Pequenas considerações feitas após engolir o asco ao ler o - TopicsExpress



          

Pequenas considerações feitas após engolir o asco ao ler o editorial de O Globo: 1 - Não podemos nos esquecer dos conceitos lançados por Armand Mattelart. O sociólogo belga, autoridade mundial em Teoria da Comunicação, nos ensina que o termo “liberdade de expressão” é compreendido hoje muito mais como “liberdade de propriedade” do que como “democratização no acesso aos meios de comunicação” e é exatamente disso que o Jornal O Globo trata em sua nota. 2 - O retorno ao debate sobre a Venezuela vem no momento em que o jornal acabou de fazer uma falsa autocrítica sobre o apoio à ditadura militar (desmascarada pelos seus velhos aliados, os militares, que se revoltaram com a traição) e onde o Globo ensaia aumentar o tom e as movimentações golpistas. Trata-se de um jornal com o compromisso prioritário com seus interesses políticos e que usa do seu poder de comunicação para legitimá-lo como fez ao longo de toda a Ditadura e dos governos democraticamente eleitos após o fim da mesma. 3 - Os ataques ao caso da RCTV representam o maior medo da Globo. Um medo que o governo do PT jamais deu motivos para que a globo tivesse. A RCTV não foi cassada, ela simplesmente após apoiar um golpe de Estado fracassado não teve sua concessão renovada quando a mesma acabou. Dentro dos marcos da democracia e da legalidade burguesa. Destino mais do que justo para uma empresa que usou a concessão pública para tentar construir um Golpe de Estado. 4 - No caso da Argentina, o medo da Globo é com o ataque do governo de Cristina Krichner, que põe um fim à famigerada propriedade cruzada, proibida em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos onde a FCC (Federal Communications Commission) é bem rígida na fiscalização dos excessos de poder dos meios de comunicação e no combate à propriedade cruzada. 5 - Ainda falando em Argentina, o Globo ignora um atenuante na terra dos hermanos. Se não fosse pelas ações do governo da Presidenta Kirchner, o Clarín ainda seria detentor do monopólio da produção do papel-jornal, fazendo com que todos os jornais só pudessem comprar papel do Clarín para circular na Argentina. 6 - O Globo simula um projeto de "enfraquecimento dos grupos de comunicação profissionais, com o objetivo de subjugá-los por meio de verbas publicitárias oficiais" para esconder o fato que tanto ele, como seus co-irmãos do Grupo Abril, Grupo Estado, Grupo Folha e afins sobrevivem porque mordem mais de 70% de toda publicidade oficial de Governo. Se houvesse o projeto de que eles falam, eles já estariam subjugados, mas na verdade o que acontece é o contrário: uma tentativa de subjugar os governos, por parte dessas mídias, usando como arma o seu poder de comunicação conseguido com a conivência da ausência de uma legislação para as comunicações e da não-regulação dos artigos 220 a 224 da Constituição Federal (que tratam sobre a questão da comunicação) somada aos incentivos dados pelos governos militares para sua consolidação. 7 - A voz da família Marinho, fala através desse editorial, que há pluralidade das emissoras, emitindo números que podem enganar um leitor desavisado sobre a pluralidade das comunicações no Brasil. O que o editorial dos Marinho não conta ao povo é que mais de 95% dessas concessões fazem parte das grandes redes de comunicação, que se resumem a poucas famílias. Podemos citar, por exemplo, que as Organizações Globo controla 69 veículos de comunicação, vinculados às redes Globo de televisão, Globo de rádio e CBN de rádio. Também possui o Jornal Globo, portal na Internet e editora. A Igreja Universal do Reino de Deus controla 27 veículos em quatro redes: as TVs Record, Record News e Família e a rede Aleluia de rádios FM. isso pra não falar nos demais grupos de comunicação... 8 - Por fim, a Globo fala que "os melhores agentes do “controle social da mídia” são o leitor, o ouvinte, a autorregulamentação e o controle remoto. É assim que funciona nas democracias, ainda mais em mercados competitivos como o brasileiro". Mais uma mentira deslavada. Primeiro que não há opção para o cidadão. Basta ligar a TV aberta que fica bem claro quais são as únicas vozes que falam para o povo brasileiro. Programação praticamente padronizada, inexistência de diversidade regional e linha editorial muito alinhada. Isso sem contar que não existe democracia no mundo, dentre as grandes potências, sem uma legislação rígida para o setor. É assim até nos berços do liberalismo, como a Inglaterra e os Estados Unidos. É assim em potências como França, Alemanha e outros países europeus com economias mais modestas como Portugal e Espanha. Regular as comunicações é a base para qualquer sociedade verdadeiramente democrática e com esse editorial, as Organizações Globo mais uma vez deixam claro sua falta de compromisso com a democracia. oglobo.globo/opiniao/o-que-significa-democratizacao-da-midia-9866217#ixzz2eSZFshJk
Posted on: Tue, 10 Sep 2013 13:47:15 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015