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Achei esse relato na net... achei bem interessante, vou compartilhar aqui. " Sou médico há 30 anos. Trabalho no Rio de Janeiro, capital, como médico emergencista, em pleno Centro da Cidade... O "sistema" está superlotado para as dimensões que tem; não há vagas suficientes sequer para os pacientes críticos. Na Unidade em que trabalho, uma "UPA" (Unidade de Pronto Atendimento), dispomos de 20 leitos de observação (Sala Amarela) e 4 leitos de alta tecnologia (Sala Vermelha); Em muitos plantões temos que "improvisar" leitos de alta tecnologia na sala amarela, dotando-os de monitor e ventilação mecânica, e ali manter pacientes que, pela gravidade do seu quadro, deveriam ser transferidos a uma UTI, mas não há vagas... Será que, com melhores condições e estruturas melhor dimensionadas, algumas das perdas que sofremos não seriam evitáveis? Às vezes penso que, se em pleno Centro da Cidade do Rio de Janeiro (e acredito que em São Paulo não seja diferente), praticamos uma verdadeira "medicina de campanha", acomodando pacientes críticos até em macas retidas das ambulancias do SAMU, por falta de leitos para recebê-los e de vagas no "sistema" para transferí-los, que dirá em cidades do interior; Se um municipio com a pujança econômica do Municipio do Rio de Janeiro "se vira nos trinta" para prestar um atendimento reconhecidamente precário, em que pesem denodados esforços e um certo abuso até, da "criatividade", no sentido de identificar os problemas e, na medida do possível, tentar resolvê-los, que dirá em municipios do interior... ou "periféricos". Tenho lido os comentários com certa tristeza. Não exatamente pela agressão de todo gratuita e generalizada à classe médica que alguns comentaristas expressam (sei que a incerteza, quanto à verdadeira identidade do próprio pai, por vezes assim se manifesta), mas maiormente pela profundidade oca da sua argumentação troncha e esquizofrênica que, ao mesmo tempo que espinafram sem a menor cerimônia toda uma categoria profissional, de maneira um tanto quanto paradoxal parece que querem reconhecer no profissional médico uma espécie de "entidade divina"; Um "deus" capaz do milagre de, com a sua simples presença, uma vez jogado de helicóptero e sem mapa lá onde Pedro esqueceu as cuecas, com um pequeno gesto, a la "Mandrake", desde o seu estetoscópio espalharia uma espécie de "onda curativa" que, de súbito, enterraria no lixo da história todas e quaisquer mazelas... Não, senhores, não! Não somos "deuses"! Somos profissionais, como os de qualquer categoria e, para desempenhar a nossa função, precisamos das nossas "ferramentas". Não temos vocação para marionetes nem fantoches, nem para "bichos de zoológico". Temos certeza, pelos muitos anos de estudo e de prática na carreira, que os problemas da Saúde não se resolvem "só" com a presença médica. Sabemos também, e que verifique quem queira, que muitos "prefeitos do interior" estão pouco se importando se o médico é experiente ou não, se é resolutivo ou não, se atende pacientes ou não... Eles precisam de um médico na "folha", atenda que não atenda, para justificar o recebimento do "repasse" do SUS, se depois o repasse vai para a saúde ou não... é outro problema. " Jose Mayo — "O pior desserviço que se presta às boas causas, é tentar fundamentá-las com argumentos ruins." (Jose Mayo)
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 00:38:14 +0000

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