PARA ALBERTO SELVINO KRAEMER Pai... Longe vão os dias de minha infância Quando acordava com as batidas do martelo, Retinindo na bigorna. Quando antes do almoço, O chimarrão reunia a família. Quando no café da tarde O pão caseiro com chimia, Tirava um sorriso de seu rosto. Longe vão os sábados à tarde, Com sua presença sorridente, A tomar um banho no chuveiro de balde E a fazer a barba com o velho aparelho de gillette. Quando a ferraria fechava E anunciava um domingo de descanso e espiritualidade. Longe vão às noites de minha infância, Quando trabalhavas até muito tarde, Que para mim era alegria das brincadeiras, Mas para ti era o labor para criar os quatorze filhos. Quando escutávamos os jogos do Grêmio no rádio, Ou simplesmente quando jogavas cartas com a mãe até o sono chegar. Os tempos foram passando E sua velhice chegou. Mas a sua garra, força e determinação Jamais te abandonou. Ah pai! Como foram bons meus dias ao teu lado... Aprendendo com sua honestidade, Sorrindo com suas tiradas de bom humor, Mantendo longas conversar sobre trivialidades. Mas doença se instalou e as coisas mudaram. Sua memória foi sumindo e seu corpo sofrendo. Como foi triste te ver sofrer... Sua resistência e vontade de viver, Sempre nos motivaram a lutar contigo. Foi uma longa e dolorida batalha... Até que Deus de mansinho o levou. Apesar da dor de te ver partir, Agradeço por estar ao teu lado, Pois pude rezar contigo, por ti, E segurando sua mão dizer que te amava. Sabe pai... Bons momentos vivemos juntos E sou feliz por ter tido você como meu guia Muito aprendi e mais ainda cresci. Por isso é tão difícil suportar sua falta. Mas seguirei em frente, Tenho um filho para educar Cumprir a missão que me passastes. Até o momento de novamente te encontrar. É o meu primeiro dia dos pais sem você E em seis meses que se foi Só agora tive coragem de conversar contigo. Saiba que meu coração está ferido, Mas vou continuar seguindo o seu exemplo Para ser o seu filho querido. Você faz parte da minha história Seu sorriso e sua doçura Jamais sairão de minha memória. Sei que sempre estás comigo E nunca me abandonarás Que serás eternamente meu pai E do Céu, sorrindo me abençoarás. Vilmar Kraemer – agosto de 2013
Posted on: Sun, 11 Aug 2013 02:30:31 +0000
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