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8 capitulo 8 do livro em estudo Testemunha Silenciosa Penso que a necessidade premente de uma medicina quântica, fica devidamente demonstrada pelo estudo do seguinte caso: um jovem israelita chamado Aaron, de 24 anos, ligou para meu consultório. — Sinto-me perfeitamente saudável - disse ele -, mas meu médico só me deu noventa dias de vida. Ele me pediu alguns exames e descobriu que tenho uma doença incurável no sangue. Isso aconteceu exatamente há vinte e três dias. Mal conseguindo conter a emoção, ele contou toda a história, cheia de estranhas passagens. Seu diagnóstico surgiu de modo inteiramente acidental. Devido a um antigo ferimento, ficara com um desvio no septo e respirava com dificuldade. Aaron tinha chegado aos Estados Unidos diversos anos antes, para estudar comércio. Afinal, resolveu procurar um cirurgião em Chicago para corrigir o defeito do nariz, e ele pediu-lhe exames de sangue de rotina. Quando os resultados chegaram do laboratório, o médico ficou muito perturbado. Eles mostravam que Aaron estava com grave anemia: - sua contagem de hemoglobina — componente do sangue que transporta oxigênio pelo corpo todo — tinha caído de 14, normal, para 6 (uma contagem de 12 seria considerada o limite de anemia). Seu hematócrito tinha caído para 16; isso significa que seu sangue fora centrifugado para separar as células vermelhas do plasma, e elas ocupavam apenas 16 % do volume total. No sangue normal esse volume estaria próximo dos 40 por cento. Aaron procurou imediatamente um hematologista, que lhe fez uma série de perguntas. — Tem sentido falta de ar ultimamente? — Não respondeu Aaron. — Acorda sufocado no meio da noite? — Não. — Seus tornozelos têm inchado? — O hematologista observou-o seriamente. — Você sente cansaço o tempo todo, não é? (já não sabendo o que fazer para encontrar a possível sintomatização ,começou a querer colocar respostas em sua boca). Aaron sacudiu negativamente a cabeça. — Isso é impressionante! — exclamou o médico. — Com sua contagem de hemoglobina você poderia ter uma crise de insuficiência cardíaca congestiva a qualquer momento. Aaron ficou chocado, mas o médico tinha o direito de se admirar, observando aqueles exames. No caso de uma anemia grave, o coração precisa trabalhar muito mais que o normal para suprir todo o oxigênio necessário para o resto do corpo. Isso, aliado à falta de oxigênio que ele também sente, leva o músculo cardíaco a inchar e a sofrer uma insuficiência congestiva. O paciente começa a acordar à noite, sentindo-se sufocado até a morte, e isso pode finalmente acontecer. O hematologista, espantado, pediu o exame de uma amostra da medula óssea de Aaron. O corpo contém normalmente apenas gramas de medula óssea, mas isso é suficiente para produzir nosso suprimento total de glóbulos vermelhos do sangue, numa média de 200 bilhões de novas células por dia. No exame, a medula de Aaron não mostrou sinais dos precursores das células vermelhas que deviam estar presentes. O hematologista percebeu, então, que a raiz do problema de Aaron estava na paralisia da medula óssea (chamada anemia plástica), mas não podia determinar a causa. Mesmo sem apresentar sintomas, Aaron estava gravemente doente. — Ninguém sabe ao certo qual o tempo de vida de uma célula vermelha do sangue — disse o médico. — O cálculo aceito é de cento e vinte dias, mas poderia ser um mês. Já que as células vermelhas de seu organismo não estão sendo repostas, sinto muito, mas você não deve termais que noventa dias de vida. Enquanto Aaron o ouvia atordoado, o médico explicou que a medicina tinha pouco a fazer por ele. O tratamento possível seria um transplante da medula óssea, mas era uma grande intervenção cirúrgica que, se ele sobrevivesse, provavelmente não o salvaria. Ele podia tomar uma transfusão de sangue para aumentar a contagem das células vermelhas, mas a súbita injeção do sangue de outra pessoa acabaria lesando a medula óssea; além disso, quando a medula percebesse que a contagem estava novamente elevada, poderia interpretar como sinal para reduzir ainda mais sua função. Como não sentia nenhum sintoma, Aaron hesitou em se submeter a um transplante. O hematologista deu-lhe duas semanas para se decidir. Também declarou que tinha o dever legal de aconselhá-lo a colocar seus negócios em ordem o mais rápido possível. (Aaron não foi propriamente, tratado com compaixão em nenhuma dessas etapas; (afinal a medicina é um simples comercio...). Durante a conversa, ele contou ao médico que sua irmã mais velha tinha morrido de repente, de um modo trágico, na Faculdade de Direito. A causa da morte não ficou muito clara, mas foi atribuída a uma doença, provavelmente hereditária, do sangue. Ouvindo isso, o hematologista ficou entusiasmado e pediu a Aaron que descobrisse a causa precisa da morte da irmã, porque os dois casos juntos dariam um ótimo artigo para os jornais(e provavelmente alguma fama ao médico). (Quando Aaron me contou esse incidente mais tarde, fiquei tomado pela fúria). No dia seguinte ao diagnóstico, Aaron começou a sentir falta de ar e não conseguia