gessoreciclado O que antes era um dos principais resíduos - TopicsExpress



          

gessoreciclado O que antes era um dos principais resíduos sólidos da construção civil tornou-se graças a novas pesquisas matéria reciclável para novos produtos Atualmente a Construção Civil é responsável pela produção de 40% a 60% dos resíduos sólidos dos lixos urbanos. Nos últimos anos a construção civil cresceu e movimentou a economia, entretanto este crescimento econômico gerou sérios problemas ambientais, uma vez que grande parte deste entulho não era reaproveitado. O Gesso até então era considerado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) como um material que não possuía tecnologia necessária para sua reciclagem. Esta realidade mudou ano passado por conclusões advindas do próprio CONAMA. Entretanto estudos promovidos por instituições de ensino e pesquisadores reforçaram a decisão acertada do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Um destes estudos foi promovido pela engenheira civil Sayonara Maria de Moraes Pinheiro, em parceria com a instituição de ensino Unicamp. A pesquisa gerenciada pela engenheira atestou a possibilidade de recuperar o material oriundo da construção civil, mantendo as mesmas propriedades físicas e mecânicas do gesso comercial. Estima-se que o resíduo do gesso represente em torno de 4% do volume do descarte da construção civil. O Conexão Plastilit entrevistou a engenheira Sayonara Maria de Morais Pinheiro, as respostas você acompanha a seguir: CONEXÃO PLASTILIT - Sayonara, você com sua pesquisa reafirmou a decisão acertada do Conama ao mudar a classificação do Gesso de Classe “C” para Classe “B”. Qual a importância desta reclassificação em sua opinião? Sayonara Maria de Moraes Pinheiro - A Resolução nº 307/2002 do CONAMA classifica os resíduos de construção como: Classe “C” – “resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação” e Classe “B” – “os resíduos recicláveis para outras destinações”. Conforme mostro na tese, a reciclagem do resíduo de gesso é tecnicamente viável e de forma contínua, sendo possível gerar um produto – gesso reciclado, com características aglomerantes similares ao do gesso comercial. A reclassificação é significativamente importante, pois anteriormente o resíduo não possuía uma destinação bem definida e com a inclusão na Classe “B” ele deverá ser destinado à reciclagem. Uma tomada de decisão ecologicamente correta e que contribui para a sustentabilidade da cadeia produtiva da construção civil. CONEXÃO PLASTILIT - Quanto tempo sua pesquisa demorou para ser totalmente desenvolvida e quais foram suas maiores dificuldades? Sayonara Maria de Moraes Pinheiro - A pesquisa foi desenvolvida em 4 anos no período de março/2008 a dezembro de 2011. A maior dificuldade foi a adoção dos parâmetros do processo de reciclagem, como granulometria do resíduo, temperatura e tempo de calcinação, bem como a simulação com os equipamentos disponíveis. CONEXÃO PLASTILIT - Como o gesso que anteriormente iria para o lixo pode ser reciclado, quais as possibilidades de reutilização que o material proporciona? Sayonara Maria de Moraes Pinheiro - O resíduo de gesso pode ser reciclado ou reutilizado por meio de processos que envolvem a moagem e/ou calcinação do material. Quando submetido somente à moagem o material reciclado pode ser utilizado como gesso agrícola, adição e até mesmo na produção de cimento. E quando submetido, também, à calcinação o material reciclado se transforma no gesso reciclado, apto a ser utilizado na fabricação de componentes e como revestimento na construção. A segunda opção é o que fundamenta o termo “gesso sustentável”, pois demonstra a viabilidade de retorno do resíduo no início da cadeia produtiva, minimizando a utilização do recurso natural não renovável do planeta. CONEXÃO PLASTILIT - Agora com a readequação da definição do gesso por parte do Conama, qual o próximo passo em sua opinião para este material oriundo da construção civil seja 100% reciclado? Sayonara Maria de Moraes Pinheiro - O processo é um pouco complexo. Inicialmente, é