quando eu nasci, meu pai fez uma poesia. nela, ele pedia pra eu não esquecer os meus princípios e sempre lutar junto aos meus. a frase, que eu repito como um mantra desde que eu entendi o sentido de escolher entre um caminho a e outro ab, é o meu esteio. e ele, o Zé, o meu caminho. meu pai não fugiu de nenhuma lição que um pai tem que ensinar para a filha, até aquelas que eu tive que desaprender depois, quando achei por bem empinar o meu nariz arrebitado e virar essa mulher cheia das próprias senhoridades, feministices e independências, mas tem uma coisa, uma coisa boba que talvez nem ele saiba, mas foi quem grudou na minha alma: a noção de ritmo de um texto. foi quando declamou pra mim "navio negreiro", e eu entendi que palavra tem que saber chorar. meu pai me fez carne, me fez gente do bem e me deu verbo. o resto que eu vou recolhendo da vida é lucro. te amo, poeta, "meu igual nesse mundo mau". parabéns.
Posted on: Fri, 19 Jul 2013 12:08:53 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015