dormir. Procurava desesperadamente um meio de se curar. Quase por acaso, começou a fazer meditação e soube de nossa clínica aiurvédica. Um mês depois, era meu paciente em Lancaster. — O que me deixa mais esperançoso — disse eu — é você ter se sentido saudável até descobrir que havia algo errado. Vamos supor que esteja controlando esse mal (!), portanto faremos tudo o que pudermos para permitir que seu organismo se cure. Eu desconhecia a causa de sua doença, mas enquanto entrevistava Aaron fui descobrindo que existiam vários motivos de preocupação. O primeiro era o próprio diagnóstico assustador que o deixara em pânico. Nessas condições, é difícil observar como o corpo mente pode descobrir um caminho para a cura. Além disso, Aaron parecia uma pessoa tensa e muito esforçada. Tinha trabalhado em quatro empregos ao mesmo tempo, enquanto estudava, esforçando-se ao máximo para comprar um carro e pagar as despesas da faculdade. A pressão do estudo também era enorme. Ele tomava vitaminas. Constantemente, além de uma medicação contra úlcera, que acalmava a dor crônica no estômago. Poucos meses antes, havia sofrido uma tendinite quando jogava tênis e tomou um agente anti-inflamatório para diminuir o inchaço. É sabido que tais drogas suprimem as funções da medula óssea. Pedi-lhe que interrompesse toda a medicação. Ele ficou duas semanas na clínica e, pela primeira vez, encontrou um ambiente livre do estresse “normal”. Continuou a meditar, comia obedecendo a uma simples dieta vegetariana de acordo com seu tipo físico e recebeu uma série de massagens que o Ayurveda prescreve para purificar o organismo. Ensinei-lhe também a técnica do som primordial, aconselhável para suas condições. Uma noite, a enfermeira o apanhou andando pelo corredor com o cabelo molhado, e ele confessou que tinha saído para nadar. Fiquei muito feliz ao saber disso, pois outro paciente com a contagem do sangue de Aaron estaria tomando oxigênio ou transfusões de sangue. Aquele sinal era mais que encorajador. Quando ele saiu da clínica, pedi-lhe que não fizesse novos exames de sangue, pelo menos por duas semanas. Uma amostra examinada em Lancaster mostrou que seu suprimento de células vermelhas imaturas, chamadas reticulócitos, estava quatro vezes mais elevado do que no momento em que ele chegou à clínica. Como são essas as células que mais tarde se transformam nos glóbulos vermelhos, achei que sua doença tinha cedido. Aaron acaba de ultrapassar o prazo de vida prognosticado pelo médico. Ele ainda tem uma grave anemia, mas, em contrapartida, não apresentou sinais de enfraquecimento físico. Na verdade, sua anemia até diminuiu um pouco. Em meu modo de pensar, Aaron está na linha divisória entre dois tipos de medicina. A primeira é a comum, científica, a cujos métodos estão profundamente habituados, mas que já não me inspira uma confiança tão absoluta. Não foi a medicina comum que falhou no caso de Aaron. Os médicos descobriram a presença de seu mal nos diversos níveis do organismo, dos tecidos às células e às moléculas. Em seu caso, o tecido era a medula óssea, as células eram os glóbulos vermelhos do sangue e a molécula era a hemoglobina. Para um médico treinado na medicina convencional, esse é o fim do caminho; um caminho que levou dois séculos de profunda investigação racional para ser encontrado. O que há mais para se descobrir, quando se sabe até o que existe de errado com as moléculas de uma pessoa? Essa lógica é impecavelmente científica, mas perigosamente desliga, dada carga normal de vida. Por “carga normal” refiro-me a como uma pessoa come, dorme, os pensamentos que transitam em sua mente, o que ela vê, cheira, ouve e o que penetra em seu organismo através de todos os seus sentidos. Você pode dizer que o corpo é feito de moléculas, mas dirá com a mesma justiça que ele é feito de experiências. Essa definição combina com nossa autoimagem, o que não é científico, mas é fluido, mutável e vivo. Dessas experiências comuns é que se origina a segunda medicina, a do quantum. Às vezes podemos pensar que a vida diária é simples demais para despertar o interesse da ciência. Na verdade, ela é complexa demais. Apesar de uma molécula de hemoglobina ser estruturada de 10 mil átomos, pode ser isolada e mapeada — feito que merecesse vários prêmios Nobel. No entanto, é impossível saber o que a hemoglobina está fazendo enquanto você inspira o ar, porque cada célula vermelha contém 280 milhões de moléculas de hemoglobina, cada qual colhendo oito átomos de oxigênio. Considerando que os pulmões expõem ao ar em cada inspiração cerca de um quarto de sangue, contendo 5 trilhões de células vermelhas, o número total de trocas químicas é astronômico. Todo o processo se desintegra rapidamente em um torvelinho caótico de atividades. Quando se abre um corpo humano durante uma cirurgia, o que se vê não é o traçado bem definido dos livros de anatomia, com os nervos na cor azul, os vasos sanguíneos vermelhos, o fígado verde bem separado da vesícula biliar amarela. Em vez disso, o olhar não treinado, enxerga uma confusão de tecidos quase indistintos, avermelhados em olhados; um órgão esconde-se