Você abraça um amigo, abraça um amor, abraça uma experiência. - TopicsExpress



          

Você abraça um amigo, abraça um amor, abraça uma experiência. Sente que nada lhe satisfaz mais do que o gozo instantâneo do superficial. Mas o que é superficial? Pensar em superficial é criticar tudo em que se acredita que seja contrário as propostas de coisas que pareçam dotadas de profundidade? Não se sabe o que é real ou sentido como real e entre o que é considerado superficial. Se não tem base para distinguir o que é superficial e o que é profundo, porque ainda se discute então? Talvez pelo simples fato das coisas que gerem sentido. Onde nada parece real fica difícil discorrer sobre as coisas ou sobre o sentido que elas despertam. As relações se tornam impessoais e superficiais da maneira mais profunda que se pode sentir... é aquela paixão e tesão que se sente, o prazer instantâneo que somente a relação do eu com o outro pode possibilitar. Mas quem é esse outro? É o outro “coisificado”. É o outro valorativo. É o valorativo mercantil. E onde está a visão “romântica”? A visão romântica, das relações românticas, da sociedade romântica... Está somente em livros. A arte imita a vida? Não. A arte só gera o mesmo prazer instantâneo que as relações superficiais prometem. O cinema, a música, a poesia etc., só configuram o outro polo do que o ser humano não é. Porque tudo isso é dotado de beleza e esplendor? Porque reproduz tudo aquilo que o homem desconhece e antes de tudo não tem nem de longe a menor capacidade de compreender parece belo. Porque tudo se tornou ou se evidenciou tão instantâneo? Não se sabe. Somente se tem conhecimento que o desespero impera no presente contexto, em que todo desespero e busca de sentido é evidenciado a todo o momento. Você consome alguma coisa e logo em seguida o prazer já se tornou parte do desespero da busca do sentido e um novo foco é direcionado na tentativa de obter mais prazer. Consomem-se produtos... Consomem-se pessoas. Coisificam-se pessoas... Personificam-se coisas. Já se evidenciava nos discursos populares do senso comum “quer um romance (em toda forma de viver), leia um livro”. Em meio a tanta podridão, o cheiro brota das fontes mais cintilantes... as humanas. O humano exala todo odor do erro social. E a culpa está em alguma coisa ou no próprio humano? Não se tem certeza. O desconhecimento de algo não é sinal de um estado de ignorância, mas a ignorância é um estado de acomodação. Não se sabe somente o que não se procura, e não o que não se entende. A dor está totalmente em quem sabe das coisas. A dor não faz parte de quem tem as certezas da alienação. O alienado é um mero discípulo dos ensinamentos de como não sentir dor. Quem vive melhor? Com certeza o alienado. E porque vive melhor? Se viver é simplesmente um modo de não sentir a dor social, talvez o alienado viva melhor. Mas se viver é tentar entender tudo que se sabe que não é de longe fácil de entender, o alienado está fadado ao fracasso. Pensar dói, mas dói mais achar acreditar que não saindo da zona de conforto se é mais feliz. Na sociedade pós-moderna, pensar se transformou em um artigo de luxo, onde este é o único “artefato” com pouca procura no mercado. E essa sociedade pós-moderna permite relações realmente descompromissadas de extração de algum tipo de prazer? Não. Mas como em uma sessão de cinema, você pode pagar o ingresso e acompanhar o filme por algum tempo.
Posted on: Sun, 14 Jul 2013 07:45:44 +0000

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