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UMA QUESTÃO DE FÉ Tratar de fé é assunto dos mais complexos, já que cada um de nós a concebe de uma maneira, de acordo com sua cultura, suas experiências, suas vivências, seu conjunto de valores e seu alcance possível. Grande parte das desavenças ocorridas em torno da fé ao longo da história da humanidade deu-se justamente em virtude da tentativa de imposição de uma fé dogmática e presunçosa, baseada no orgulho, na vaidade e em falácias (...). Em virtude de nossa herança cultural, o vocábulo fé costuma ser associado ao conceito de crença, sendo este, quiçá, um dos principais elementos causadores de tanta discórdia sobre esse tema. (...) Enquanto crença trata de mera opinião, algo incerto, indefinido (como quando alguém diz: creio que meu time é o melhor), a fé, que deriva da raiz latina fides, tem a mesma origem etimológica que o vocábulo fidelidade, e há que ser compreendida justamente nesse sentido de harmonia, de sintonia. Como bem explica Huberto Rohden, quando meu aparelho de rádio está sintonizado com a onda eletrônica emitida pela estação emissora, então meu rádio apanha nitidamente a música irradiada pela emissora - meu rádio tem fé, fidelidade, alta fidelidade com a estação emissora. Mas quando o meu aparelho receptor não está afinado com a mesma frequência vibratória da emissora, não apanha a música, porque não tem fé, fidelidade, sintonia. (...) De fato, se buscarmos compreender a fé como uma sintonia com Deus, nosso Criador, sua compreensão e assimilação se tornam muito mais facilitadas. Valendo-nos do pertinente exemplo do rádio, torna-se fácil percebermos que nossa compreensão de Deus será tanto melhor, quanto maior for a sintonia que consigamos fazer com o Criador. Por outro lado, essa sintonia pode sofrer uma série de interferências, as quais surgem das mais variadas formas em nosso cotidiano, e têm como grande propulsor o materialismo exacerbado. Cabe a cada um de nós buscar depurar-se a fim de que essa sintonia se dê da forma mais fidedigna possível. Essa frequência com a Divindade não se dá, por evidente, através de dogmas aceitos sem exame, ou de imposições, devendo, necessariamente, ocorrer por meio de deduções lógicas e racionais, somadas à certeza que cada um de nós tem da existência desse plano superior. A verdadeira fé encontra-se, justamente, nessa convicção que nos anima e nos desperta para os ideais elevados, e baseia-se na razão, no discernimento e na compreensão, enquanto a fé cega, baseada em dogmas muitas vezes ilógicos, acaba por conduzir ao fanatismo. Em que pese afirmarmos a necessidade de uma fé congruente e raciocinada, como forma de atingir seu verdadeiro significado, não podemos olvidar que a fé não pode ser compreendida de forma simplesmente teórica e estática, devendo, pois, ser vivida, para que possa ser alcançada em sua plenitude. O alcance da verdadeira fé se faz, pois, essencialmente através da busca pelo autoconhecimento, eis que é através de tal prática que o indivíduo poderá fazer a gradativa compreensão da dinâmica existencial, bem como do papel que deve desempenhar no trânsito da Terra. A fé não deve nunca ser imposta ou prescrita, mas construída de dentro para fora, cabendo a cada um a tarefa de procurar compreendê-la e aflorá-la.
Posted on: Wed, 06 Nov 2013 13:19:49 +0000

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