imperceptivelmente sob outro. A grande maravilha é a ciência médica ter aprendido tanto sobre esse caos pulsante. Mas, em troca do conhecimento, a ciência pagou um alto preço por ter de abandonar a experiência comum. Afinal, enchermos o pulmão de ar não representa o caos, a não ser para um biólogo molecular. A respiração é o ritmo fundamental da vida, em que se baseiam todos os outros ritmos. Eric Cassell, um professor de fisiologia de Cornell (EUA), esclarece ironicamente que um médico, ao fazer perguntas ao paciente, não está tentando descobrir o que há de errado com ele; procura, sim, saber quais sintomas podem estar ligados a uma doença conhecida e classificada. A diferença é sutil, mas muito importante, pois nos lembra de que todo o sistema de órgãos, tecidos etc. foi organizado intelectualmente para facilitar a classificação do corpo. Devem existir outros pontos de vista que são mais verdadeiros por natureza, já que estão baseados na experiência comum, e desafiam a aparente desordem exterior para compreender seu verdadeiro significado. O caos é apenas uma aparência, uma máscara, e sob um olhar diferente metamorfoseia-se em pura ordem. Até a descoberta de seu código, a dança da abelha parecia um caos, uma confusão de voltas e guinadas. Agora, sabemos que é um conjunto preciso de direções para indicar às outras onde existe uma fonte de néctar. Isso não significa que a dança tenha mudado do caos à ordem, e sim sua aparência mudou para nossos olhos. Do mesmo modo, se você examinar a pressão sanguínea de um paciente cardíaco algumas vezes, os dados dificilmente formarão algum padrão; porém, se ele ficar constantemente. Ligado ao monitor surgirá um padrão bem definido, com picos e vales que ocorrem no espaço de um ou dois dias. Esse fato só foi descoberto recentemente e permitiu que os cardiologistas descobrissem a hipertensão em pacientes que costumam apresentar pressão normal no consultório médico, porque os picos só ocorrem à noite. Sente-se claramente a mudança de maré, mas ninguém sabe ainda seu significado. A máscara do caos apenas começa a ser rompida. As duas medicinas não precisam ser antagônicas, mas por enquanto estão claramente voltadas em direções opostas. Para um hematologista, é irrelevante que Aaron esteja tenso, excitado, cheio de substâncias dúbias no organismo, apavorado com a ideia de morrer. Para um médico védico, essas são as cargas primárias da doença-entraram no nível quântico, onde ele se transforma na pessoa que é. O hematologista não está sendo desapiedado; pode sentir profundamente o que está acontecendo com Aaron, mas não consegue provar a ligação entre a disfunção da medula óssea e os quatro empregos ao mesmo tempo (Aaron possuía quatro empregos - foi citado acima). Esse é o limite da noção newtoniana de causa e efeito, onde se desfaz a base da medicina científica comum. Não se pode fazer perguntas para descobrir o que realmente causa a doença do paciente. No caso de Aaron, eu gostaria de saber como ele se sentiu com a morte da irmã, o que ele come no café da manhã, quem são seus amigos, como ele costuma ficar quando perde uma partida de tênis — na verdade, quero saber sobre qualquer experiência importante. Isso é praticamente impossível. São tantas as influências que nos pressionam todos os dias que a ideia de casualidade desaparece. Eu consideraria absurdo dissecar o cérebro de um poeta para se descobrir a causa de seus sonetos; seu córtex não poderia ter deixado de exibir padrões específicos de ondas cerebrais para produzir um soneto, mas elas se evaporaram e foram levadas a um domínio além do tempo. Começa a parecer igualmente absurdo considerar que uma causa física isolada se oculte na disfunção da medula óssea de Aaron. A vida dele também seguiu no tempo, e quero descobrir o que já se evaporou. Sei que isso pode parecer chocante. Como podemos descobrir a cura sem uma causa? Mas todas as causas físicas são, no máximo, parciais. Se você quiser que alguém fique resfriado, vai precisar de muito mais que um vírus. Pesquisadores incubaram vírus de resfriado e os depositaram diretamente na parede da mucosa do nariz de seus pacientes, descobrindo que, com o tempo, só 12 por cento adoeceram. Esse resultado seria maior se as pessoas em teste fossem expostas a golpes de ar, ficassem com os pés em água gelada para ter arrepios, ou a qualquer outro recurso puramente físico. A experiência comum, um jogo complexo de forças internas e externas, desafia as regras de causalidade que funcionam como as bolas de bilhar. A medicina convencional já reconhece que a experiência comum pode exercer um papel complexo na doença. Por exemplo, as estatísticas mostram que solteiros e viúvos são mais suscetíveis ao câncer que os casados. Sua solidão é chamada de fator de risco - também poderia ser chamada de carcinógeno. Então, por que a cura da solidão não é cura para o câncer? Pode ser, mas em um tipo de medicina diferente da que praticamos agora. Um médico védico está mais interessado no paciente que tem à frente do que em sua doença. Ele reconhece que o que faz a pessoa é a experiência — as tristezas, as alegrias, os