TRAIPU TERRA DA GENTE CASOS DO POVO PASSOU VERGONHA Minha amiga - TopicsExpress



          

TRAIPU TERRA DA GENTE CASOS DO POVO PASSOU VERGONHA Minha amiga filha dum cara rico, muito metida nunca deu valou aos jovens de sua terra. Dizia, gente pobre do interior, sem classe, nada de interessante, não quero. Ela era muito bonita, bem vestida, a mais cobiçada de todas, mas não dava bola pra ninguém. Certo dia no Cine Margarete, o conjunto de seu Nelson o Som Sete de Arapiraca veio fazer um baile, e um carinha de lá da terra do fumo, feito uma praga chegou junto do mesmo, era conhecido deles, um penetra , o tipo piolho. Bem vestido dizendo fazer parte do Grupo, foi alvo da cobiça das mocinhas que estavam naquele salão. A mais bonita, essa metida, tomou a vez da outras se oferecendo a ele. Ele até tinha uma boa aparência, muito conversador, extrovertido, o tipo “entrão”, se dizia empresário. Ela namorou a noite toda, muito empolgada, com o tal. Dançou aos beijos curtindo uma grande paixão. Nós rapazinhos roendo couro, morrendo de inveja. Mas como sempre um dia é da caça e outra do caçador. A nossa conterrânea ansiava para reencontrar seu amor em Arapiraca, queria até conhecer a família dele. Foi um dia a Arapiraca, pensando encontrá-lo, pelo comercio, lugar comum onde todos passeiam e fazem compras. Ela sentada no bar da Neta, que era ponto do povo de Traipu, corria a vista em todos que passava para ver se o via, mas sempre em vão. Tinha ido com sua irmã que a chamou para irem à sorveteria Pingüim ,na praça Marques, lugar de convergência de muita gente, tomar um sorvete, e quem sabe por lá encontrar o seu príncipe, que ansiosa não via a hora de abraçá-lo. De lá da sorveteria, seus olhos sondavam os cantos , caçando-o em todos os jovens que por ali passavam. Já cansada de tentar, em vão enquanto saboreava um sorvete, de repente uma voz familiar dizia: - Senhor vai engraxar os sapatos, só cobro um conto. Aguçando o ouvido, atinou de onde vinha aquela voz já conhecida. Viu seu amor com uma caixa na mão. Escondendo-se do tal ,com o rosto baixo de vergonha, não imaginou que aquele cara que se dizia empresário, era dono duma simples caixa de engraxate e ganhava a vida, dando brilho no lambe- lambe do couro dos sapatos dos clientes, com a língua de sua flanela. Desistiu de seu empresário e depois casou-se com um político. Por Ciro Machado
Posted on: Sun, 18 Aug 2013 00:50:27 +0000

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