Outras Impressões da Terça - Ano IV - número 175 – - TopicsExpress



          

Outras Impressões da Terça - Ano IV - número 175 – 3/9/2013 Por Leno F. Silva Assisti pela terceira vez uma apresentação do Conjunto João Rubinato, resultado de um projeto de pesquisa e de interpretação das músicas menos conhecidas de Adoniran Barbosa, que completaria 103 anos em agosto. O lugar do show não poderia ser mais apropriado e no coração do Bixiga: o ECLA – Espaço Cultural Latino Americano, cravado na Rua da Abolição, criado sob os princípios, os valores e a visão de mundo das esquerdas e que defende um continente unido e a construção de uma sociedade digna e justa. Um público diverso, que misturou moradores do bairro, convidados do projeto e frequentadores do ECLA lotou as suas dependências, uma mescla de atmosfera de bar e de teatro, para ouvir as histórias contadas por Sérgio Rubinato, sobrinho e companheiro de jornada do mestre que imortalizou o bairro do Jaçanã em “Trem das Onze”, uma bela e eterna canção da Música Popular Brasileira. Para acompanhar o desfile de músicas o público recebeu um livreto com as letras, o que permitiu a formação de coros com dezenas de vozes. E graças ao trabalho de levantamento histórico, o grupo revelou casos desse multi-talentoso artista original, que fez sucesso no rádio, e atuou com destaque na televisão e no cinema. Durante a performance da canção “Vila Esperança”, de autoria de Adoniran Barbosa e Marcos César, de 1968, a produção distribuiu um saquinho com confetes e serpentinas para lembrar os bailes de salão daqueles tempos. Enquanto o conjunto cantava “Vila esperança, foi lá que eu passei / O meu primeiro carnaval / Vila Esperança, foi lá que eu conheci / Maria Rosa meu primeiro amor / Como fui feliz naquele fevereiro / Pois tudo para mim era primeiro / Primeira rosa, primeira esperança / Primeiro carnaval, primeiro amor criança”, o povo da plateia repetiu os gestos que enfeitaram o local com se fosse festa do Rei Momo. Quase no final, Toinho Melodia, cantou “Tributo a Adoniran”, de sua autoria, de 1982: “O povo de toda a maloca chorou / A morte do seu grande autor / Ele que andava sempre feliz e contente / Deus o chamou de repente / Para um mundo melhor / E sem ter dó / De um grande povo / Que chora a morte de um poeta de novo / Ele foi pra perto de Iracema /Amar era o seu lema / E como ele amou / O trem das onze não apita mais / Nem vai ser mais convidado / Para um samba lá no Brás / O samba vai ser bom é lá no céu / Com Adoniram Barbosa, Ataulfo e Noel”. Em 23 de novembro de 1982, aos 72 anos, o nosso grande poeta popular, que fazia questão de cantar na língua do povo, partiu para a sua definitiva morada, mas deixou uma obra inesquecível e um estilo próprio que a turma do Conjunto João Rubinato nos revela em cada nova apresentação de “Jabá Sintético”, com as músicas de Adoniran que as rádios não tocam. Por aqui, fico. Até a próxima. Serviço: Conjunto João Rubinato projetojoaorubinato@gmail conjuntojoaoruninato.blogspot “Trem das Onze”,cantada em português, hebraico e árabe. A poesia de Adoniran unindo as culturas desses povos. Assista! youtube/watch?v=dggtJY8YnY8&feature=youtu.be
Posted on: Tue, 03 Sep 2013 03:09:17 +0000

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