rápidos momentos traumáticos, as longas horas sem fazer nada em especial. Os minutos de vida se acumulam silenciosamente e, como grãos de areia depositados por um rio, podem finalmente se empilhar numa formação oculta que irrompe como uma doença. É impossível ver e interromper o processo de acumulação. Posso ficar sentado no meio de um engarrafamento de trânsito e pensar “Bem, agora não está acontecendo nada comigo”, mas, de fato, estou recebendo, ou ingerindo, todo o mundo a minha volta. Meu corpo vai metabolizando tudo o que vejo, ouço, cheiro e toco, transformando tudo isso em mim. É tão certo que faz isso quanto ingere meu suco de laranja. A carga que se transforma no que sou é constante e moldada antecipadamente na forma final, A ciência não será capaz de medir esse processo porque não pode organizar meus sentidos e emoções em uma escala. Quanta solidão é necessária para ser transformada em câncer?Essa é uma pergunta sem sentido. O carcinógeno é invisível. Lembro-me de uma noite que passei no setor de emergência de um hospital de subúrbio, atendendo um grande número de pacientes. Houve um acidente com um trem tardio e tive de trabalhar quase freneticamente ao lado de um colega para ajudar as dezenas de pacientes que poderiam estar em estado de choque. Fizemos curativas e pequenas cirurgias, acalmamos seus nervos e entalamos ossos quebrados. Nosso trabalho parecia sem fim, mas depois de cinco horas havíamos dado conta de tudo e nos sentíamos como heróis. Então, a ambulância chegou novamente, e o motorista nos avisou: — Estamos com uma menininha de dois meses, inconsciente. Ela não dá sinais de respirar, está sem pulso e começando a ficar azul. Eu gelei e reparei no olhar de desespero do outro médico. Sabíamos o que nos esperava. A maca saiu da ambulância com a criancinha perdida no meio dos lençóis brancos. Colocar o tubo endotraqueal em sua garganta e começar a massagem cardíaca eram providências terríveis, mas foi o que fizemos. Desde o primeiro momento, sabíamos que seria inútil; era o que a medicina chama de caso súbito de síndrome mortal infantil. Ela afeta bebês aparentemente normais e não existe causa conhecida. O atendimento de emergência geralmente não adianta, por mais rápido que seja. Depois de um tempo que nos pareceu razoável, tiramos nossos instrumentos e fechamos os olhos da menininha. Fui falar com os pais, um casal jovem e bem de vida, que parecia arrasado. Só pude aconselhá-los a frequentar um grupo de apoio formado por outros pais que haviam perdido filhos nas mesmas condições. Eles saíram ainda em estado de choque e nunca mais voltei a vê-los. Quem pode medir o que aconteceu comigo? Não me lembro do rosto de nenhuma vítima daquele acidente de trem, embora tenha passado horas cuidando delas. Mas o cabelo loiro e os olhos azuis da criancinha permanecem tão vivos em minha mente quanto no primeiro minuto em que a vi. Ela penetrou em mim. Não sei onde vive dentro de mim — é realmente um mínimo de matéria cinzenta em meu córtex? Seria ridículo procurar em que lugar. O importante é que todo meu ser é feito de experiências como essa. Metabolizei centenas de milhares de coisas assim a cada dia, e, se você quiser vê-las em detalhes, basta olhar para mim. Enquanto estou cercado pela carga da vida, não há pausa na corrida dos acontecimentos que me fazem ser o que sou. Em contrapartida, minha natureza pode se aprofundar mais nas coisas que vejo e ouço. Pode ser que eu tenha um ponto zero, como o ponto zero da vibração que dá início ao espectro da luz. Se você saísse de meus pensamentos, sentidos e emoções, sobraria o espaço vazio equivalente. Mas, como o espaço vazio da física quântica, meu “espaço interior” pode não ser vazio; eu argumentaria que nosso espaço interior é um campo rico de inteligência silenciosa que exerce poderosa influência sobre nós. A inteligência é facilmente localizada e ao mesmo tempo impossível de ser encontrada. O know-how do corpo parece o resultado de uma complexidade de partes diferentes separadas de acordo com as próprias funções — digestão, respiração, metabolismo etc. Apesar dessa divisão de trabalho bastante real, a inteligência continua igualmente em toda a parte, como uma gota do mar compartilha o sal de todo o oceano. O fluido no corpo tem o gosto salgado do oceano e é igualmente rico em magnésio, ouro e outros vestígios de elementos. A vida começou no mar e só estamos vivos fora dele porque carregamos em nós um oceano interno. A sensação de sede é estimulada pelo hipotálamo, um pedacinho do cérebro do tamanho do nó de um dedo, que se liga aos rins pelos nervos e mensageiros químicos. Os rins monitoram constantemente a necessidade de água do corpo “ouvindo” os sinais do sangue. Esses sinais são químicos, como os neuropeptídios, mas nesse caso as moléculas envolvidas são os sais, as proteínas e o açúcar do sangue, além dos mensageiros específicos. O sangue, por sua vez, recebe esses sinais de todas as células do corpo, cada qual cuidando desses sinais de água. Em outras palavras, quando você bebe água, não está apenas obedecendo a um impulso do cérebro, mas ouve um pedido