A noite em que não apareceram para me matar um cantor de churrascaria decadente poeta de quinta categoria nas horas vagas carcereiro do Cadeião de Pinheiros aposentado me ameaçara de morte porque sua garota tinha me dado bola o que o cu tem a ver com as calças eu não sei mas eu marquei com ele um lugar e uma hora para resolver as coisas do jeito que eu acho que devem ser resolvidas quando o cara começar a tricotar demais com as comadres pelas suas costas enquanto esperava fumei vários cigarros tomei seis garrafas de cerveja saquei várias bundas gostosas pra lá e pra cá cantei “As Curvas da Estrada de Santos” junto com a banda e, finalmente — não tendo aparecido ninguém para me balear bombas de fumaça, ninjas, grupos de extermínio, Bope, Jason Statham ou simplesmente um cara que é a cara do Kiko do Chaves, de camisa florida cafona e óculos escuros de camelô (mesmo na escuridão), sorrindo demais com seus dentes estragados — paguei a conta e voltei para casa dirigindo devagarzinho na mó nice tomei banho com a minha gata lavei suas costas cor de chocolate quente e também sua bunda e coxas transamos de pé ali mesmo depois fumamos uns cigarros na varanda e então eu fui para a sala assistir um filme sobre um cara que resgatava uma gostosa de uma prisão espacial tudo isso na santa paz de nosso senhor jesus cristinho, baby porque quem é, é. e quem não é, os cabelos avoam. Gilberto Sakurai "O Maldito Escritor" – 25/08/2013 omalditoescritor/2013/08/a-noite-em-que-nao-apareceram-para-me.html
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 13:40:41 +0000
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