Um dos primeiros posts que fiz aqui no FB foi o comentário sobre - TopicsExpress



          

Um dos primeiros posts que fiz aqui no FB foi o comentário sobre a situação aflitiva porque passam os músicos brasileiros (e os artistas em geral), reduzidos à condição de pobreza e desemprego quase que absolutos. Primeiramente, isto foi gerado pelo aumento da violência nas cidades, fazendo com que as pessoas saiam menos, principalmente à noite, limitem suas incursões a saídas diurnas, o que foi um golpe de morte nas orquestras e nos bailes. Se não há público, não há trabalho. Sabemos também que os milionários brasileiros (desculpe, quero dizer bilionários) não têm nada de Mecenas, não praticam o mecenato, e dou graças a Deus por isto ter existido na época dos grandes compositores, pintores e artistas em geral, ou hoje não conheceríamos a Madona, Mozart e os grandes mestres. Simultaneamente com a queda dos bailes e shows, veio a chegada dos equipamentos eletrônicos, e dos DJs nas festas particulares, casamentos, etc., mercado que anteriormente pertencia aos músicos. Embora usando o material gravado e executado pelos músicos, estes nada recebem, e será sempre mais barato contratar um DJ, um único indivíduo e seu equipamento, (embora estejam inflacionando este mercado cada vez mais), que pagar uma orquestra, com um mínimo de dez a doze elementos. Quando a preferência recai na música ao vivo, são contratados apenas conjuntos, com cinco elementos, ou pequenas bandas, com menos componentes ainda, desempregando um grande número de profissionais. Atualmente a crise atingiu os músicos de tal maneira que só podem sobreviver na profissão os que têm mais de uma: músicos militares, componentes das orquestras oficiais, ou os que vão ser taxistas, ou outra profissão alternativa como meio de sobrevivência. A maioria dos músicos está mesmo largando a profissão, com graves repercussões na sua autoestima e em seu emocional. E uma grande parcela simplesmente perdeu a capacidade de manter a si próprio e à sua família, indo apelar para subempregos e sub-profissões. Nada pior do que ser um músico de talento, um artista verdadeiro, que dedicou toda a sua vida ao estudo e à prática da Música, e ter que "vender limão na feira" para sobreviver. Em países preocupados em proteger seus cidadãos, México e EUA, por exemplo, para cada músico que um cartaz vindo do estrangeiro desemprega, um pesado tributo é pago aos sindicatos de classe, (daí a necessidade da existência de uma Ordem dos Músicos, e/ou sindicato de classe), para ajudar a custear, através do seguro-desemprego, por exemplo, aos artistas sindicalizados que foram dispensados do trabalho ou não trabalham há tempos. O Sr. Cesar Maia, quando ocupava cargo de Prefeito do RJ contratou por MILHÕES DE DÓLARES O CONJUNTO ROLLING STONES e COLOCOU UM MILHÃO DE PESSOAS ASSISTINDO AO ESPETÁCULO. Emocionante!... Fico pensando quantos espetáculos musicais, teatrais, artísticos em geral, a Prefeitura poderia ter gerado com o valor que pagou, antecipadamente, no exterior, para a vinda do conjunto milionário, e quantos artistas poderiam viver mais algum tempo com decência. E fico pensando em quem agenciou esta vinda, e em quanto ganhou de comissão... Quando o Presidente Lula chamou o Sr. Gilberto Gil para ocupar o cargo de Ministro da Cultura, por cinco anos seguidos, (Ah!Presidente...) tivemos a ilusão de que faria algo pela classe, esquecendo-nos de que como músico, ele era patrão, contratante, milionário. O que este senhor fez foi dar uma grande contribuição financeira ao Cirque du Soleil, grande empresa multinacional. E o que daria para ser feito pelos músicos em cinco anos! Por isto não tenho simpatia pelos baianos, que receberam tudo de graça com os Festivais da Canção, a mídia lançando-os gratuitamente, em todo o país. Todos os que são cartazes hoje tiveram um acesso maciço e poderoso, que hoje não existe mais, pois até as gravadoras faliram e não lançam mais ninguém. Ganharam de bandeja o que nunca mais nenhum músico ou artista brasileiro poderá ganhar ou sequer sonhar... A atitude destas pessoas devia ser mais humilde e mais generosa, redistribuindo o que conseguiram de