de todas as células do corpo. Se você beber um pequeno copo de água, estará repondo apenas1/400 do total de líquido corporal, mas satisfará as necessidades precisas de 50 trilhões de células diferentes. Uma administração tão exata é frequentemente atribuída só aos rins, mas já vimos que eles trabalham consultando constantemente o corpo mecânico quântico - todo o campo da inteligência. O nivelamento da inteligência não é aparente no aspecto físico das células; ela coexiste com a extensa especialização do corpo. O neurônio, cuja parede celular é equipada com um milhão de bombas de sódio-potássio, não se parece nem um pouco com uma célula do coração ou do estômago. Mas a integridade da mensagem “hora de tomar água” é constante em toda a parte. Na física, um campo é tudo aquilo que propaga uma influência sobre uma expansão do espaço muito vasta ou até infinita. Um magneto cria um campo magnético a sua volta; pequenos magnetos têm um campo fraco que se estende por poucos centímetros, enquanto os polos magnéticos da Terra são suficientemente poderosos para cobrir todo o globo. Qualquer coisa que caia dentro de um campo sentirá seu efeito; é por isso que as agulhas magnéticas das bússolas se alinham automaticamente com a polaridade magnética da Terra. Localizada no campo de inteligência do corpo, cada célula está alinhada com o cérebro, que se mantém como polo norte magnético (e no cérebro a glândula pineal que é quem coordena, administra e comanda todos o corpo). Uma célula é um pequeno afloramento no campo, enquanto o cérebro é imensamente maior. Mas a célula, quando “fala” com o resto do corpo, não é inferior a ele na qualidade do que diz. Como ele, ela precisa correlacionar sua mensagem com trilhões de outras; precisa participar de milhares de trocas químicas a cada segundo; e, o que é mais importante, seu DNA é igual ao de qualquer neurônio. Além disso, o menor impulso de inteligência é tão inteligente quanto o maior; de fato, não há sentido falar em porções importantes ou insignificantes de inteligência. Precisamos apenas nos lembrar do encadeamento que constrói a dopamina: a incapacidade de transformar a proteína serina em um metabólito igualmente pobre chamado glicina leva a uma ligeira elevação do nível de dopamina, com o catastrófico aparecimento da esquizofrenia (quando puramente clinica) que invade a mente. Cada célula é um pequeno ser sensitivo. Estando no fígado, no coração ou no rim, ela “sabe” tudo o que você sabe, mas à moda dela, porque possui o comando de uma pequena glândula, a pineal. Naturalmente, estamos acostumados com a ideia de que somos mais espertos que nossos rins. O próprio conceito de “bloco de construção” significa que o tijolo é mais simples que o edifício. Isso é verdade em uma estrutura sem vida, mas não em nós. Por exemplo, o impulso nervoso de preocupação pode surgir no estômago, como uma úlcera, no cólon, como um espasmo, ou na mente, como uma obsessão; no entanto, são as várias manifestações dele apenas. A preocupação vai se transformando de órgão em órgão, mas cada ponto do corpo sabe que ela existe e cada célula se lembra disso. Você pode se esquecer de conscientemente, só que a sensação da preocupação está presente e obriga a se lembrar, porque parece estar em toda a parte. Já comentamos que, se você visse seu corpo como realmente é, observaria uma constante mudança aliada a uma complexa ausência dela. Seria como um prédio com os tijolos constantemente mudados ou uma escultura que é, ao mesmo tempo, um rio. O obstáculo que a medicina tem enfrentado até agora é um aspecto de nossa natureza — o fluir e mudar — que foi sacrificado em favor do outro — o estável e fixo. Agora, tendo observado no nível quântico, talvez consigamos reunir os dois numa unidade que englobe nossa verdadeira dupla essência — o impulso da inteligência. Esse impulso é a menor unidade que se preserva intacta (sem mudança) enquanto passa pela transformação (mudança). Se os impulsos de inteligência não tivessem essa propriedade peculiar, não poderiam ser o bloco básico de construção do corpo; um impulso puramente mental ou uma partícula puramente física teria essa característica. Mas nenhum dos dois pode sobreviver à mudança. As moléculas que formavam seu cérebro no primeiro dia em que pensou na palavra “rosa” não estão mais presentes, mas o conceito ainda está. Ao mesmo tempo, você não precisa pensar sempre na palavra “rosa” para recordá-la; pode ter milhões de pensamentos diferentes, literalmente, sem nunca se referir a ela. Mas na próxima vez em que quiser usá-la estará ali, sem confusão. Ela retém sua integridade porque o impulso de inteligência contém mente, matéria e o silêncio que une as duas. A estrutura física do corpo reflete a inteligência e lhe dá uma forma projetada, mas ela não fica presa numa moldura de carne e osso. Uma espantosa confirmação desse fato está no cérebro. Karl Lashley, um pioneiro da neurofisiologia, procurou localizar a memória no cérebro e realizou uma experiência simples com ratos de laboratório. Ele os ensinou a correr pelo labirinto, uma habilidade que lembram e guardam em seus