AS GRANDES DIFERENÇAS A humanidade, na sua imensa maioria, é cética. Apenas se trajam de credulidade. Os mulçumanos racionais, não os fundamentalistas, jamais creem que se sacrificando explodindo a si mesmo e a outros irão direto ao paraíso desfrutar de setenta virgens. Os cristãos, também na sua imensa maioria, não creem verdadeiramente em Deus. Os pregadores falam frequentemente no Reino dos Céus, apresentado por Jesus, mas nenhum que ir para lá. Ao menor sinal de risco letal buscam um pecaminoso médico, que talvez seja ateu. Eles temem mais a morte do que creem em Deus. Os ateus, por sua vez, não creem que Deus não existe. Se o cressem não passariam a vida inteira querendo provar a inexistência de algo que ele afirma não existir. Procura-se provar a existência de um fenômeno, não sua inexistência. Há nisso tudo um temor à opinião alheia. As pessoas se ressentem de expor suas dúvidas, apresentando uma certeza teatral. Não defendem a ideia de paraíso, defendem a escolha dessa ideia. E os espertos se aproveitam disso. Quer seja no âmbito político, quer seja no campo religioso. As pessoas escolhem um político que comete vários erros, mas não o acusam. Acusá-lo é o mesmo que reconhecer o erro de sua escolha. As pessoas optam por uma religião e testemunham práticas incompatíveis com a decência e o humanismo, mas não a declaram. Declará-las é assumir o erro de sua opção. E assim elas permanecem por toda a vida, com o ego ferido, mas com um orgulho tão intenso que não permite demonstrá-lo. Chico Edson
Posted on: Thu, 26 Sep 2013 13:55:55 +0000
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