Águas Livres 41 - o Hospicio a meu grande amor Solange, a Liliana e Daniela actrizes as actrizes e os actores todos eles falan com o corpo Sade e Charlote no Hospicio das Águas Livres,depois de um fino na Vanda como tu e eu todos eles respiram entre as sílabas, por uma planicie modelada de pele real e imaginária todos eles sonham e se diluem em várias línguas apesar de dominarem a lingua gestual falam com o corpo total e a sua aureola na Av da Liberdade são a lingua não verbal no palco, para verbal na alma a partir de hoje carregam com a Inês um Hospício enorme, maior que a cova da moura toda vestida de branco, do rosto e do colo sai o seu estudo rigoroso não há actores sem verdade, carinho e rigor, um excesso de rigor, a lingua gestual portuguesa na companhia dos puros e simples de espirito,os loucos só uma capacidade de esquecimento das rotinas diárias lhes pode dar o fogo e a carne infernal de ser actor toda a sua pele é uma catedral barroca, desenham outros músculos de inquietação em inquietação da vida ao assassinato reflectindo sobre a revolução quotidiana na caixa negra de um registo manuelino no cenário pobre corpos de sentir a palavra lisa, única com aroma e temperatura apesar de mal escrita na velha maquina para ouvir tudo em equilibrio A Damaia acorda ao som da direcção de actores, é um trabalho divinal de amor pelos actores, são lindos nos bastidores, nos ensaios, nas discussões como no mercado das Águas Livres as ciganas sem cabelo a energia das fibras e dos músculos primeiro principio nunca saias do corpo, cuidado segundo principio nunca te esqueças do corpo da saúde ao amor, do treino a aureola terceiro principio, não há nada para lá do teu corpo uno, indivisivel, terrivel, teu, bonito corpo um ,único quarto principio na sala de Drama, o outro corpo já está aqui sempre a beira da loucura cómico-trágica na construção de danças dentro do poema Marat chegará com a revolução nos pulsos e na banheira, permite ser observado todo o actor tem que permitir em primeiro lugar ser observado carne da mesma carno do espectador mas em sacrificio, em voz de vela, em oração cantada Apresentadora Inês que a moldura do palco não te prenda nem quando a Charlote da Daniela avança para assassinar, lembra-te da pele do pêssego ama actriz a geometria da cena em que o teu corpo é irreversível, estou a fazer as falas da Liliana Sade a dirigir o ensaio há em vocês na vossa dádiva nos próximos meses três colunas verticais primeiro a vossa exemplar coluna de espalhar juventude a mulher integra vertical, santa a coluna vertical de aço da ética do actor a coluna da disciplina e estudo exaustivo da personagem a coluna fragil do vidro da criação tu já és o corpo renascido e imaculado Lisboa 1 de Novembro de 2013 depois de ler o Hospicio para os meus actores queridos, como eu gosto deles, neste trabalho de preparação das 5 ás 7h o encenador José Gil
Posted on: Fri, 01 Nov 2013 07:55:09 +0000
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