graça. Especialmente no caso de um Ministro da Cultura, no poder por cinco anos! Outro equívoco: pensando estar contribuindo para a justiça nas relações de trabalho, o STF desobrigou e desqualificou a inscrição na Ordem dos Músicos, por questões discutíveis destas relações. Reduziu o acesso à profissão de músico, a uma simples questão de "ter talento". A prova e a inscrição na Ordem dos Músicos e no Sindicato de classe, servem para classificar o músico para tal ou qual aptidão que possui, e em que nível. SE BASTA O TALENTO, E EU ME CONSIDERO UMA PESSOA TALENTOSA, ENTÃO EU POSSO PRETENDER O CARGO DE REGENTE DA ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA!!! TRANSCREVENDO da Ministra Ellen Gracie: "A música é uma arte em si, algo sublime, próximo da divindade, de modo que se tem talento para a música ou não se tem", completou a relatora. Na hipótese, a ministra entendeu que a liberdade de expressão se sobrepõe, como ocorreu no julgamento do RE 511.961, em que o tribunal afastou a exigência de registro e diploma para o exercício da profissão de jornalista. O processo teve início com Mandado de Segurança apresentado contra ato da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), que exigiu dos autores da ação o registro na entidade de classe como condição para exercer a profissão." Esta visão romanceada do profissional da música, esquece que também é músico o simples batuqueiro, como o é também o Regente das grandes orquestras. Que o músico pode ser executante, arranjador, ensaiador, vocalista, maestro, e outros, e isto em diversos graus de aprendizagem e experiência. Achamos que a existência da Ordem dos Músicos é tão importante quanto a da Ordem dos Advogados do Brasil; o que deve ser coibido são os abusos de um ou do outro órgão, TAL COMO O INJUSTIFICÁVEL IMPEDIMENTO AO LIVRE EXERCÍCIO PROFISSIONAL, GARANTIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, PELA OAB, A QUEM NÃO FOR APROVADO NO SEU ESPÚRIO EXAME. , QUE OBTEVE TOTAL APROVAÇÃO PELO MESMO STF Curioso, este nosso país... Jornalistas e músicos não precisam de órgãos representativos, NÃO PRECISAM COMPROVAR CONHECIMENTOS, NEM FAZER PROVAS, NEM FAZER PAGAMENTOS, NEM ESTAREM INSCRITOS NOS ÓRGÃOS DE CLASSE E LEIA-SE: NÃO PRECISAM SER FORMADOS EM SUAS ÁREAS, mas os bacharéis de Direito EMBORA FORMADOS, sequer podem exercer a profissão na qual se formaram, durante 5 anos de estudos...Hoje que existem até pendrives com todo o saber jurídico de que precisa um advogado, incluindo as peças, com atualizações previstas, porque obrigar os bacharéis a reestudar e rememorar os cinco anos, se os profissionais da área apenas consultam os sites jurídicos e carregam seus pendrives-socorro? E o STF ao julgar a PROVA DA OAB CONSTITUCIONAL, (Recordem-me: para algo SER CONSTITUCIONAL não precisa respeitar uma pequena palavra, também da Constituição: ISONOMIA???) PERMITIU E CORROBOROU QUE A TODO-PODEROSA OAB AÍ ESTEJA, COBRANDO SEUS TRIBUTOS MILIONÁRIOS E IMPEDINDO O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO A MILHÕES DE BRASILEIROS!... PARA ISTO NÃO BASTA TER TALENTO OU DOM NATURAL... NÃO BASTA NEM MESMO TER CUMPRIDO OS CINCO ANOS EXIGIDOS PELO MEC PARA A QUALIFICAÇÃO E O REGISTRO PROFISSIONAL. Procuro intensamente entender a lógica do STF e não sei porque isto me lembra o antigo "Samba do Crioulo Doido", do inesquecível Sérgio Porto, que hoje no faz imensa falta!... Fiquemos então com o positivo: algo foi feito pelos músicos brasileiros, NO SEU DOMINANTE ESTADO DE POBREZA. Como em tudo o mais, há os músicos que por alguma razão não estão na situação descrita pela ex-senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e são as exceções que confirmam a regra. Na defesa de seu projeto, Marisa Serrano afirmou que "a categoria é uma das menos amparadas pela proteção social em nosso país". Recordemos que o artigo do Código do Trabalho que tratava da profissão de Músico, foi suprimido do mesmo. A categoria sequer foi examinada e reconhecida como tal, pelo Ministério que acolhe (ou deveria acolher) todos os trabalhadores brasileiros.
Posted on: Mon, 05 Aug 2013 17:06:24 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015