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Nota à comunidade sobre os 113 detidos da Unesp É do conhecimento de toda comunidade universitária que a REItoria vem mantendo ininterrupta negociação com os três segmentos da Universidade (docente, técnico-administrativo e discente). É de conhecimento, também, de toda comunidade universitária que a REItoria vem ininterruptamente tentando postergar o equacionamento das nossas pautas. A REItoria realizou desde 17 de maio de 2013, sete reuniões com representantes discentes. No entanto, até agora, se demonstrou ineficiente para elaborar soluções concretas e medidas palpáveis para os problemas que os estudantes apontam, há mais de vinte anos. Além disso, a REItoria celebra como vitória o diálogo com o movimento estudantil e as poucas pautas que foram minimamente atendidas, quando o que estamos exigindo são direitos básicos, e não privilégios. Na ultima reunião, com a presença do REItor, ficou acordado o comprometimento da Reitoria em ratificar o documento assinado pelas partes no dia 27 de junho de 2013, data da ultima ocupação. Porém, para nós, era um compromisso que deveria ter sido cumprido pois, no dia, o REItor Durigan estava viajando, e a Vice-REItora Marilza Vieira Cunha Rudge, estava em exercício. Sendo assim, como ela negociou as nossas pautas e tirou encaminhamentos, entendemos que, ao assinar o documento, ele ja estava oficializado. Compreendemos que a criação de uma Coordenadoria de Permanência Estudantil (CPE) e definição da composição de uma Comissão Permanente de Permanência Estudantil (CPPE) são necessárias e já deveriam ter sido criadas. Mais uma vez a REItoria mostrou sua tendência em burocratizar tudo. Fica claro que os investimentos da REItoria não contemplam as reivindicações dos alunos e tampouco levam elas em conta. A expansão exacerbada da universidade, que cria novos câmpus a todo momento, tem consequências diretas na qualidade de ensino da universidade, já que não existe uma preocupação em assegurar medidas e estruturas básicas que garantam a nossa permanência na instituição. E o investimento na internacionalização da Unesp esta sempre à frente dessas questões (restaurantes universitário, moradias, bolsas auxilio, bibliotecas dentre outras), sendo uma medida paliativa de melhorar a qualidade de ensino, o que leva à uma precarização da educação brasileira. Quanto ao estabelecimento de ações emergenciais em Ourinhos e São Vicente, apresentadas durante a reunião do dia 27/06, a REItoria se disponibilizou em subsidiar 50 refeições em cada câmpus, sendo que ambos apresentam mais de 250 estudantes. Claramente a proposta não vai sanar a demanda, sendo, mais uma vez, uma medida paliativa de curto prazo que não apresenta sustentabilidade. A cessão de uma sala para o funcionamento do DCE (Diretório Central dos Estudantes) é um direito dos estudantes para se organizarem e conseguirem implantar a representatividade estudantil, que é quase nula, em todos os órgãos colegiados da universidade. Cabe lembrar que essa sala já existia, ficava no prédio da Praça da Sé e após a dissolução do DCE os documentos e pertences foram retirados e a REItoria não consegue informar claramente onde eles estão. A REItoria ainda coloca que a sala seria liberada assim que o DCE estiver devidamente legalizado e reconhecido, contudo esses documentos seriam fundamentais no processo de reativação do Diretório. Ressaltamos que a falta de representação estudantil equitária nos órgãos colegiados é uma de nossas pautas. As ações da REItoria e os posicionamentos tomados por ela levaram à ocupação do prédio. A colocação de que a maioria dos ocupantes estava mascarada e intimidando os funcionários e docentes que estavam trabalhando, é falsa. Ao entrar no prédio, passamos por todos os andares do prédio indicando aos funcionários que estávamos ocupando e pedimos para eles que se retirassem. Inclusive, os funcionários se mostraram solícitos e saíram. A Vice-REItora, no entanto, se recusou a sair e permaneceu durante todo o dia na companhia de assessores jurídicos e funcionários. Durante o dia, em nenhum momento a REItoria se posicionou ou deu qualquer parecer sobre o ocorrido. O argumento da administração de que foi empreendido um grande esforço de negociação, objetivando a continuidade da apreciação da pauta de reivindicação é contestável, já que nossas exigências não estão sendo atendidas e nossas reivindicações não estão sendo levadas a sério. Mesmo com câmpus que estão em greve há mais de três meses. Nós não fomos ouvidos ou respeitados no decorrer do dia. O momento em que a Marilza decidiu dialogar, foi em uma reunião extraordinária convocada para discutir apenas a desocupação do prédio. Duas opções nos foram dadas: a desocupação e uma reunião às 10 horas da manhã, no dia 17/07; ou sermos retirados por meio da força policial, colocada como medida legal cabível pela REIitoria. Compreendendo que, na primeira ocupação, nos retiramos sem de fato termos conquistado nossas pautas, optamos por ficar no prédio e encarar a repressão do estado, já