PAD: um instrumento do desmonte pedagógico do governo - TopicsExpress



          

PAD: um instrumento do desmonte pedagógico do governo estadual NÃO ao intervencionismo do PAD e NÃO ao desmonte pedagógico! No conjunto das políticas educacionais produzidas pelo Governo Beto Richa, apresenta-se neste segundo semestre nas escolas o Plano de Ação Descentralizada (PAD). No site da Secretaria de Educação (Seed), anuncia-se o programa com os objetivos de “desenvolver a partir de indicadores estaduais e nacionais (Saep e Prova Brasil) ações para a melhoria da proficiência em leitura, interpretação de texto e resolução de problemas”, com vistas a “melhorar taxas de abandono, evasão, reprovação e provação por conselho de classe”. Isso se dará a partir do “atendimento personalizado permanente do NRE” as 442 escolas com menor Ideb. A proposta que ora se assinala está inscrita dentro daquilo que vimos chamando de “desmonte pedagógico” a uma proposta pedagógica crítica e instauração de uma lógica técnica burocrática que se desenha desde do ano de 2011 com a discussão das expectativas de aprendizagem – um explícito revisar da teoria das habilidades e competências, a implementação do Saep e da mudança na grade curricular ocorridas no de 2012, passando pela Semana Pedagógica de janeiro deste ano em que se discutiu o planejamento educacional e avaliação e que chega agora ao “atendimento personalizado” à algumas escolas proposto no PAD. Trata-se da pedagogia das planilhas e dos resultados técnicos, do intervencionismo, da burocratização. Um pouco mais de um século depois de Taylor ter publicado “Princípios de Administração Científica” a concepção liberal taylorista com pitadas de escolanovismo e tecnicismo ainda persiste na educação pelas mãos de governos assumidamente neoliberais, qual seja, uma escola voltada para o planejamento, da supervisão burocrática, da mensuração de resultados e da eficiência tal como uma empresa. Fazer a proposição de ações, baseando-se somente em diagnósticos quantitativos ao modo da pedagogia das planilhas, desconsiderando os fatores internos e externos à escola e que interferem diretamente nas taxas de abandono, evasão e repetência escolar é reducionismo educacional. Nada soa mais falso do que ler no documento, que há a preocupação com o “fortalecimento da gestão democrática” ou ainda que o PAD “reforça a autonomia das escolas”. A ingerência sobre a ação pedagógica desenvolvida nas escolas está presente a todo o momento, ou “atendimento personalizado”, o mapeamento e ranqueamento das escolas para este “atendimento” não são ingerências que ferem o principio da autonomia e gestão escolar? Não bastasse a ingerência que a Seed chama também de “acompanhamento”, a proposta em curso esvazia a função diretiva do pedagogo/a que seria aquele/a que deveria articular e acompanhar o planejamento das ações escolares junto ao coletivo em consonância com o PPP. Aliás, o PPP, como critério balizador das ações pedagógicas desenvolvidas na escola, inexiste neste documento. A referência está na “melhoria da proficiência em leitura, interpretação de texto e resolução de problemas”. Sobre a limitar-se apenas a estas “melhorias” é importante destacar que o que está em jogo é a preparação dos estudantes nas disciplinas de português e matemática para o aumento dos índices de desempenho na Prova Brasil ou do Saeb que concorrem para o aumento do Ideb. Não à toa que a preocupação está em diminuir os índices de abandono, evasão e aprovação por Conselho de Classe, elementos que avaliam o rendimento escolar e que, junto com o desempenho nas provas, são parâmetros para o cálculo do Ideb. Não por menos que a escolha das escolas a serem atendidas nesse primeiro momento recaia sobre as 442 de menor Ideb. Não obstante, ao direcionar as ações para o âmbito da proficiência nas duas disciplinas listadas anteriormente, atribui-se a estas disciplinas e seus professores(as) uma diferenciação frente à outras disciplinas e professores(as) e legitima, de forma equivocada, a importância superior destes conteúdos no currículo. Ao fazer esta escolha o governo reforça sua filosofia liberal evidenciando que sua preocupação está em prover a classe trabalhadora de atributos da escrita, leitura e contagem. Nada mais anacrônico, liberal e conservador. O PAD é mais uma ferramenta que se ajusta a este modelo de desmonte. Outras estão assinaladas para acontecerem ainda neste governo, como estabelecimento do Idep (índice de Desenvolvimento Educacional Paranaense), antagonizando com o Ideb do governo federal. Já há algum tempo, temos alertado os(as) professores(as) sobre este desmonte. Nós, da APP-Sindicato, somos contrários ao modelo de educação que este governo tem produzido que se dá neste momento pelo intervencionismo explícito que o PAD representa, com seu “atendimento personalizado”, esvaziando a função diretiva dos/as pedagogos/as, hegemonizando o currículo nas disciplinas de português e matemática e com isso dividindo os/as professores/as e a implementando a política das planilhas e resultados técnicos-burocráticos. A APP-Sindicato defende o princípio da gestão democrática, da autonomia às escolas para que possam articular estratégias de ação para diminuição das taxas de abandono, evasão e reprovação em consonância com o projeto político pedagógico de cada unidade, com a participação da comunidade escolar para que assim possa-se contribuir na melhoria da qualidade da educação pública no Paraná e na emancipação dos(as) educandos(as) e professores(as) neste processo. NÃO AO INTERVENCIONISMO DO PAD! NÃO AO DESMONTE PEDAGÓGICO!
Posted on: Fri, 08 Nov 2013 09:57:08 +0000

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