O PSTU CONSTRÓI (JUNTO AO PSOL) A NÃO PARTICIPAÇÃO DOS - TopicsExpress



          

O PSTU CONSTRÓI (JUNTO AO PSOL) A NÃO PARTICIPAÇÃO DOS METROVIÁRIOS DE SÃO PAULO NO DIA 30/08 (MAIS UMA VEZ!) Em assembleia dos metroviários realizada no dia 22 de agosto o PSTU, direção majoritária do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, se colocou contrário a aprovar sequer um indicativo de paralisação dos metroviários no dia 30 de agosto, quando está sendo convocado um dia nacional de paralizações e mobilizações pelas centrais sindicais, contrapondo a essa resolução a convocação de uma assembleia da categoria no dia 29 de agosto para decidir “a forma de participação” da mesma no dia 30. Não precisa ser muito esperto nem inteligente para se dar conta de que da noite do dia 29 para a manhã do dia 30 não seria possível organizar qualquer forma séria de participação dos metroviários. Reconhecendo essa obviedade, em nova assembleia da categoria realizada no dia 27 de agosto, o PSTU, dessa vez em conjunto com o PSOL, não só se opôs novamente ao indicativo de paralisação para o dia 30, mas inclusive defendeu a suspensão da assembleia para o dia 29. Para derrotarem a proposta de indicativo de greve, o PSTU e o PSOL contaram com a ajuda da corrente de oposição à diretoria do sindicato capitaneada pelo PCdoB e pelo PT, que fazem parte da CTB e da CUT. Nossa proposta de indicativo de greve partia de que não seria fácil reverter o problema da não mobilização em apenas dois dias, mas que era central travar uma batalha, permitindo organizar uma paralisação ou como mínimo avançando nesse debate na categoria. Desde quando foi decidido por parte das centrais sindicais a convocação do 30 de agosto, houve mais de um mês e meio para que a direção do sindicato tivesse seriamente construído nas bases uma paralisação dos metroviários nesse dia. Durante esse período, explodiu um enorme escândalo de corrupção e superfaturamento envolvendo multinacionais como a Siemens e Alstom, o metrô e os governos tucanos que controlam o governo do estado há décadas. Também nesse período houve o descarrilamento de um metrô, que poderia ter custado a vida de muitos usuários e se transformado em uma verdadeira tragédia. Ou seja, vieram à tona acontecimentos políticos de grande dimensão que relacionam as duas das principais demandas das jornadas de mobilizações de junho (transportes e corrupção) diretamente com os metroviários, colocando uma grande oportunidade e desafio para que nos colocássemos na linha de frente das mobilizações nacionais que desataram no país. Mas não se tem notícia de nenhuma setorial (organismo de base da categoria) que tenha sido convocada pela direção do sindicato com o dia 30 como pauta. Nossa batalha seria para que levantássemos um programa de estatização dos transportes públicos sob controle de trabalhadores e usuários; impostos progressivos aos capitalistas e não pagamento da dívida pública para aumentar investimentos no transporte público; investigação independente, confisco dos bens e cadeia para os corruptos. Muito pelo contrário, a atual diretoria dirigida pelo PSTU/PSOL, juntamente o a oposição do PCdoB/PT, têm dedicado todas as suas energias às eleições para nova gestão do sindicato que ocorrerão em setembro, deixando as tarefas da luta de classes de lado. Dita oposição dirigida pelo PCdoB, juntamente com o PT, através de seu papel na CTB e na CUT, estiveram entre as principais responsáveis para que os principais bastiões da classe trabalhadora não se aliassem à juventude que saiu às ruas em junho através de greves e da participação organizada dos trabalhadores nas manifestações. Os burocratas dessas centrais submissas ao PT ou à Fiesp foram um freio para que a enorme disposição dos trabalhadores de participarem ativamente da nova situação nacional aberta pelas jornadas de junho transformassem o dia 11 de julho em uma verdadeira greve geral, superando as paralisações parciais e controladas que houveram, que ainda assim tiveram uma enorme importância por se ligarem com os mais de 70 cortes das principais rodovias do país. O mesmo papel de freio esses pelegos cumprem agora frente ao dia 30 de agosto. No que diz respeito a esses burocratas completamente vendidos para a patronal e para os governos capitalistas, já era de se esperar que iriam fazer de tudo para que as ações dos trabalhadores fossem o mais contidas e controladas possível, apenas para se cobrirem pela “esquerda” dizendo que fazem algo diante do descontentamento das suas bases e para melhorar seu poder de barganha na hora de desviar e trair qualquer luta séria, garantindo que as ações não ganhassem dimensões que de fato colocasse em risco seus pactos com os governos e os patrões. O que não podemos concordar é que um sindicato dirigido pela esquerda, como é o caso do sindicato dos metroviários de São Paulo, “lave a cara” de Paulinho da Força Sindical e seus comparsas projetando-os como “grandes aliados” dos trabalhadores e não faça de tudo para construir nas bases um profundo convencimento de que os metroviários de São Paulo podem e precisam cumprir um papel de vanguarda da classe trabalhadora para que essa se coloque em ação junto à juventude. Depois não fazer nenhuma setorial na base ou assembleia para discutir com os metroviários poderiam participar das jornadas de junho, depois de não realizar nenhuma setorial na base para discutir com os metroviários a necessidade de paralisarmos no dia 11 de julho, no dia 10 de julho, o PSTU teve a cara-de-pau fazer uma assembleia que se assemelhava mais a um teatro-farsa somente para que