22/07/2013 Manifestações só ganharão relevo se forem - TopicsExpress



          

22/07/2013 Manifestações só ganharão relevo se forem violentas, diz diretor da Sesge sobre JMJ Dyelle Menezes Do Contas Abertas A Copa das Confederações foi o primeiro grande teste da segurança pública do Brasil para os megaeventos que serão realizados até 2016. A onda de manifestações que levou mais de 1 milhão de pessoas às ruas chamou ainda mais atenção para a questão. E os protestos não devem parar por aí. Prestes a receber a realização da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá entre 23 a 28 de julho na cidade maravilhosa e contará com a presença do Papa Francisco, o Rio Janeiro está sob pressão. Segundo o diretor de operações da Secretaria Extraordinária de Segurança Pública para Grandes Eventos (Sesge), José Monteiro, há um monitoramento constante de possíveis manifestações, que somente ganharão relevo se forem violentas ou se agregarem uma enorme quantidade de pessoas, já que, em razão das grandes multidões participantes da JMJ, uma pequena manifestação não será notada. “Mas os órgãos de segurança pública não acreditam na violência de eventuais manifestos”, afirmou. Em relação à Copa das Confederações, Monteiro ressaltou que apesar da enorme quantidade de manifestantes, e considerando que parte deles apresentava comportamento hostil, não houve qualquer morte provocada por ação direta da polícia durante a Copa das Confederações. “Nenhum jogo sofreu atraso e as delegações se locomoveram de maneira tranquila e segura”, explica. Entretanto, o diretor admitiu que com as manifestações a utilização de grande quantidade de armas não letais, como balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, não foi suficiente e foi necessária a reposição durante a operação. “Para a Copa do Mundo, estuda-se o incremento na aquisição desses materiais, para dotar as instituições dos meios necessários para o atendimento a eventuais ocorrências similares às já observadas”, ressalta Monteiro. Com orçamento de R$ 545,1 milhões para 2013, dos quais R$ 161 milhões já foram utilizados, a Sesge afirma que as diversas aquisições previstas e as já realizadas para as ações possuem a intenção de constituir um legado que tem por objetivo “aprimorar as estruturas permanentes de segurança pública”. A Sesge foi criada em 2011 exatamente com o propósito de planejar, definir, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar as ações de segurança pública para grandes eventos. Confira entrevista completa: Contas Abertas (CA) - Como a Secretaria avalia o trabalho realizado durante a Copa das Confederações? José Monteiro - Todo o planejamento feito para a Copa das Confederações, sob o ponto de vista da segurança, demonstrou-se adequado para o panorama verificado no evento. Os desafios de garantir a segurança do grande evento foram ampliados em razão das manifestações ocorridas em todo o país. Apesar da enorme quantidade de manifestantes, e considerando que parte deles apresentava comportamento hostil, não houve qualquer morte provocada por ação direta da polícia. Nenhum jogo sofreu atraso e as delegações se locomoveram de maneira tranquila e segura. CA - Quais aquisições (equipamentos, serviços, ações) realizadas pela Secretaria foram de maior proveito para a segurança pública durante o evento? Monteiro - Todos os equipamentos adquiridos se mostraram bastante úteis durante a operação, em especial aqueles relativos ao Sistema de Comando e Controle, que puderam oferecer aos tomadores de decisão as informações necessárias para uma rápida resolução dos problemas que se apresentaram durante o período de competição. Os equipamentos menos letais também foram essenciais para uma resposta adequada das forças de segurança pública, diante dos movimentos de massa verificados. CA - Os equipamentos adquiridos foram suficientes para as ações durante a Copa das Confederações? O que precisará ser comprado em maior quantidade para o mundial de 2014? Monteiro - Os equipamentos adquiridos foram suficientes, com exceção dos equipamentos não letais, que necessitaram de reposição durante a operação. Para a Copa do Mundo, estuda-se o incremento na aquisição desses materiais, para dotar as instituições dos meios necessários para o atendimento a eventuais ocorrências similares às já observadas. CA - As manifestações pegaram a Secretaria de surpresa? Houve alguma mudança no planejamento em razão disso? Monteiro - Todos os planos da Secretaria previam a possibilidade de manifestações, uma vez que esse é um fenômeno comum em grandes eventos, em razão da visibilidade proporcionada. A dimensão dos movimentos, entretanto, foi maior do que a prevista. Por consequência, houve a necessidade de aumento e relocação de efetivos, para o atendimento às manifestações. CA - Para a Jornada Mundial da Juventude, as possíveis manifestações preocupam? Monteiro - O Brasil é um país democrático, e a primeira função das polícias, relativas a manifestações, é garantir o direito de as pessoas se manifestarem. Há um monitoramento constante de possíveis manifestações, que somente ganharão relevo se forem violentas ou se agregarem uma enorme quantidade de pessoas, já que, em razão das grandes multidões participantes da JMJ, uma pequena manifestação não será notada. Mas os órgãos de segurança pública não acreditam na violência de eventuais manifestos. CA - O que ainda precisa ser melhorado? Alguma ação não deu certo ou terá que ser modificada? Monteiro - Diversos detalhes foram relatados como passíveis de aperfeiçoamento. A própria doutrina de comando e controle, inédita no Brasil, necessita de mais prática para alcançar todo o seu potencial. Os outros aspectos a serem melhorados referem-se a protocolos internos das instituições, baseados na integração, o que é normal em um processo que se iniciou há alguns anos e teve a Copa das Confederações como primeira oportunidade de vulto para serem testados. CA - Diante do que já foi realizado pela Secretaria, a expectativa de deixar um legado para a segurança pública no Brasil a partir de 2014 irá se concretizar? Monteiro - A SESGE acredita que o processo de produção de legado já é uma realidade. No que diz respeito ao legado físico, a partir de agora os Estados passam a ter uma grande quantidade de novos equipamentos que dão mais eficiência e mobilidade às forças de segurança pública, emergência, salvamento, defesa civil e trânsito. Em relação ao legado operacional, a produção dos protocolos de atuação certamente irá colaborar nos planejamentos de atendimento a situações rotineiras da cidade, também com maior efetividade e redução do tempo de resposta. No que concerne ao legado intelectual, a criação de uma doutrina nacional de segurança em grande eventos está em pleno andamento, e já pôde ser aplicado na FCC 2013, além do novo teste na JMJ.
Posted on: Tue, 30 Jul 2013 15:57:45 +0000

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