um destino sem espírito. caminho ainda em branco. o dia em que nascemos. a luz. um lance de dados incerto. de onde sentimos e começamos a construir um mundo que parece normal para nós. uma obra que se dissolve no tempo. sem importância além das dimensões das horas do dia. além dos limites da liberdade que ultrapassa o alcance dos seus atos. de experiência em experiência, a construção da morte e da vida. um amontoado de ideias e adornos. quanto mais a vida ensaia, menos ela se parece com uma atriz. sem maquiagem emocional. no leme dos sentimentos clandestinos. ancorados a um palco de distância. com o padrão dos rostos já conhecidos por você. seus polos e opostos. desalinhe-se das normas. o desejo não é o oposto da resistência à tentação. você não vê a matemática das constelações? eu não estou falando de beleza. falo da fuga contra a culpa. porque o seu destino parece depender, pelo menos um pouco, sobre o destino de cada coisa. cruel? é a sua vez. sua ideia de personalidade. a essa altura, você se convence completamente de que esta imagem e sua história compreende a totalidade de quem você é. não há nada fora disso? além dessa percepção seletiva. um destino é a única coisa que você tem em comum com o acaso. o corpo mantem uma intima fidelidade com a existência. dela não surgirá uma recompensa ou um sentido para a vida. surgirá a realidade com suas múltiplas faces. a eterna alternância do bem e do mal, angústia e prazer. dualidades. queremos sentidos que nos ultrapassem, e que atenue a dor de outros seres. queremos felicidade pra atribuir sentido as nossas dores.
Posted on: Sat, 02 Nov 2013 20:58:42 +0000
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