cérebros do mesmo modo que adquirimos nossas habilidades. A seguir, ele removeu sistematicamente uma pequena porção de tecido cerebral. Lashley supunha que, se os ratos ainda se lembrassem de correr pelo labirinto (medindo a velocidade e precisão), os centros de memória ainda estariam intactos. Pouco a pouco, ele foi retirando massa cerebral; no entanto, os ratos, curiosamente, continuavam lembrando como correr pelo labirinto. Finalmente, com mais de 90 por cento do córtex retirado, ficou apenas um pedacinho do tecido cerebral. Mas os ratos continuavam lembrando como correr pelo labirinto, tendo perdido apenas um pouco da precisão e rapidez. Essa experiência, entre outras, sugere a revolucionária ideia deque cada célula do cérebro pode armazenar todo o cérebro enquanto, ao mesmo tempo, conserva sua tarefa específica. Isso é exatamente o que descobrimos: todo impulso de inteligência é igualmente inteligente, abrindo infinitas projeções possíveis da mente no corpo. John Lorber, um neurologista britânico, especializou-se no exame de pacientes hidrocefálicos — suas cavidades cranianas são cheias de líquido, em lugar do tecido cerebral. Geralmente, essa doença é perigosa e pode levar a um sério dano mental. Um dos pacientes de Lorber, no entanto, era um estudante universitário muito bem-dotado, que estava para se formar em matemática. Seu QI era próximo a 130. Foi encaminhado a Lorber pelo médico da família, ao notar que a cabeça de seu paciente estava inchada. O estudante se submeteu a uma tomografia cujo resultado revelou um córtex de apenas um milímetro de espessura, em vez dos 4,5centímetros normais. Em outras palavras, o fluido havia substituído 98 por cento dos neurônios necessários para pensar, lembrar e realizar todas as outras funções mais elevadas do cérebro, que estão centralizadas no córtex cerebral. Com dois por cento do córtex normal, esse homem estava fisiologicamente na mesma situação dos ratos deLashley, e ainda assim era infinitamente mais capaz — na verdade, era normal ou acima da média em todos os aspectos. Ou seja; o campo mental é atributo do espírito e não parte do cérebro físico. Existe algo além dessa casca material que comanda tudo em cada um. Cada vez mais, vamos sendo atraídos para perto do campo silencioso da inteligência como nossa realidade fundamental. No entanto, mais uma vez coloca-se o problema de uma mente silenciosa que, na aparência, nada contém em si. Se retrocedermos quase cem anos, encontraremos um dilema semelhante. Estava para nascer uma nova ciência chamada psicologia, mas havia dificuldade em qualificá-la como tal, porque precisava de um objeto de estudo. Obviamente, todas as pessoas possuem uma psique, mas ninguém tinha visto ou tocado uma. As perguntas mais simples sobre ela haviam ficado sem resposta durante séculos. A psique era a alma, a mente, a personalidade, ou as três juntas? Ninguém poderia fazer a primeira experiência de psicologia antes de resolver essas dúvidas. O momento decisivo chegou quando William James, um brilhante filósofo de Harvard que também se formara em medicina, estabeleceu que a psicologia tinha, realmente, um objeto de estudo. Ou melhor, milhares de objetos — todos os pensamentos, emoções, desejos e impressões que passavam pela mente. James chamou-os de “fluxo da consciência”. Se havia uma essência mental, ou alma, como afirmávamos pré-psicólogos desde a época de Platão, a ciência não poderia descobri-la. James não afirmou que essa essência invisível não existia, mas não via forma de comprová-la cientificamente. Ele defendeu o fluxo da consciência em um plano puramente pragmático, ponderando que nada na mente poderia ser considerado tangível, a não ser os objetos (pensamentos) que passavam por ela. Se alguém está sempre pensando ou sonhando — ninguém sabe o que se faz mentalmente no sono profundo e sem sonhos (!)²—, a realidade da mente tem de ser esse contínuo fluir de pensamentos e sonhos. James era um observador arguto; e devia ser mesmo, considerando-se que, basicamente, fundou o campo da psicologia com dados colhidos na própria cabeça (como Freud, ampliando esses dados no campo dos sonhos e do inconsciente). Mas James deixou de perceber um aspecto mínimo da mente que parecia irrelevante: o fluxo da consciência não é feito apenas de objetos flutuando ininterruptamente; entre cada pensamento existe um lapso de silêncio. Pode ser pequeno, quase imperceptível, mas esta lacuna está ali e é absolutamente necessária. Sem ela, pensaríamos assim: “Eu gosto deste almoço e das sobremesas, mas se comer demais, preciso ver quanto tenho e onde está minha carteira...”, e assim por diante. Essa ligeira pausa, como é intangível, ainda não tem um papel na psicologia moderna, (que ainda não consegue enxergar a medicina espiritual) completamente orientada para os conteúdos da mente e a mecânica do cérebro. Mas essa pausa se transforma no elemento principal, se estamos interessados no que fica além do pensamento. O fascinante na inteligência é ser como uma flecha com uma única direção: você pode usar sua inteligência para moldar uma molécula e, ao olhá-la, não pode tomar