Não há clima para golpe, embora as manifestações estejam impregnadas de sentimentos golpistas, inclusive aqui, onde muitos exigem a saída de Dilma. A Presidenta tem que ir à televisão, mostrar à nação que não vive num bunker, reconhecer a imensa frustração que se apossou de setores expressivos da população, especialmente nas grandes e médias cidades, dizer que ouviu muito bem o recado, convidar as "lideranças" desse surpreendente e inesperado movimento para conversar. Ela e as "lideranças", demonstrando que tem as mãos livres e o coração aberto. Esta seria a postura de estadista que se esperava dela. Reafirmar que quem governa é ela, que quem foi eleita é ela e não um partido tentacular que, em nome da "governabilidade", virou as costas para a delegação que recebeu em 2002, com a eleição de Lula: transformar o Brasil. Pois eu sugiro, cara Presidenta, em quem votei, faça o contrário: vire as costas para o PT, para o Congresso, para os gênios que a assessoram, ouça o bom senso que diz: FALE AO PAÍS. Escreva seu próprio texto, Presidenta. Evite atender ligações de São Bernardo, a cidade, não o santo. Chame uma equipe de filmagem e grave sua declaração. O isolamento agora, sua ausência, o silêncio será interpretado como descaso, como abandono, acrescentado mais ira aos protestos, produzindo mais violência, mais vandalismo, acuando a maioria silenciosa que ainda não se pronunciou. E a história prova que quando essa gente discreta dá suas caras o tempo fecha e aí, adeus democracia.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 23:10:22 +0000
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