desde 2003. Mas a CNH é utilizada somente como documento de identificação há oito anos. O medo de pegar o carro surgiu depois de um acidente: no mesmo ano em que tirou a carta, ele estava em um ônibus que caiu de um viaduto em Porto Alegre. Juarez ficou gravemente ferido. Uma amiga e outra passageira morreram. "Eu ainda ando de ônibus, mas não consigo pegar o carro", relata. Como conseqüência, as atividades cotidianas acabam limitadas aos horários do transporte público. "O medo é uma emoção boa, que existe para proteger a vida da gente. Quando este medo deixa de ser protetor e começa a atrapalhar, passa a ser fobia, e precisa de tratamento", explica a psicóloga especialista em comportamento do motorista veicular Cecília Bellina. "O fóbico geralmente tem ou já teve um carro na garagem. Ele já tentou dirigir, mas não consegue", complementa. O problema tem nome: amaxofobia. E, apesar de ser psicológico, tem também sintomas físicos: tremores, dor de barriga, taquicardia e boca seca são os mais comuns. As reações mais severas são formigamento, dores de cabeça e no peito, insônia e dores musculares. Perfil Algumas características comuns marcam quem tem medo de dirigir. Em parte dos casos o problema é conseqüência de um trauma que o motorista sofreu, como o que ocorreu com Böes. Em outras situações são traços pessoais que explicam a dificuldade, como insegurança, ansiedade e perfeccionismo. “Aprender a dirigir demora mais e envolve acerto e erro. Aquele que não gosta de errar em público, de ser exposto a críticas, acaba com medo”, explica a psicóloga Cecília Bellina. A publicitária Fernanda Schossler, por exemplo, evita pegar o carro pelo receio do que pode fazer de errado. “Quando estou na carona eu vejo as pessoas cometendo muitos erros, e não quero fazer a mesma coisa”, conta. Ela também considera que a formação na autoescola é excessivamente voltada para a prova aplicada pelo Departamento de Trânsito, e pouco para a vivência que o futuro condutor terá. Outro fator que gera a fobia é o ambiente cada vez mais estressante que vem se tornando o trânsito nas cidades. A analista de conteúdo Emilly Garcia, habilitada desde 2007, vive parte desta realidade na capital paulista: "Eu penso em todas as situações pelas quais posso passar e paraliso", afirma. Ela até encara o volante em estradas menos movimentadas, especialmente em zonas rurais. O medo, porém, cresce quando pensa em ir para as ruas de São Paulo. E são as mulheres, de todas as idades, que formam maioria no rol de pessoas que buscam ajuda para se livrar desse medo: 85%, de acordo com estudo publicado na Revista da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, em 2003. Por trás da estatística, há um componente cultural: anos atrás a direção era um papel exclusivamente masculino, por isso meninos crescem mais estimulados ao interesse por carros. As mulheres, por sua vez, são mais cobradas para que se saiam bem ao volante. Para acabar com o medo Primeiramente é preciso identificar se a pessoa sabe dirigir e dominar o carro. Essa avaliação pode ser feita com ajuda de um profissional ou familiar. Depois, para perder o temor, é preciso enfrentá-lo. Mas isso deve ser feito com calma, porque cada motorista precisa de um tempo próprio para encarar o desafio. A psicóloga Cecília Bellini elencou algumas atividades que podem ajudar: Na primeira semana experimentar as funcionalidades do veículo, mesmo que seja na garagem. Andar um pouco, entrar e sair do local. A ideia é ter mais confiança no domínio do automóvel. Na segunda semana, dar uma volta no quarteirão. Ao ganhar segurança, aumentar o nível de dificuldade, percorrendo distâncias maiores nas semanas seguintes. Por fim, estabelecer dez destinos necessários para o cotidiano e enumerar por nível de dificuldade. Percorrê-los um a um com o passar do tempo, até chegar ao décimo objetivo. A prática deve ser diária. Se o medo persistir, procurar ajuda de um profissional. (Agência CNT de Notícias)
Posted on: Wed, 07 Aug 2013 17:02:21 +0000

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