a inteligência de volta. Quando o poeta Keats escreveu seu soneto To an Evening Star (A uma Estrela do Anoitecer), começou com o verso melancólico “Ó suave embalsamadora da silenciosa meia-noite”. Se ele tivesse sido submetido a um eletroencefalograma enquanto escrevia, a leitura das ondas cerebrais teria formado um padrão típico; mas, por mais que examinassem, jamais encontrariam uma estrofe de poesia. Do mesmo modo, todas nossas moléculas são dotadas de uma pequena parcela de inteligência que influencia tudo o que fazem, mas que não enxergamos ao observá-las. O DNA nos dá um bom exemplo disso. Localizado no núcleo de cada célula, está Constantemente banhado num torvelinho de moléculas orgânicas flutuantes, os blocos básicos de construção do corpo material. Sempre que quer se ativar, o DNA atrai essas substâncias químicas e as usa para formar um novo DNA. Essa é uma parte essencial da divisão celular — um filamento duplo de DNA precisa se dividir ao meio, como um zíper, e depois cada metade se transformar em novo DNA, completo, atraindo em si as moléculas apropriadas. No banho de torvelinho, as moléculas vagam cercando o DNA e lhe fornecem as “letras” para combinar — existem só quatro: A, T, C e G, respectivamente adenina, timina, citosina eguanina. O DNA combina essas quatro letras em uma infinidade de arranjos diferentes, alguns curtos (são necessárias três letras para codificar um aminoácido básico), outros muito longos, como as cadeias de polipeptídios, que podem ser vistas saindo do DNA como pequenos ramos. O DNA sabe exatamente que informação escolher e como reunir tudo para cada coisa que quer “dizer” quimicamente. Além de se formar, ele sabe como formar um RNA, ou ácido ribonucléico, que é seu gêmeo quase idêntico e seu correspondente ativo. A missão do RNA é afastar-se do DNA para produzir proteínas, mais de dois milhões, que constroem e reparam nosso corpo. O RNA é como conhecimento ativo, em comparação com a inteligência silenciosa do DNA. O DNA não trabalha apenas pela memória rotineira. Pode inventar novas substâncias químicas à vontade (como um novo anticorpo, quando apanhamos um novo tipo de gripe). Não se sabe exatamente como isso se processa, embora alguns biologistas moleculares tenham descoberto espaçadores que separam as diferentes palavras genéticas, ou genômios. Também é fato seguro que apenas 1 % do material genético do DNA é usado em sua complicada codificação, no auto-reparo e na fabricação do RNA, ficando os 99 % restantes dedicados a algo que a ciência médica desconhece. Esse silêncio enigmático tem estimulado grande curiosidade, especialmente entre pessoas que acreditam que o ser humano não usa sua plena inteligência. William James aventurou o cálculo de que usamos apenas 5 % de nossa inteligência — referia-se à capacidade mental —, enquanto uma pessoa como Einstein, por exemplo, utiliza até 15 a 20 %. Não se sabe como essa porcentagem pode ser traduzida em DNA útil, mas podemos calcular que o DNA mantém armazenado em silêncio um grande vocabulário. Um geneticista calculou que o número de “palavras” moleculares produzidas em uma única célula, se traduzidas para o inglês, encheriam uma biblioteca de mil volumes. E esse é o produto de apenas 1 % ativos que conseguimos compreender. Graças à descoberta do DNA recombinado (peças de material genético que podem ser embaralhadas dentro e fora da sequência, nos filamentos do DNA), o vocabulário potencial pode ser infinitamente maior do que suspeitamos; as combinações de “letras” codificadas no DNA já são suficientes para criar todas as formas de vida sobre a Terra, desde a bactéria e o bolorato às plantas, insetos, mamíferos e pessoas. Alguém poderia supor que, se o organismo for mais complexo, maior será a quota de DNA; na realidade, porém, uma margarida tem cem vezes mais DNA que um ser humano. A contagem dos genes não é muito esclarecedora: a diferença entre o DNA de um homem e o dos chimpanzés e gorilas é de cerca de 1,1 %³. Essa diferença parece surpreendentemente pequena e altamente suspeita. É possível que essa fração mínima englobe todas as diferenças entre um primata da selva e o Homo sapiens, com nossos cérebros tão superiores? Os evolucionistas que herdaram a fé de Darwin no materialismo insistem em que sim. O assunto fica um pouco confuso quando se compreende, mais uma vez, que a contagem de genes não é importante — dois tipos diferentes de moscas (drosófilas) são muito mais aparentados do que os homens e os chimpanzés, mas seus DNAs diferem bem mais. Outro modo de demonstrar que nosso silêncio interior está vivo e inteligente é compará-lo ao de uma máquina. Quando um computador tem um problema a resolver, usa seus impulsos elétricos, que precisam ser separados por intervalos, formando uma série complexa de dados codificados em 1 e 0. Isso permite que o computador resolva qualquer problema que possa ser transformado em informação, já que toda informação pode ser codificada em 1 e 0, como nossa linguagem pode ser transformada em pontos e traços no código Morse. O cérebro humano também se aproveita da informação codificada mecanicamente, mas