Você já teve a sensação de que a sua vida é um filme? E que nesse filme você é o protagonista, o ator principal? Você já se assustou com a experiência de algum “déjà vu” (a certeza rápida, estranha e passageira de que já vivera um determinado momento no presente exatamente igual no passado)? Bem, welcome aboard! Você é sim a estrela principal do seu filme! Não vou entrar aqui nos vários e intrincados conceitos sobre esse fenômeno humano por dois motivos: não tenho conhecimento suficiente, e ainda que tivesse, só pesquisar o assunto não levaria a nada. O fundamental não é o fenômeno é o que você pensa e faz com ele. Para muitos cientistas essas sensações nada mais são do que atrofias no lobo temporal (logo atrás das orelhas), que governa a formação de memórias; alguns geneticistas pensam que isso nada mais é que um tilt no sistema das memórias e, num mesmo segundo, o novo quer ocupar o mesmo lugar do velho e a gente sente “que já viu” (é o déjà vu). O problema é que algumas pessoas vivem quase que em permanente estado de “já vi, já sei, já provei, já senti, já me ferrei...” (mas esse é outro assunto que fica para um outro dia). E, onde há ciência, claro, há misticismo também, e um batalhão de pensadores (alguns mandingueiros, inclusive evangélicos) apresentam suas teorias místicas e cabalísticas para o “déjà vu”. Contudo, como disse Miguel de Cervantes, em Dom Quixote: “No creo en brujas, pero que las hay, las hay.” E as evidências confirmam que cada um de nós participa de um filme próprio e especial, e que, em nossos filmes, cruzamos com os filmes de outros atores – todos grandes, todos divinos – com quem contracenamos e o resultado dessa superprodução será exibido nas telas da eternidade. O escritor e crítico de arte José Ribamar Ferreira, conhecido como o poeta dos longos cabelos brancos, adotou o pseudônimo de Ferreira Gullar com a seguinte explicação: “Todo mundo no Maranhão é Ribamar, meu nome é inventado, como a vida é inventada.” Creio que ele passou perto de Deus nesse pensamento. A Bíblia diz que Deus é o Autor de todos os seres humanos – desde o primeiro até o último – e que ao criar cada um de nós, com a delicadeza, atenção e o propósito de quem compõem uma peça de arte, uma obra musical – única, preciosa e eterna – coloca em sua realização: seu Espírito, e seu sonho (destino), a fim de que esse ator humano interprete plenamente e com sucesso o papel que lhe fora atribuído. O shiur de hoje é apenas um importante lembrete para que eu e você atinemos para o maravilhoso e único filme da nossa vida, em produção diária, às vezes com alguns improvisos, cortes, acidentes e reinterpretações, a participação de personagens maus, violentos, mas sempre muito bem dirigidos - todos - pelo Autor Supremo, o Grande Diretor Geral do Universo. Compreender bem o papel que nos foi concedido nessa Obra Prima fundamental nos permitirá viver em plena sintonia com o nosso destino no Senhor, e não há lugar mais seguro e feliz do que exercer o nosso papel na Obra de Deus – onde seremos sempre protagonistas, ainda que parecendo coadjuvantes ou simples figurantes – ouvindo a voz do Diretor, e buscando compreender sua Direção e seu desenho poético para a nossa vida. Cada um de nós é um protagonista no filme da nossa vida que Deus criou, e está montando dia a dia, noite adentro. Portanto, jamais, se sinta um anônimo, tampouco perdido, abandonado, esquecido ou azarado. Não se deixe levar por esse engano. Você - e isso não é nenhum apelo motivacional adocicado - não é uma pessoa sem sentido, propósito ou valor; você é um filho, uma filha do Rei – um príncipe, uma princesa – e precisa acordar para essa verdade o quanto antes, sob o risco de ficar agindo como figurante, manipulado pelo Inimigo de Deus e seus comparsas, quando é protagonista do filme que Deus escreveu pra você. Quando tiver um tempinho extra, leia o Salmo 139 completo e medite sobre ele pensando – sem arrogância – na relevância que você e sua vida têm para nosso Diretor nessa Obra da sua vida: “SENHOR, tu me sondas e me conheces! Sabe quando me sento e quando me levanto, e acompanhas o meu pensamento onde quer que eu esteja... Graças te dou pela maneira extraordinária como fui criado! Pois tu és tremendo e maravilhoso! Sim minha alma o sabe muito bem. Meus ossos não te eram encobertos, quando fui formado ocultamente e tecido nas profundezas da terra. Teus olhos viram meu embrião, e em teu livro foram registrados todos os meus dias; prefixados, antes mesmo que um só deles existisse...” (Sl 139 KJA). Boker tov chaver sheli! Bom dia amado amigo. Deixo-lhe ainda esse texto de Victor Hugo, publicado em 1862 e aqui, nessa obra sobre as batalhas de Waterloo, na França do sec.19, tão bem representado. Mas não há filme mais lindo e importante do que o seu. E, o melhor de tudo, é que eu faço parte dele também. Boker tov / Bom dia. Bom filme!
Posted on: Sat, 21 Sep 2013 17:24:40 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015