pudesse votar a favor da paralisação sabendo que a mesma já estava de antemão derrotada. Ainda por cima, tiveram a coragem de dizer que “são os metroviários que não querem parar” e acusaram os metroviários da LER-QI de pelegos responsáveis pelo metrô não ter parado porque nós equivocadamente votamos contra a paralisação para não compactuarmos com essa farsa, sendo que sabiam que nós tínhamos sido os únicos que verdadeiramente batalhamos na base da categoria para construir a paralisação do dia 11 de julho. Quanto cinismo! Quanta hipocrisia! No dia 23 de julho, nós da LER-QI, junto a independentes do Metroviários pela Base, entregamos um abaixo assinado com 163 assinaturas à diretoria do sindicato no qual denunciávamos a esse absurdo e exigíamos a convocação de uma assembleia para se fazer um balanço de por que os metroviários não pararam no dia 11 de julho e para colocar em andamento um plano sério para construir a paralisação do dia 30 no metrô. Mas (pasmem!) só foi realizada uma assembleia para tratar da paralisação do dia 30 de agosto no dia 22 de agosto, uma semana antes! E o PSTU, diferentemente do que havia feito diante do dia 11 de julho, agora não achava mais que era “educativo” votar o indicativo de greve para debatê-lo na base da categoria (esse argumento, que valia para eles no dia 11 de julho, agora não valia mais). E, para justificar sua impotência, para justificar sua decisão de não ter seriamente construído nada, juntamente com o PSOL e o PCdoB, entoaram a já conhecida cantinela: “a culpa é dos trabalhadores que não querem parar”. Nós da LER-QI, pelo contrário, na assembleia da categoria realizada no dia 12 de agosto, defendemos uma paralisação parcial da categoria e um “catracaço” na estação Praça da Sé para que os metroviários participassem efetivamente do ato contra a corrupção convocado juntamente com o MPL (ambas propostas negadas pela diretoria do sindicato, que nem mesmo foi capaz de organizar uma coluna significativa de metroviários no ato) e para que essa participação se constituísse como um primeiro passo preparatório na construção de uma paralisação de toda a categoria no dia 30. É necessário fazermos um balanço sério de que as jornadas de junho e os escândalos de corrupção envolvendo o metrô criaram condições que permitiriam construir uma paralisação dos metroviários que os colocasse como vanguarda da intervenção da classe trabalhadora com seus próprios métodos de luta, marcando uma nova inflexão no cenário nacional aberto pelas jornadas de junho, com uma ação dos trabalhadores superior à de 11 de agosto. É necessário fazermos um balanço sério de que essa potencialidade só não se concretizou porque o PSTU vendeu os burocratas sindicais como “grandes aliados” e não fez o trabalho de base necessário para convencer os metroviários de que podemos e devemos sair na linha de frente em aliança com a juventude que saiu às ruas em junho, batalhando para superar as pressões corporativistas e o medo de punição por causa da derrota vivida pela categoria em 2007, quando essa sofreu a demissão mais de 60 ativistas, em grande parte por porque deveria ter sido uma greve unificada com outras categorias, mas no último momento as burocracias sindicais recuaram deixando os metroviários sozinhos. Trabalho esse que precisaria fundamentar-se na agitação de um programa que ajudasse a desenvolver a mobilização independente dos trabalhadores em aliança com a juventude. Programa esse que só poderia emergir em clara luta política contra a burocracia encastelada nas demais centrais sindicais, denunciando o papel de controle e de freio que essas cumprem, e chamando os metroviários a cumprirem um papel de vanguarda. Esse balanço é necessário para forjar setores de vanguarda entre os metroviários que se preparem para colocarem-se na linha de frente dos próximos embates. Se tivéssesmos tirado as lições que eram de fato necessárias no dia 11/7, que não devemos depositar confiança na burocracia sindical, que é necessário construir a mobilização na base, que foi o que colocamos, ao invés de ficar numa campanha cibernética (porque na categoria não existiu...) frenética, como fez o PSTU contra os “pelegos”, poderíamos juntos ter construído uma grande participação dos metroviários no dia 30, que para nós teria que partir de reivindicar os pontos de pauta que são levantados que são corretos, mas delimitando-se da burocracia, não adotando a política de “redução da taxa de juros” ou de “mudança da política econômica”, a qual o PSTU se adapta, e colocando destacadamente a luta contra a terceirização, não somente contra a Lei Mabel (PL 4330), que se refere às atividades fim, mas também às atividades meio que hoje existem massivamente, batalhando pela efetivação sem concurso nas instituições públicas; também deveríamos destacar a luta contra a repressão, passando pelo fim dos processos de todos os lutadores de junho e das categorias em luta do país, e da apuração imediata do sumiço do pedreiro Amarildo. A saída nas ruas no dia 30 também tem que servir para fortalecer as lutas que estão ocorrendo por demandas de cada categoria e das campanhas salariais. Para lutar por essas questões de forma consequente, precisamos superar a separação entre a luta da juventude e da classe trabalhadora, forjando uma aliança operário-estudantil que pode transformar esse país. Seguiremos batalhando para que essa política se expresse para além do dia 30. Marília Rocha, operadora de trem e dirigente da Liga Estratégia Revolucionária
Posted on: Wed, 04 Sep 2013 12:47:24 +0000

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