necessário implantar um projeto de gerenciamento do resíduo nas obras e indústrias de componentes, visando à triagem e a não contaminação do resíduo de gesso. A seguir é necessário implantar as unidades de reciclagem específica, em pontos estratégicos de forma a receber o material. É relevante dizer que há necessidade de estudos relacionados aos processos necessários ao estabelecimento das características técnicas dessas unidades. Até o momento as pesquisas são desenvolvidas utilizando a simulação com equipamentos tradicionais existentes nos laboratórios de materiais de construção. O reaproveitamento do gesso oriundo da construção civil em outro segmento Sonia Cunha Fagundes é consultora ambiental com grande experiência de mercado atuando em indústria de grande porte como gestora de equipe de meio ambiente e projetos de reciclagem e reaproveitamento de resíduos. Ela esteve envolvida diretamente em uma pesquisa que comprova também a possibilidade de utilização do gesso como parte do composto de alguns fertilizantes. O Conexão Plastilit perguntou mais sobre o projeto e sobre esta outra maneira de reciclar. Fique de olho nas respostas: CONEXÃO PLASTILIT - Sonia, você desenvolveu seu trabalho de conclusão de curso de Engenharia Ambiental com base no tema: Reciclagem do Gesso em fertilizantes, porque a escolha deste tema? Sonia Cunha Fagundes - O Trabalho de conclusão foi motivado por um case, que participei ativamente, numa empresa de grande porte que trabalhei por 8 anos na área ambiental. Em 2009 assumi a gestão ambiental técnica e como prioridade de gestão, foquei o desenvolvimento de alternativas viáveis para os três resíduos mais volumosos (caco cerâmico, lodo argiloso e sobras de gesso), buscando redução da geração e destinações alternativas aos aterros, visto que geravam passivos ambientais e altos custos. O projeto envolvendo gesso iniciou no final de 2011, depois de desenvolvidas as soluções para os outros dois resíduos. Já tínhamos até aquele momento uma destinação alternativa para este resíduo de gesso, enviado à indústria cimenteira, porém tínhamos que fazer todo um pré-beneficiamento operacional dentro da empresa que onerava os processos e ocupava uma área considerável. Paralelo às pesquisas e desenvolvimento de parcerias alternativas, tivemos a mudança na legislação federal, a Resolução CONAMA Nº 307/2002, que através da Resolução CONAMA Nº431/2011 teve a classificação dos resíduos de gesso alterada para resíduo reciclável e com aplicações tecnicamente viáveis. Esta mudança desinibiu as frentes de trabalho e permitiu um contato com uma gama maior de possíveis consumidores do resíduo, entre eles a Indústria de Fertilizantes, ávida por sulfato de cálcio (gesso) em alguns tipos de fertilizantes específicos. A parceria foi consolidada ao final de 2011, depois de todo um trabalho de alinhamento técnico e econômico junto às empresas parceiras neste projeto, sendo que abriram para o gesso proveniente de outros geradores, visto os ganhos econômicos e ambientais a todos os envolvidos. Os ganhos ambientais e econômicos do projeto em específico, aliado a recente mudança na legislação, a demanda da construção civil por soluções alternativa para os resíduos de gesso e por fim, a falta de cases conhecidos de aplicação de resíduos de gesso em fertilizantes foram os grandes motivadores para elaborar o meu trabalho de conclusão sobre este tema citado. CONEXÃO PLASTILIT - Qual a importância da reciclagem do gesso para você e sociedade com base nas pesquisas e estudos que você fez? Sonia Cunha Fagundes - No Brasil, estamos num momento aquecido na construção civil, com índices expressivos de crescimento em 2011 e 2012 e que manterá o crescimento em 2013, mesmo que timidamente em relação aos dois anos anteriores, conforme pesquisas de tendência econômica. O consumo de gesso (através do seu mineral, a gipsita) também vem crescendo abundantemente, sendo que um dos principais consumos é em e acabamentos e produtos para a construção civil, como placas de gesso acartonado. Constatei também, através de