Texto do BloGessinger desta terça: A Arte de Defender Teses Sem - TopicsExpress



          

Texto do BloGessinger desta terça: A Arte de Defender Teses Sem Defesa (118) Sinto falta de terrenos baldios. Eu sei, não faria sentido preservá-los. Que sejam urbanizados é inevitável. Que se transformassem em praças seria o ideal. Mesmo assim, sinto falta dos terrenos baldios do bairro da minha infância. Misteriosos e insondáveis. Buracos negros, triângulos das bermudas escondidos por precários muros revestidos por fragmentos de cartazes de shows que há muito já haviam rolado. Alguns metros quadrados de infinito cercados de cidade por todos os lados. Espaço vazio. Magia selvagem aparentemente sem dono onde tudo era porvir. E quando o porvir chegou, o mistério se foi. Da janela do avião ou de algum quarto de hotel em andar alto, dou um search visual e faço a contabilidade melancólica da extinção dos terrenos baldios comum a todas as cidades. (*) Caramba, por que desandei a falar disso agora? Deve ser o momento: passado o lançamento de disco e livro, seguem-se infindáveis entrevistas onde é inevitável a racionalidade. Busca de porquês, necessidade de ligar causas e consequências que, às vezes, nem no mesmo universo estão. Tentativas vãs de jogar luz sobre tudo, esquadrinhando, analisando, acabando com os terrenos baldios da alma. Mas eu convivo tão bem com eles! Com sussurros de frases incompreensíveis, folhas em branco, silêncios e palavras ilegíveis. Espaços vazios! Gosto de sensações que não podem ser expressas senão pelo olhar. (*) Às vezes cansa repetir as mesmas frases. Mas como mentir não é uma hipótese, lá vamos nós de novo... Às vezes doem as oportunidades perdidas. Mas com o tempo até isso fica divertido. Se quiserem falar de música, literatura, futebol, cabelo, política... pra mim tanto faz. Aprendi que entrevistas revelam mais do entrevistador do que do entrevistado. Na real, há um diálogo maior (um hippie diria "cósmico") rolando, do qual tudo faz parte. E tudo vale a pena quando se está a serviço de algo em que se acredita (esta deve ser a tal "alma que não é pequena" - pra ficar no verso famoso). Enfim... Escrevo no fim de uma segunda-feira puxada mas proveitosa. Falei do disco, do livro, do show em várias rádios e TVs. Reencontrei antigos colegas, conheci novos profissionais, tentei chegar às pessoas. Fiz o que está ao meu alcance. Na esperança de que, o que está além, a música alcance. (*) bah: na sessão de autógrafos de domingo em São Paulo, recebi de uma amiga este ingresso do show de 1988 no Araújo Vianna. Quinta estarei lá de novo. Tchê loco, que momento! Que viagem! valeu, Tainan. terrenos baldios ou arranha-céus que outubro traga coisas boas -~- # Giovana
Posted on: Tue, 01 Oct 2013 20:40:37 +0000

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