Por Luis Alberto Warat No recorrer desta sucessão de incidentes - TopicsExpress



          

Por Luis Alberto Warat No recorrer desta sucessão de incidentes reflexivos tentarei armar um caleidoscópio de argumentos semiológicos e psicanalíticos sobre a política, a democracia e sua relação com o totalitarismo. O que tentarei expor pode ser considerado como parte de uma série de (pré)textos universitários que fui confeccionando a partir de meus desejos de explicar, em alguma medida, meu pensamento em torno da política, do poder e sua relações com o aparato psíquico e com as dimensões simbólicas (vistas -- na direção de Lacan -- com uma tentativa de situar o mundo do lado da ficção). Proponho-me, com este conjunto de considerações preliminares, repensar as relações entre a política e a democracia, a partir de uma perspectiva simultaneamente psicanalítica e semiológica, para tentar, com isso, fazer uma apreciação geral do papel que pode cumprir o espaço político, a democracia e os movimentos dos direitos humanos numa pragmática da singularidade. Partirei do pressuposto de que o simbólico é uma dimensão do político e o político uma dimensão do simbólico. Isto me permitirá afirmar que a política e a democracia, para uma pragmática da singularidade, precisam ser consideradas como uma ordem simbólica interdependente. Estaríamos, assim, falando de uma cena política para a singularidade: a dimensão simbólica dos movimentos de afirmação da autonomia individual e coletiva. Sob esta perspectiva a política ficaria caracterizada como o lugar de interpretação e interrogação do modo pelo qual a sociedade se institui. A política aparece, assim, relacionada aos modos nos quais historicamente uma sociedade se interroga sobre suas formas particulares de discriminação do verdadeiro e do falso, do normal e do patológico, do justo e do injusto, do que para ela será lícito ou proibido. Em outras palavras, falar de política neste contexto implica situar-nos interrogativamente num território que nos permita pensar os modos em que uma sociedade se articularão significativamente o poder, a produção de bens materiais, a lei, o saber e a personalidade. Observando estas articulações (considerando estes cinco elementos como dimensões simbólicas) e vendo de que maneira elas se realizam, podemos tentar diagnosticar as tendências totalitárias ou democráticas de uma determinada forma de sociedade.
Posted on: Sat, 07 Sep 2013 04:30:23 +0000

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