referências bibliográficas, que este segmento perde, em média, 45% do gesso aplicado em revestimento e 11% do gesso acartonado. Frente a este cenário e as demandas das novas legislações ambientais, como por exemplo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, percebe-se a pressão da sociedade que não consegue mais conviver com lixões, botas-foras e outras formas inadequadas de descarte de resíduos que causam problemas ambientais e sanitários nas cidades, comprometendo o bem estar e qualidade de vida de todos. Com tanto, soluções alternativas (ambiental e econômica) que atendam as necessidades dos geradores, dos receptores e da sociedade como um todo são necessárias e quando bem planejadas e executadas alcançam também ganhos sociais, assim alcançando-se, na prática, o real conceito de sustentabilidade a que todos nós almejamos nos dias atuais. O fluxograma a seguir elucida a origem do gesso consumido in natura, os principais mercados consumidores e os principais geradores do resíduo de gesso que podem, através de uma boa gestão e gerenciamento dos resíduos, retorná-lo para os processos de reciclagem e reaproveitamento, depois de processos adequados de pré-beneficiamento, conforme comentado. CONEXÃO PLASTILIT - Como exatamente funciona o processo de reciclagem do gesso para a produção de fertilizantes? Há quanto tempo isto é praticado? E o consumidor já possui acesso a este produto? Sonia Cunha Fagundes - Com relação ao projeto a que me envolvi, as empresas parceiras iniciaram as atividades, após a conclusão dos processos de licenciamento, em outubro de 2012. Esta parceria trata-se de reaproveitamento de resíduos de gesso e não reciclagem (Lembrando que reciclagem é quando o resíduo volta ao seu processo de origem, entrando na cadeia de consumo novamente). O Fertilizante, de maneira geral, tem a função de repor algumas propriedades nutricionais ao solo e por consequência às plantas, que necessitam desses nutrientes para o seu desenvolvimento. Segundo Lopes e Guilherme (2000), a agricultura desenvolveu-se em regiões onde os solos eram férteis, que eram cultivados até a exaustão e, então, abandonados, deslocando-se para outra área ou região. Segundo o estudo destes dois autores ainda, em meados da década de 1960, pesquisas conduzidas nas regiões sul e sudeste do país mostraram ser possível, com a correção da acidez do solo e adubação adequadas, recuperar a produtividade das terras. Este projeto foi possível, pois a indústria consumidora, no caso a Indústria de fertilizantes, produz um tipo de fertilizante onde parte dos nutrientes é composto por Cálcio e Enxofre. Logo, compravam os insumos contendo cálcio e enxofre de fontes fabricantes e processadores de gesso e calcário, tendo custos consideráveis com transporte principalmente, pois estes insumos vinham de fora do Estado. Com a parceria desenvolvida foi possível aumentar a disponibilidade de cálcio e enxofre, visto que gesso é sulfato de cálcio (CaSO4) e estes resíduos de gesso quando bem separados e armazenados, mantém suas propriedades físicas e químicas, apresentando-se assim como mais uma fonte de cálcio e enxofre para este segmento consumidor. Os geradores de resíduos de gesso, no caso do estudo, indústria e construção civil, armazenam e destinam a um receptor e beneficiador, que é estruturado de forma a atender aos padrões de consumo da indústria de fertilizantes, adaptando equipamentos e procedimentos que garantam que o resíduo processado seja expedido para o consumidor, no caso a indústria fertilizante, em condições granulométricas e qualitativas adequadas. Na indústria de processamento, o resíduo de gesso receberá o mesmo cuidado que os outros insumos e matérias- primas, passando por um controle de entrada e controle de qualidade em laboratórios de analise. Após aprovado, segue para o processamento industrial, também controlado, que por fim obterá o fertilizante a ser expedido ao mercado, caso atenda aos padrões previstos em normas.
Posted on: Wed, 19 Jun 2013 18:26:40 +0000

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