QUE TAL? DELEGACIA DO IDIOMA (longo texto, mas assaz - TopicsExpress



          

QUE TAL? DELEGACIA DO IDIOMA (longo texto, mas assaz divertido) Oi, todos Notem a oportuna sugestão do Percival Puggina: criar uma Delegacia do Idioma para receber denúncias de maus-tratos. Sugestão aceita, apresso-me em municiar o doutor delegado com material suficiente para começar a trabalhar. Para conferir ampla publicidade à iniciativa, selecionei algumas frases atribuídas à mais destacada servidora pública. Sr. Dr. Delegado Titular da Delegacia do Idioma Em defesa da língua pátria, um dos elementos essenciais da nacionalidade, solicito que V. Exa. instaure o competente procedimento investigativo no sentido de averiguar prováveis maus-tratos cometidos em desfavor da última flor do Lácio pela servidora pública Dilma Vana Roussef, que também atendia pela alcunha de Estela, Vanda, Luíza, Patrícia. Seguem alguns exemplos de maus-tratos. É de se supor que anexando cópias de gravações clandestinas que lhe podem ser fornecidas gratuitamente pelo governo dos EUA., Vossa Senhoria logre ampliar essa lista. No aguardo das providências de ofício, subscrevo-me, Lúcio Wandeck “Né, como vocês viram, o presidente Obama marcô reunião comigo logo após a primeira sessão do G20”. “Não, não, a minha ausência tava prevista pelo seguinte, porque eu tinha tido, eu tinha feito um contato anterior e ia fazê uma bilateral. Acabou que ela não pôde acontecê, então eu acabei não ino porque eu ia chegá na metade…”. “Amanhã, né, é nossa data pátria, 7 de setembro, e eu tenho de chegá no Brasil pra mim tá lá de manhã cedinho… “Ontem eu disse ao presidente Obama que era claro que ele sabia que depois que a pasta de dentes sai do dentifrício ela, dificilmente, volta pra dentro do dentifrício, então, que a gente tinha de levar isso em conta…” “E ele me disse, me respondeu, que ele faria todo o esforço político para que essa pasta de dentes pelo menos não ficasse solta por aí e voltasse uma parte para dentro do dentifrício”. “Você usou, vamos dizer, uma imagem mais bonita, que é a do gênio fora da garrafa. Eu usei já uma coisa, assim, mais usual, que é a pasta de dentes fora do dentifrício”. (Dilma, na coletiva de imprensa durante o encontro do G20, na Rússia, em 2013) A suspensão do Bolsa Família é "boato falso" (Dilma, no Jornal da Band do dia 20 maio 2013, superando o Lula) 1) - Nós vamos padronizar o aeroporto regional no Brasil: ele vai ter um terminal de passageiros, ele vai ter uma pista e pátio, e ele vai ter uma característica com equipamentos para permitir pouso e decolagem. (Dilma Rousseff em 29 de abril de 2013) 2) – Nós juntamos o útil e o mais útil. O mais útil é aquilo que é agradável para as populações: poder transitar pelas suas estradas de uma forma a não estar impedida por algum obstáculo qualquer. (Dilma Rousseff em 29 de abril de 2013) 3) – O setor, o setor é na base da...Nós temos um setor hidrotérmico. Ninguém pode desconhecer que ele é hidrotérmico. Porque não dar para ter as duas coisas simultaneamente. Por exemplo: o meio ambiente diz que não se pode mais fazer grandes reservatórios por causa da área de alagamento. Quando você faz pequenos reservatórios ou usinas a fio d’água necessariamente há uma...uma consequência. Qual é a consequência? Térmicas terão que entrar. (Dilma Rousseff em 29 de abril de 2013). - Em 29 de abril de 2013, no meio de falatório em Campo Grande, Dilma decidiu juntar a expressão deformada a uma tese reinterpretada de Nelson Rodrigues. O trecho publicado pelo Portal do Planalto mostra o que aconteceu: “Uma outra coisa importantíssima surgiu no Brasil, importantíssima. E eu vou falar o que é. Ela está ligada, de uma certa forma, a uma crônica feita por um senhor que se tivesse nascido em qualquer lugar de língua inglesa seria considerada gênio lá. (…) Ele fez uma crônica ─ ele chamava Nelson Rodrigues, ele era muito engraçado ─ ele fez uma crônica que chamava “Complexo de Vira-lata”. Ele dizia que ─ isso foi na época, se eu não me engano, do jogo com a Suécia, final com a Suécia, não tenho certeza, mas foi na final, um pouco antes da final com a Suécia ─ ele fez uma crônica que ele dizia o seguinte: que o Brasil tinha complexo de vira-lata e que ele não podia ter complexo de vira-lata, e que a equipe era boa, tanto que a equipe era boa que ela era boa tecnicamente, taticamente, fisicamente, artisticamente. Tanto é que nós dessa vez ganhamos a Copa. Mas ele sempre falava desse complexo de vira-lata que pode… a gente pode traduzir como um pessimismo, aquela pessoa que sempre acha que tudo vai dar errado, que ela é menor que os outros. E ele dizia uma coisa, e eu queria dizer isso para vocês. Ele dizia que se uma equipe entra… eu não vou citar