que a REItoria colocou como nossa única opção, caso não desocupássemos. No entanto, ante a postura intransigente da REItoria e esgotadas todas as possibilidades de negociação, por volta das 1h30, do dia 17, a Vice-REItora se retirou, acompanhada dos funcionários que ainda estavam presentes e escoltada por dois policiais militares, que entraram no prédio a paisana. Quanto à acusação de depredação de patrimônio público, gostaríamos de esclarecer que estávamos ocupando a REItoria de nossa própria universidade. Nunca foi e nunca será de nosso interesse depredar espaços que nós e tantas outras pessoas utilizam. Fizemos sim uma barricada, para atrasar a entrada da polícia, como uma medida de defesa. No entanto, retiramos alguns móveis de lugar, e esses foram destruídos pela polícia ao adentrarem. Não conseguimos entender porquê o patrimônio valeria mais, para a Marilza, que a segurança dos estudantes de sua universidade, nos sujeitando à ação agressiva e violenta da policia militar e da tropa de choque, em troca de bens materiais. A REItoria coloca que a Policia Militar, pacificamente, procedeu ao cumprimento da ordem judicial. Novamente fica a dúvida de como a instituição, que deveria nos representar, faz colocações sobre algo que não presenciou. Devido ao histórico das ações da policia militar e da tropa de choque, a reitoria sabia das condições às quais estava sujeitando seus estudantes. É indescritível a sensação de estar dentro em um prédio, com uma única saída, esperando pela chegada da tropa de choque. Fomos informados, por volta da 1 hora da manhã que teríamos mais meia hora para sairmos do edifício. No entanto, a reintegração só aconteceu de fato, às 5:30. Em poucos instantes, a porta de vidro do segundo andar ficou turva, tremeu, e se esmigalhou em pedaços possibilitando a entrada da tropa de choque na sala onde os estudantes estavam. Informaram-nos que a ordem era de nos levarem para a 2a DP do Bom Retiro e que estaríamos sobre a jurisdição do delegado. Foi colocado, pelos policiais, que se não cedêssemos e saíssemos do prédio, a tropa teria que usar de força física para retirar os estudantes. Vale ressaltar que nenhum dos mais de 100 homens, que participaram da operação, estavam identificados. Nenhum oficial de justiça se apresentou ao Movimento Estudantil para oficializar o boletim de ocorrência, em nenhum momento os policiais apresentaram o mandato de reintegração de posse e não informaram o que aconteceria com os estudantes. Nós questionamos isso aos policiais, no entanto, não obtivemos nenhuma resposta. Ficamos, durante todo o ocorrido, falando palavras de ordem, mostrando nossa união e nossa força perante a intransigência do estado, que estava ali representado pela Tropa de Choque. Após a nossa retirada, fomos encaminhados a 2a DP do Bom Retiro e permanecemos lá por cerca de 4 horas sem informação sobre como se desenrolaria o processo. Os policiais fizeram um cordão de 52 homens e, cerca de 5 viaturas para impedir que os estudantes saíssem do local. Em dado momento uma das estudantes presentes na delegacia passou mal e foi levada para um hospital. Não nos deram nenhuma informação sobre o estado da estudante ou o hospital que ela estava. Os 113 detidos da Unesp foram então qualificados em um Boletim de Ocorrência, com três alegações: dano qualificado ao patrimônio, esbulho possessório e resistência. O relato do B.O diz que "foram realizados diálogos intensos com os estudantes mas com resultados infrutíferos quanto a desocupação", e que "a atitude dos estudantes em depredar e danifica o bem publico foi necessário a utilização de força moderada, inclusive com a Tropa de Choque, para retirar os estudantes do prédio.". O que a REItoria e a Policia Militar consideram dialogo foi nos dar duas opções: sair por bem ou sair pela força. Quanto às nossas pautas, isso não foi discutido ou dialogado em nenhum momento da terça feira. E o que consideram força moderada, foram atos truculentos, que depredaram o patrimônio da Unesp e criminalizaram a luta dos estudantes por uma educação de qualidade. Repudiamos veemente a ação tomada pela REItoria na madrugada do dia 17 de julho de 2013. Que esse dia seja lembrado pelo Movimento Estudantil da Unesp, como um dia de luta e resistência. A administração da Unesp não nos representa e sentimos vergonha das atitudes tomadas pela Vice-REItora Marilza, a Rudge. Além disso, gostaríamos de repudiar a ação policial realizada nos arredores da REItoria, onde dois estudantes foram retidos e sofreram violência física por estarem carregando uma garrafa de conhaque que a policia alegou ser um coquetel molotov. Não vamos desistir da luta. As nossas reivindicações são legitimas e exigimos os nosso direitos. NÃO À REPRESSÃO AOS MOVIMENTOS SOCIAIS! POR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA TODOS! FORA DURIGAN! FORA MARILZA! "Quem não pode com a formiga, não atiça o formigueiro!" Movimento Estudantil da UNESP de Comissões Bauru Acordou
Posted on: Wed, 31 Jul 2013 14:44:13 +0000

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