Na reunião com governadores, cobranças geraram - TopicsExpress



          

Na reunião com governadores, cobranças geraram mal-estar Atmosfera foi de frieza; propostas não foram discutidas Maria Lima [email protected] BRASÍLIA Se a intenção da presidente Dilma Rousseff era realmente atrair os governadores e prefeitos para um pacto em torno de medidas polêmicas e difíceis para contornar a crise das ruas, o que conseguiu foi agudizar um enorme mal-estar entre a maioria dos 54 presentes. Muito além do mérito da polêmica proposta de Constituinte específica para a reforma política, para os mandatários convidados o que mais incomodou foi o formato e o estilo da presidente durante a reunião no Palácio do Planalto segunda-feira à tarde. De acordo com relato dos presentes, depois de ler o seu discurso, transmitido pela TV oficial, a presidente passou as horas seguintes mastigando chicletes para disfarçar a tensão, reclamou de dor nas costas em alguns momentos, ouviu muito, mas não acolheu sugestões e nem respondeu a ninguém, à exceção de algumas interpelações duras, feitas, por exemplo, para rebater as reclamações do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e de Fortaleza, Roberto Cláudio(PSB). Pouco antes de se dirigir para o salão de reuniões, a presidente juntou em seu gabinete para uma conversa prévia os governadores Tarso Genro (PT-RS), Jaques Wagner (PT-BA), Eduardo Campos (PSB-PE), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Antônio Anastasia (PSDB-MG) e o vice-presidente Michel Temer. Ao lado do ministro Aloizio Mercadante (Educação), e com seu socorro em alguns momentos, fez uma apresentação prévia dos cinco pactos, lidos mais tarde em discurso. até aliados foram ignorados O primeiro a manifestar surpresa com as medidas, até então desconhecidas de todos, foi Michel Temer, que tentou fazer naquele momento, pouco antes da grande reunião, um arrazoado da dificuldade de implementar a ideia polêmica de convocar uma Constituinte exclusiva para elaborar uma reforma política, especialmente num momento delicado como esse. Dilma se fez de surda. Eduardo Campos tentou convencê-la a incluir o pacto federativo, uma saída para que os governadores pudessem colaborar com a implementação das outras medidas. Tudo em vão. Outro ignorado foi o companheiro Tarso Genro, que sugeriu incluir, na proposta da reforma política, possibilidade de candidaturas avulsas, sem partido, uma resposta à rejeição das ruas às legendas. Sem resposta. Nem uma vírgula do texto lido por Dilma foi mudada. - A presidente não teve paciência de discutir nada. Depois que apresentou seu pacote e fez o retrato que queria, se pudesse terminava a reunião. Com Gleisi mascou chiclete acintosamente de boca aberta o tempo todo e reclamou de dor na coluna - relatou ainda na segunda-feira à noite um dos presentes. Já na reunião maior, depois de ler seu discurso e da exposição de dois ministros sobre as medidas anunciadas, governadores das cinco regiões foram escolhidos para falar. Os relatos do encontro inédito da presidente com 27 governadores e 26 prefeitos de capital mostram que o clima era gelado entre todos durante toda a reunião. Nem mesmo os governadores petistas pediram a palavra para dar uma demonstração de apoio, ou para se solidarizar com Dilma. Sempre falastrão nas reuniões com Dilma, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), desta vez deu um gelo na presidente. Entrou mudo e saiu calado. O mais longo discurso foi feito pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Ele alertou a todos que era preciso entender o momento de mudanças políticas para dar os próximos passos. Na conversa prévia com Dilma, ele já havia alertado que a presidente precisava reconhecer algum erro de seu governo, para ter sucesso na interlocução e nas respostas às ruas. - Todos nós erramos. E depois desse movimento, as mudanças vão mandar um monte de político para a fila do INSS - disse Campos em seu discurso no Planalto.
Posted on: Fri, 28 Jun 2013 02:35:23 +0000

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