literalmente, não, mas se uma equipe entra para jogar com o nome Brasil, se ela entra para jogar com o fundo musical do Hino Nacional, então ela é a pátria de chuteiras”. - Ainda em Campo Grande: “O Garrincha, na sua simplicidade, era um jogador que demonstrou que o Brasil não era de maneira alguma, nem tinha por que, era um vencedor, e não tinha porque ter esse arraigado complexo de vira-lata que o nosso cronista esportivo Nelson Rodrigues, um dos maiores teatrólogos do nosso país, nas vésperas da Copa do Mundo, da Copa da Suécia, denunciou a existência pela quantidade de gente que previa um fracasso”. - Em Campo Grande, o besteirol triunfalista novamente se amparou no que Nelson Rodrigues nunca escreveu: “Eu queria dizer para vocês que nós, nós – o governo federal, o governador, os prefeitos, os empresários, os trabalhadores, a sociedade –, nós entramos para jogar o nome Brasil aqui, e ao som… e com o fundo musical do Hino Nacional”, viajou a presidente. “Não tem quem nos derrote se não acharmos nós que já estamos derrotados. Não tem quem nos derrote! Isso é o que garante a nossa força, é o fato de que juntos ninguém nos derrota”. Dilma sendo entrevistada durante a campanha eleitoral: youtube/embed/N0KkpaY7wZI?rel=0 “Eu vi. Você veja...Eu vi, parei de ver. Voltei a ver, e acho que o Neymar e o Ganso têm essa capacidade de fazê a gente olhar” “A única área que eu acho, que vai exigir muita atenção nossa, e aí eu já aventei a hipótese de até criar um ministério, é na aérea de...Na área...Eu diria assim, como uma espécie de analogia com o que acontece na área agrícola” “Aí você fala o seguinte: - “Mas vocês acabaram isso? Vou te falar: - Não, está em andamento! Tem obras que vai durar pra depois de 2010. Agora, por isso, nós já não desenhamos, não começamos a fazer projeto do que nós podêmo fazê? 11.12.13,14...Por que é que não?” - DA SÉRIE DIRETO DO HOSPÍCIO - #DILMA DIZ QUE O BRASIL FOI FUNDADO PELOS CEARENSES. "Eu queria iniciar comprimentando aqui todos os presentes, comprimentando a mulher cearense, os companheiros homens e dizer do meu imenso prazer de tá aqui, mais uma vez, no Ceará. [...] O Nordeste e a seca são um problema. Jamais houve uma atitude correta em relação a essa situação ao longo dus…dus…dus anos sobre essa situação, que é a questão da existência dum fenômeno climático nessa região do país. [...] E de um lado é um desafio e de outro, é um direito do cidadão que aqui veio, aqui povoou e aqui… não só fez tudo isso, mas inaugurou o Brasil. Num vamos esquecê aonde o Brasil cumeçô. [...] Por isso, nós todos sabemos que hoje, todo mundo olha pra essa região e num vê mais o chamado primo pobre da nação." (youtube/watch?v=gwzl2ArmUcg&feature=youtu.be) Do blog do Percival Puggina: A presidente Dilma veio às falas naquele estilo que não dá bola para sujeito, predicado e complemento: "É um imenso preconceito esse que algumas vezes a gente vê sendo externado contra os médicos cubanos. Primeiro, é importante dizer que os médicos estrangeiros, e aí não só os cubanos, porque tem cubano, argentino, uruguaio, espanhol, português, tem de várias nacionalidades. Esses médicos vêm ao Brasil para trabalhar onde os médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar". FRASES DA DILMA - ESPECIAL Dilma é um gênio: na reunião do G20, a estadista do dentifrício vira a cabeça do espião Obama, confunde conteúdo com continente e desconhece até comercial de pasta de dente CELSO ARNALDO ARAÚJO “Vamos conversar sobre o presidente Obama”, convida Dilma no início do vídeo de sua coletiva, pautando os jornalistas enviados a São Petersburgo para o encontro do G20. A estadista que há pouco cedeu ao lhama de franja, Evo Morales, demitindo seu chanceler e enxovalhando a dignidade do diplomata Eduardo Saboia para dar satisfação ideológica a um caudilho caricato e insignificante, aparece exultante pela enquadrada que afirma ter dado no homem mais poderoso do planeta. “Né, como vocês viram, o presidente Obama marcô reunião comigo logo após a primeira sessão do G20”, diz a presidente que não diz coisa com coisa e vice-versa, consultando nervosamente a pasta organizada pelos universitários de sua comitiva. Nos primeiros 15 minutos dessa coletiva à imprensa, ela exporá, mais uma vez, seu imenso e intransponível despreparo para o cargo e sua impossibilidade até hoje quase matemática de emitir um pensamento minimamente ordenado e bem construído sobre virtualmente qualquer assunto. Mas, até aí, nada demais, nada de novo. Ao descrever seu encontro privativo com Obama, no qual tirou satisfação pelo spygate dos EUA no Brasil, dá a impressão de uma dona de casa de poucas letras infiltrada numa reunião de cúpula entre representantes das 20 nações mais poderosas do