os intervalos de separação não são vazios; são agentes que permitem à mente tomar a direção que desejar. Em outras palavras, um computador tem espaços finitos feitos de vazio e nós temos intervalos infinitos cheios de inteligência. Podemos tirar qualquer coisa do intervalo. (Mozart tirou sinfonias inteiras de uma só vez, e não nota por nota e então só o estudo do lado espiritual pode esclarecer algumas coisas ainda consideradas espantosas e que a medicina busca em seus princípios esclarecer sem conseguir). Como ele mesmo descreveu cada linha musical estava composta e orquestrada em sua mente. A matemática, assim como a música, tem muitos mistérios. Uma indiana chamada Shakuntala Devi multiplicava números de treze algarismos de cabeça, chegando a soluções de 23 algarismos em 26segundos (menos tempo do que levamos para ler em voz alta esses números: 7.686.369.774.870 x 2.465.099.745.779 = 18.947.668.177.995.426.773.730. Se você mandar um computador somar 2 mais 2, a resposta pode estar certa ou errada; se você perguntar a um menino de 5 anos deidade a mesma coisa, ele pode responder algum número, ou dizer “Quero sorvete de baunilha”. Podemos deduzir que está aborrecido ou talvez muito cansado para uma lição de aritmética. Sendo assim, não é correto dizer que a resposta dele é um erro de computação; simplesmente, a mente do garoto não está sob nosso controle. Não se pode criar um programa que inclua todas as reações possíveis de um ser humano enquanto ele interage com o mundo a sua volta. A meu ver, isso tudo justifica a complexidade da experiência comum, que, na verdade, está bem distante de qualquer modelo científico que procura descrevê-la. A antiga visão de que o cérebro é um computador estável no tempo e no espaço, com várias funções localizadas, e restritas a sua flexibilidade, é injustificada. O Dr. Gerald Edelman, um neurocientista vencedor do Prêmio Nobel, definiu o cérebro muito mais como um processo do que uma coisa, e um processo em contínua evolução. Por exemplo, é verdade que a memória depende de duas pequenas peças de hardware de cada lado do cérebro, chamadas hipocampo; se os dois lados são danificados (por derrame ou doença), a capacidade de lembrar é destruída. Ainda assim, dentro dessa limitação física, o cérebro de cada um é único, tanto na estrutura como no conteúdo. Não existe nada com as mesmas ligações de neurônios, e em cada um desenvolvem-se constantemente outras novas ligações a partir do momento do nascimento, dando origem a todas as memórias, que tornam você completamente diferente de mim. (Uma ligação não precisa ser física; os sinais faiscantes do cérebro estão sempre criando novos padrões e reformando-os em novos modelos.). Edelman afirma que ninguém repete uma lembrança literalmente. Quando você se recorda de um rosto familiar, alguma coisa é diferente; se não o próprio rosto, o contexto que o levou a lembrar-se, que agora pode ser triste, quando antes era alegre. A memória é, portanto, um ato criativo. Cria novas imagens e um novo cérebro ao mesmo tempo. Edelman concorda com a teoria de que toda experiência que alguém tem na vida muda a anatomia do cérebro. Além disso, não é tão verdadeiro afirmar que o hipocampo seja a sede da memória, porque qualquer recordação — o primeiro dia em que você viu uma plantação de narcisos — salta e tremula por todo o córtex, tocando outras memórias aqui e ali, passando a novas interpretações e necessitando ser recriada a cada vez que se deseja lembrá-la. Ao contrário de qualquer computador, nós lembramos, reconsideramos e mudamos nossas mentes. O universo foi criado uma vez, mas nós nos recriamos a cada pensamento. Em suma, tudo depende de como se constrói em silêncio. Qualquer coisa que possa ser experimentada à luz da existência - amor ou ódio, doença ou morte — brota de um nível mais profundo e flutua acima, pouco mais que uma bolha. Alguém pode procurar furar as bolhas, uma a uma, mas elas flutuam e sobem interminavelmente. Se quisermos navegar pelo campo da inteligência, precisamos aprender a mergulhar até as profundezas, onde a testemunha silenciosa em nosso interior nos aguarda. Este é nosso próximo passo: seguir o silêncio interior e conhecer seus locais secretos. sonho é a lembrança de tudo aquilo que a alma registrou durante o sono e que é permitido lembrar; além de ser também a confusão/mistura (em certas ocasiões) de lembranças registradas no inconsciente Juno ao que se vê ou viu no dia a dia. ’sonhar todos sonham diariamente mesmo em vigília (naquele leve cochilar), porém nem todos possuem permissão para a lembrança dos sonhos, cujos fatos ficam registrados no inconsciente. “no campo da genética estudado pela medicina espiritual já se reconhece que a evolução anímica só se faz em nível mais elevado de inteligência, devido às experiências cientificas, em cachorro, cavalo, golfinho e elefante, sendo os “macacos” apenas apresentando a forma física mais “provavelmente” semelhante ao homem primata, antecedente do Cro-magnon. Sentido da Vida Aulus
Posted on: Mon, 09 Sep 2013 13:38:39 +0000

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