O HOMEM DENTRO DO ESPELHO Especialmente para a minha sogra Maria - TopicsExpress



          

O HOMEM DENTRO DO ESPELHO Especialmente para a minha sogra Maria Helena Villela Gomes pela torcida e incentivo... Dedicado também para os queridos Marcelo Pimentel (pelo tema que ele provavelmente nem sabe que deu heheheheh), Pedro Guerra e Angelica Cosme (pelo empréstimo do sossego da varanda, o silêncio da casa, mais papel e caneta pra escrever), ao amados Silvio Aymone Genro e Laura Maria Pereira pelo carinho e obviamente para o meu Amor Carlos Omar Villela Gomes por todos os motivos existentes no mundo e fora dele... A poesia campeã do Festival do "Candieiro" de Uruguaiana... O homem dentro do espelho olhou bem fundo em meus olhos A procurar as respostas que precisava encontrar. Foi passeando em meu rosto a descobrir seus caminhos, Por estes vincos rasgados que o próprio tempo gravou. Me parecia tão louco, mas era mais do que isso! Não era velho de fato, mas não sei bem o que era. Se parecia comigo, mas lhe faltavam temperos... O homem dentro do espelho, se revelava pra mim. Troquei olhares com ele nessa inquietude agoniante. Não sei se ele me entendia, Se decifrou meu olhar. Não sei se me achava estranho, Pois enticava comigo... Abrindo os braços sorria me oferecendo um abraço, Que na barreira do espelho eu não podia entregar. Mas eu olhava pra ele como quem olha um amigo... Preso em seu mundo de aço, no seu castelo de vidro. O homem dentro do espelho era intrigante a meus olhos. Como vivia lá dentro? Quem foi que lhe condenou a este mundo do avesso, De paisagens repetidas e reflexos dobrados?! Quem foi esse desalmado que lhe roubou os sentidos, Nesse viver invertido de nunca olhar nada além Do quadro antigo da sala... Os doces na cristaleira... A janela de madeira por onde o vento suspira E onde a noite se inspira pra lindos versos de amor. Meus pensamentos se soltam a indagar do seu mundo. Busco a resposta em seus olhos como fizera nos meus. É nessa hora que choro sentindo pena do homem, Que só projeta as imagens de tudo que não viveu. Então eu peço desculpas, nunca pensara em seu caso! Jamais andar deste lado... Não palpitar nos seus trilhos... Não construir sonhos lindos com a eterna namorada... Acordar de madrugada para acalmar algum pranto Ou murmurar acalantos, beijando a face de um filho. Meus pensamentos revoam, Volto pra dentro de mim Assimilando as angústias daquele homem do avesso. Ao perceber meus delírios então recaio de joelhos... Sou o carrasco que prende o homem dentro do espelho! Ainda assim ele olha me oferecendo um abraço, Que na barreira do espelho eu não consigo entregar; Mas ele insiste sorrindo como se eu fosse um amigo Preso em seu mundo de aço, no seu castelo de vidro. No paralelo que faço, ele tem raiva de mim, Porém olhando em seus olhos vejo não ser o que sente. Deus do céu, quanta ironia! Eu que roubei seus sentidos, nada mais sei do meu mundo E ele me mostra em silêncio o quanto entende de nós. Me levanto lentamente, vou recobrando a postura, Dou um sorriso pra o homem que me ensinou a ser eu. Apago a luz, fecho a porta E cá de fora do espelho sigo essa vida em seus trancos Enquanto ele suspira imaginando meu passos No seu mundinho de aço, em seu castelo no escuro. Não sou mais aquele homem que hoje olhou nos meus olhos. Redefini meus caminhos, reinventei minha alma. E agora com toda calma vou desenhando meu ser... Aquela imagem gravada dentro do espelho era giz... Vou apagando a textura e invertendo meus sonhos, Pois quero ser um reflexo... O reflexo do avesso dos paralelos que fiz.
Posted on: Wed, 18 Sep 2013 22:44:48 +0000

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