planeta, relatando o chega pra lá dado no síndico do edifício por causa do barulho do vizinho no andar de cima. Mas ninguém mais parece se chocar com essa permanente sem-noção de contexto, de sintaxe e de metonimia. Ia lá ela justificando isso e aquilo diante das inquirições dos jornalistas, presumivelmente do G20 da imprensa brasileira: “Não, não, a minha ausência tava prevista pelo seguinte, porque eu tinha tido, eu tinha feito um contato anterior e ia fazê uma bilateral. Acabou que ela não pôde acontecê, então eu acabei não ino porque eu ia chegá na metade…”. Justifica o corre-corre: “Amanhã, né, é nossa data pátria, 7 de setembro, e eu tenho de chegá no Brasil pra mim tá lá de manhã cedinho…” E eis que, aos 15:22 do vídeo, o tubo do dentifrício foi aberto – e então a coletiva da presidente adquire a gravidade de um ataque por arma química fulminante, com a duração de apenas 44 segundos. Chocante e letal. É Twilight Zone, é Além da Imaginação. Um repórter pergunta, figurativamente, se o gênio ainda pode voltar à garrafa, ou seja, se o mal-estar com Obama pode ser desfeito. Dilma lembra ao repórter que, por coincidência, usou na conversa com Obama metáfora semelhante, mais popular no Brasil: a do creme dental que não pode retornar ao tubo, depois que este é espremido. Mas, espere, a imagem que Dilma diz ter passado a Obama tem uma pequena variante. Não faz muito sentido em português, mas é mais rica. É, literalmente, o crème de la crème, o creme dental dentro dele mesmo, com outro nome — dentifrício. Soa como palavra entorta-língua, mas até crianças aprenderam o que significa dentifrício, ao longo de 50 anos de comerciais de pasta de dente na TV. “Ontem eu disse ao presidente Obama que era claro que ele sabia que depois que a pasta de dentes sai do dentifrício ela, dificilmente, volta pra dentro do dentifrício, então, que a gente tinha de levar isso em conta…” Excuse me? Claro, Obama já deve ter percebido por experiência própria, até antes de ser presidente, que a pasta de dentes não volta ao tubo uma vez espremido este. Mas a pasta de dentes de Dilma sai de dentro de seu próprio sinônimo? Nem os Irmãos Campos pensaram nisso num de seus poemas concretos. E aqui começa um mistério linguístico muito intrincado – e fascinante. Se Dilma usou em português duas palavras que querem dizer a mesma coisa (pasta de dentes e dentifrício), mas desejando dizer coisas distintas, ou seja, o creme e seu tubo, conteúdo e continente, como o tradutor da conversa com Obama escapou dessa armadilha? Em inglês, as palavras também são sinônimos perfeitos – toothpaste e dentifrice. Um não pode sair de dentro do outro. Conseguiu o heroico tradutor, fazendo o caminho linguístico inverso, introduzir o tubo na pasta, para que a metáfora de Dilma fizesse algum sentido para Obama? Provavelmente sim, porque, na resposta dada na coletiva, Dilma insistiria de novo na estranha pasta de dentes dentro do dentifrício – versão em dilmês do “três pratos de trigo para três tigres tristes”. E não é que, segundo ela, Obama entendeu? “E ele me disse, me respondeu, que ele faria todo o esforço político para que essa pasta de dentes pelo menos não ficasse solta por aí e voltasse uma parte para dentro do dentifrício”. Humm, estou achando que, depois desse encontro, Obama mandou o pessoal da NSA recolher toda a parafernália de vigilância digital sobre a presidente do Brasil – não há rigorosamente nada a ser espiado no mundo de Dilma, fora de um roteiro para o Saturday Night Live. A essa altura, o repórter que fez a pergunta e os demais jornalistas brasileiros presentes à coletiva, se efetivamente prestaram atenção na resposta, estavam de boca aberta, com dentes e gengivas à mostra. Coube a Dilma obturar as últimas cáries de perplexidade dos jornalistas, fechando a resposta ao indagante: “Você usou, vamos dizer, uma imagem mais bonita, que é a do gênio fora da garrafa. Eu usei já uma coisa, assim, mais usual, que é a pasta de dentes fora do dentifrício”. Usual, a pasta fora dela mesma? Falando sério, se é que isso é possível neste momento: posso estar exagerando, mas, independentemente de todas as bobagens que nossa presidente tenha acumulado até São Petersburgo, uma pessoa que não sabe que dentifrício não é o tubo de pasta de dentes, mas o próprio creme dental, definitivamente não pode ser presidente da República do Suriname. E o pior é que o gênio do mal que tirou essa pessoa da garrafa não pode fazê-la voltar. Prezado Lúcio. Ouvindo Dilma, Lula e outros petistas noveaux riches, deu-me vontade de sugerir a abertura de uma Delegacia do Idioma para receber denúncias de maus-tratos. Abraço, Puggina
Posted on: Sat, 05 Oct 2013 20:51:00 +0000

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