(…) O uso de animais na nossa alimentação é por nós - TopicsExpress



          

(…) O uso de animais na nossa alimentação é por nós considerado normal, tão normal como era queimar na fogueira na idade média quem pensasse diferente e questionasse os valores dominantes. Por isso acreditamos e alimentamos diariamente essa crença de que os animais existem para o nosso prazer e conveniência. Mas se os animais contarem por si mesmos, com base no princípio da igualdade na consideração de interesses, a utilização que fazemos deles para a alimentação, e não só, torna-se questionável. E não é desculpa aceitável o argumento de que nossa sobrevivência depende da utilização dos animais na nossa alimentação, porque pura e simplesmente não é um argumento verdadeiro. A utilização da carne na nossa alimentação não é necessária para a nossa boa saúde ou longevidade. Fazemo-lo por prazer, não por necessidade. Outro argumento que é recorrentemente usado pela indústria e distribuição é de que a produção crescente de carne é para responder às necessidades de uma população humana em expansão, o que também não corresponde à verdade, pois a produção de carne industrial está longe de ser uma forma eficiente de produção de alimentos, porque a maioria dos animais que consumimos foi alimentada com outros alimentos que poderíamos inserir directamente. Mas talvez seja melhor recorrer novamente às teses de Peter Singer para melhor defender a não inclusão de animais na nossa alimentação. Sinteticamente ele diz-nos o seguinte: “A argumentação contra a utilização de animais para alimentação ganha especial relevância quando os animais são submetidos a condições de vida miseráveis, para os seres humanos disporem de carne ao mais baixo preço possível. As modernas formas de criação intensiva aplicam a ciência e a tecnologia em prol da atitude segundo a qual os animais são objectos para o nosso uso. Para ter carne na mesa a um preço acessível, a nossa sociedade tolera métodos de produção de carne em que se aprisionam animais sencientes em condições superlotadas inadequadas durante a totalidade da sua vida. Os animais são tratados como máquinas que convertem forragem em carne e toda a inovação que resulta numa “taxa de conversão” mais elevada é susceptível de ser adoptada.” E acrescenta e pergunta: “A nossa prática habitual é tudo aquilo que a pecuária industrial necessita. A decisão de deixar de lhes dar esse apoio pode ser difícil, mas é menos difícil do que teria sido para um branco do Sul dos Estado Unidos desafiar as tradições da sua sociedade e libertar os seus escravos; se não alterarmos os nossos hábitos alimentares, como poderemos censurar os esclavagistas que não queriam mudar os seus hábitos de vida?”. (…) José Vaz e silva Texto completo em : josevazsilva.fponto.net/pr_jvs_art.php?id=106
Posted on: Fri, 07 Jun 2013 12:59:19 +0000

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