"A garoa atrapalhava minha visão me fazendo tropeçar e deslizar. O caminho de terra molhada estava escorregadio e cheio de buracos, não foi nenhuma surpresa eu ter caído. Em um momento eu estava correndo, fugindo, tentando por a maior distância possível entre mim e tudo aquilo. E no momento seguinte meu corpo voava para frente em direção à lama. Estendi as mãos para tentar frear a queda. Não ajudou, na verdade, apenas as cortei em pequenas pedras que estavam parcialmente enterradas. Me pus de joelhos e naquele momento, caída e sangrando, tudo me atingiu repentinamente e fraquejei. Desmoronei. Não por fora mas por dentro. Minhas barreiras cederam, fiquei vulnerável, exposta, instável. E então já não era mais a garoa a borrar minha visão, mas as lágrimas."
Posted on: Thu, 04 Jul 2013 15:07:13 +0000
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