"A chuva literalmente desabava impiedosa sobre o antigo e deserto - TopicsExpress



          

"A chuva literalmente desabava impiedosa sobre o antigo e deserto vilarejo, cujo nome sequer me lembrava de tão estranho que era. Sabia apenas que me encontrava algures na Escócia, e pela primeira vez tive medo. Tempestades me faziam sentir vulnerável e insegura, principalmente dentro de um carro minúsculo que ameaçava afogar-se a qualquer instante. Credo! Já arrependida por ter economizado em vez de alugar um carro melhor. Trovões rugiam no céu escuro, rasgado por relâmpagos fantasmagóricos, ou sejas, todo um cenário de filme de terror, e nada de encontrar o raio do hotel. Para piorar a situação, devido a fragilidade do sinal, o GPS não estava a funcionar. Era inútil andar às voltas. O lugar parecia desabitado desde os primórdios do século passado. Mal se viam luzes acesas através das janelas. Parei o carro e fiquei ali um pouco a pensar no que fazer. O celular também estava off. Claro! Nessas horas isso já nem constitui uma novidade que preste. Decidi sair do carro e ver se identificava as placas diante daqueles pequenos edifícios. Talvez um deles fosse um hotel, uma pensão, um albergue, qualquer lugar onde pudesse me abrigar da chuva e passar a noite. Quando me vi fora do carro, duvidei se tinha sido uma boa ideia. O vento era tão forte que praticamente me empurrava, fustigava os meus cabelos que iam contra o meu rosto violentamente e, além disso, numa questão de segundos, eu estava ensopada. Ok. Além de tudo, estava pronta para apanhar uma pneumonia. Bonito serviço. Dei um chute no pneu do carro, que aliás era completamente inocente, pois embora modesto e até idoso, levara-me até ali dignamente. Mas é que eu estava com raiva. Eu sabia que ia chover. Eu só não contei com o maldito acidente na estrada que empatou o transito por mais de 4 horas. E sim. Eu estava exausta. E faminta. E quase, muito quase a ter uma crise de pânico. De certo modo, aquela chuva forte caindo sobre mim, estavá-me a fazer bem. Renovava-me as energias, reenergizava-me. E por isso fiquei ali, distraída, entregue, no meio daquela estradinha abandonada, no meio da noite, debaixo daquele temporal, rodopiando de braços abertos e a cabeça para trás como uma criança. De repente aquilo soube-me muito bem. A intensidade do vento tinha diminuído. Agora era só a chuva forte, as trovoadas que já não me assustavam e os relâmpagos que riscavam o firmamento escuro. Desde criança que eu não tomava banho de chuva, mas depois de todo stress que passei na estrada, dentro daquele carro apertado tentando encontrar o caminho, diga-se de passagem que a sensação era boa demais. Eu era una com a natureza e nada mais importava. Só aquele momento. Era incrível a intensidade do agora que repentinamente, me permiti viver. Foi então que uma voz, um grito, sei lá, algo assim, me arrancou do meu momento mágico. - Ei! Você! Tá tudo bem? Eu me virei na direção da voz e me deparei com um homem, cujo carro também estava parado na estrada, provavelmente com a passagem obstruída pelo meu. Ele saíra do carro, coitado. Estava encostado à porta, aberta, mas literalmente encharcado também. - Eu ... desculpe - gritei - vou tirar o meu carro do caminho agora mesmo. Dizendo isso, voei para dentro do carro, que para variar não pegou de 1a, só de 3a ou 4a, e estacionei-o devidamente, deixando a passagem livre. Lógico que tive que me perguntar: quem raios era aquele homem, e o que ele fazia debaixo daquele temporal numa noite como aquela? O que eu não cogitei, foi que ele, o homem, se fez a mesmíssima pergunta: quem é esta mulher e o que ela faz aqui rodopiando no meio da estrada, em plena madrugada, no meio desta tempestade?!" P.S. Comecei a escrever do nada, sem pesquisa, sem montagem de personagens, sem uma estória previamente traçada e definida ... sei lá, surgiu na minha cabeça e fui escrevendo ... acham que vale a pena continuar???
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 06:33:26 +0000

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