Sobre a prisão de dois estudantes da USP que não faziam parte da ocupação da REitoria. Esta prisão foi arbitrária. Eles aparentemente foram torturados na delegacia. Isso não está certo. Car@s colegas da USP, acabo de voltar da 93° Delegacia de Polícia onde estão presos os dois estudantes da Filosofia: Inauê Taguara e João Victor Gonzales. O Inauê é diretor do Centro Acadêmico da Filosofia. O João Victor, além de aluno da filosofia, é funcionário da FAU. Aos dois estão sendo atribuídos todos os danos e supostos furtos teriam ocorrido no interior da reitoria, além da acusação de formação de quadrilha. É importante esclarecer algumas coisas para que tenhamos consciência do absurdo e arbitrariedade da prisão dos dois. Ontem durante a madruga, o CAF organizou uma festa no interior do centro acadêmico que fica no Espaço Verde no prédio do meio na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Essa atividade foi amplamente divulgada e os materiais de divulgação já foram entregues ao delegado pelo Chefe do Departamento de Filosofia, professor Milton Meira. Os dois estudantes estavam nessa festa, juntamente com outros alunos da filosofia durante toda a madrugada. Parte desses alunos já prestaram depoimento à polícia. Por volta das cinco horas da manhã, o Inauê, diretor do CAF, solicitou aos guardas do prédio do meio que fechassem o espaço dos estudantes porque eles estavam indo embora. Os seguranças confirmam a informação mas se recusam a depor por medo de represálias, uma vez que eles são terceirizados e não têm estabilidade. Nesse momento, quando os estudantes da filosofia (incluindo o Inauê e o João Victor) saiam do prédio, ouviram rojões vindo da região da reitoria e desceram para ver o que estava acontecendo. Foi quando a tropa de choque avistou o conjunto de estudante e os perseguiu. Parte deles conseguiram correr, mas o Inauê e o João Victor foram presos. É importante frisar que a informação passada pela própria polícia à imprensa é de que nenhum estudante foi preso no interior da reitoria, o que confirma a versão dada pelos estudantes da filosofia. Essa informação consta, por exemplo, na matéria da Folha on line, onde lemos Segundo os estudantes, dois estudantes foram detidos pela PM e levados para a delegacia. A PM nega que tenha detido alunos durante a reintegração. Ver: www1.folha.uol.br/cotidiano/2013/11/1370171-usp-diz-que-e-grande-a-destruicao-na-reitoria-e-que-equipamentos-sumiram.shtml Soma-se a isso outra informação importante: juntamente com o Inauê e o João Victor, foram presos dois ciclistas que treinavam na USP pela manhã. Eles logo foram liberados, por não serem alunos da USP, mas isso demonstra claramente a disposição da Polícia Militar em prender qualquer pessoa que estivesse andando pelo campus naquele momento. Outro fato de extrema gravidade é que, conforme consta no depoimento dos dois estudantes, eles foram vítimas de tortura física e psicológica, traduzindo: eles apanharam muito e foram pressionados a confessar que estavam na reitoria, o que eles não fizeram. Os dois estão, neste momento, no 93° DP e seguirão em breve para o 91° DP. Se o juiz não autorizar o Habeas Corpus até amanhã, eles seguirão para um Centro de Detenção. Isso pode acontecer porque, segundo o Boletim de Ocorrência eles foram presos em flagrante. Resta saber, flagrante de quê. Em suma, a situação é muito grave. O movimento estudantil e toda a universidade precisa se unir para defender esses dois estudantes que foram presos de modo completamente arbitrário e correm o risco de assumir o ônus de ações que eles não cometeram. O Chefe do Departamento de Filosofia, professor Milton Meira prontamente se dispôs a ajudar os estudantes e estava na delegacia desde a manhã. O diretor da FFLCH, prof. Sérgio Adorno, assim que ficou sabendo das circunstâncias da prisão dos dois estudantes da FFLCH, também se dispôs a ir à delegacia, segundo informações da gestão do CAF. O DCE chamou o ato para a frente da 93° DP. A gestão da APG está com um representante na delegacia.
Posted on: Tue, 12 Nov 2013 19:27:22 +0000