Alessandra Barbosa, Marcelo Martins, Paulo Marcos, Fernando Sato, - TopicsExpress



          

Alessandra Barbosa, Marcelo Martins, Paulo Marcos, Fernando Sato, Isabele Lauer, Selma Reis, Rosemeire Vitorino, Rosemeire Torres Richa, Silvia Corrêa, Silvia Nunes... Li e achei interessante: Mérito de quem? Essa semana foi pautada em todas as Escolas Estaduais a prova do Mérito (não deveria ser essa “ao mérito”?). Em todas as discussões o espanto pela dificuldade na leitura de textos extensos, o tempo curto (4h) para se dar conta de responder as sessenta questões e escrever um texto de autoria sobre a Avaliação do SARESP. Paremos então para pensar acerca de toda a problemática envolta no “mérito” da questão. Há aqueles que defendem a teoria onde essa avaliação é uma forma de fazer nossos professores se atualizarem, há aqueles que rechaçam veementemente a obrigatoriedade de se realizar uma prova para se obter um aumento salarial, e você, de que lado está? Conversando com um bom profissional, recém-saído da faculdade de Pedagogia, ele afirmava que os professores antigos não tinham conhecimento das novas teorias da educação o que dificulta acompanhar a nova demanda social que a cada ano engrossa a fileira de estudantes sentados em nossas salas de aula. Verdade! Bem como nossos alunos, muitos desses profissionais não se dedicaram a estudar o mínimo para ser aprovados pela meritocracia do nosso governo; a justificativa, vai desde a falta de tempo, o excesso de trabalho, o acúmulo de empregos, a desmotivação causada pelos entraves da educação. Na hora da prova se descabelam (literal e figuradamente) ao perceber a dificuldade dos conteúdos (alguns básicos, ensinados (??) às próprias crianças). Dialogando com outro profissional, não tão novo em profissão, entretanto, longe de se aposentar, ele me afirmou que a prova apenas repete o sistema tradicional de ensino onde os aprovados são promovidos e os reprovados repetem o ano “repetidamente” até se desestimularem e evadirem (será esse o objetivo de nossos governantes?). Essa evasão nem sempre se dá quando o profissional abandona a sala de aula, a famosa “operação tartaruga” dos nossos sistemas de transporte pode ser, facilmente, entendida por qualquer profissional que sabe não poder contar com governantes fiéis à hombridade que lhes falta. Para quem não está a par dos acontecimentos, a “Prova Mérito”, assim como muito do que acontece atualmente no sistema educacional do estado se São Paulo, foi concebida e modificada no decorrer desses anos para melhor se adequar à realidade dos profissionais que atende, leia-se: o que beneficiou o sistema, e não os profissionais. A modificação mais gritante possivelmente tenha sido o aumento progressivo que regrediu: a princípio a ideia era aumentar em 25% o salário de quem fosse aprovado a cada avaliação realizada, em suas emendas, erratas, resoluções alterou-se para 10% e sabe-se onde isso vai parar, já há boatos de que nosso secretário estuda novas alterações para a Avaliação, e em se tratando de educação, boatos quase sempre se fundam em falas que eventualmente se materializam. Para aqueles que defendem a falta de horas de estudo e teorização dos nossos professores podemos dizer que há realmente uma falha grotesca por parte dos profissionais que pouco se dedicam a estudar, conhecer e se dedicar ao aprendizado para poder assim se dedicar ao aprendizado de nossas crianças. Para qualquer profissional, faz-se necessário atualizar-se, buscar novos horizontes, novas teorias, novas práticas. Praticar. Praticar aquilo que insistentemente têm insistido que ensinemos às nossas crianças: utilizar-se do senso crítico para atuar democraticamente em pró-coletividade, ou seja, unir-se enquanto classe e lutar para que esse tipo de situação não ocorra novamente, para que novos governantes não mandem e desmandem na educação sem ao menos perguntar, e principalmente ouvir, aquilo que temos a dizer. Lembrando que para poder questionar precisamos ter o embasamento teórico que nos falta, para isso precisamos estudar, percebem o ciclo vicioso? Aos que são contra a prova endosso o sentimento de revolta por todos os motivos supracitados e corroboro citando a própria proposta estadual de ensino de construir conhecimentos coletivos, de aproximar saberes, de validar o que se sabe estimulando novos aprenderes em defasagem nos anos vindouros, sou obrigado ainda a lembrar cansativamente que de todos os profissionais o único submetido a tal teste de aptidão é o do magistério, e se isso não bastasse como “castigo” aos reprovados, pensar que nossos alunos, na hora do nervoso da prova se acometem de “brancos” e que essas lacunas eventualmente e sabiamente (??) são supridas pelas inúmeras avaliações e formas de se avaliar utilizadas para se extrair o mínimo do que se espera das expectativas de aprendizagem, e a nós nos é negado essa oportunidade. Digam que o professor não estuda porque não quer. Verdade. Quem tem a disposição necessária para se esforçar lendo, fichando, pensando após árdua jornada de trabalho baixamente remunerada, altamente desrespeitada, escancaradamente solitária? Não que eu acredite que o caminho seja não estudar, ao contrário: o estudo deve sim, fazer parte da vida profissional, de qualquer profissional, do bom profissional; logo, se um é avaliado, todos deveriam ser, ou que democracia é essa que se aplica a apenas um setor? E talvez o grande problema seja esse: o estudo emancipador de Freire tem se aplicado além de si mesmo e nunca para si próprio. Então professor: estude! Leia, discuta, atualize, critique, manifeste-se! Somente assim a educação deixará de ser estática, alçará os novos e apregoados voos. Se o objetivo do aprender estadual é tão somente, aos olhos governantes, classificar e dar mérito a quem sabe, seja mais um “meretriz merecedor da meritocracia” e tire daqueles que estão longe da sala de aula, atrás de gordas ca(rt)deiras o mérito de poder dizer que o problema da educação é tão unicamente o professor que não estuda. E ano que vem nessa época “meritocrática” deixe de questionar de quem é o mérito fazendo dele o seu. Professora Lú DeGru
Posted on: Thu, 29 Aug 2013 14:09:23 +0000

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