Alma Em Silêncio Romano, 31/Mar/93 Quando a noite cai E os meus ouvidos abortam o silêncio imortal Fico preso a este estranho final Que me parece ser fuga E se assemelha ao mal. Mas, Senhor, grita tuas mensagens Em minha alma ensurdecida Me faz despertar para a esperança da vida Para que eu me sinta réu ou algoz Da minha própria decisão. Senhor, Tu que és o dono do meu coração, Explica a minha dor, Traduz minha dúvida Resolve esta equação Da minha mais dura razão. Estou só, Senhor, Meus pés estão enterrados nos lamaçais da dúvida Entretanto, ainda posso lembrar, Páginas belas escritas no verbo amar. Mas, eu também sei rezar, E graças a Ti, sei orar. Deixa escapar da luz da Tua justiça Uma fagulha imortal Que possa explicar o final Daquilo que prometi Sem justificativas ou mal. Senhor, me sinto na divisão dos mundos E o meu eu mais profundo Clama por luz, paz e sorte. Parece estar no fim, Até me vejo na morte. Creio em Ti de tal sorte Que farás plural em mim Me dando o mais belo fim Que é entender toda morte. Não findei agora Porque a decisão é mais forte que a ilusão Ela faz parte do que sou e serei Enquanto eu puder sentir Aquilo que optei. Perdoem aqueles que me amam Por não lhes dar atenção. Se for necessário, então, Sacrifico o coração Por aquilo que optei. Se tudo isto não bastar, Me ensina Senhor , o que é amar Dá-me mil braços de abraçar, Dá-me mil bocas de falar, Dá-me uns olhos de chorar, Um coração de suportar E um espírito de lastrear, A vontade que rasga Ao ter que a mim renunciar Para tudo Te entregar. Não sou festa, Não sou luz, Não sou pessoa, Mas também não sou à-toa Sou uma alma que presta Que, revivendo, é coisa boa Por isto, Senhor, Não me deixes à-toa Na busca da solução Desta grande decisão. Perdi a luz dos meus olhos Mas, como tudo, entendi Porque em Ti, eu cri E não perdi os olhos da luz. Vigores da Alma Romano, 07/Abr/93 Há dias em que meu espírito percorre os mundos E a minha alma verte lágrimas E tremeluzem as imagens Que meu espírito teima revolver; Há momentos em que as condições mais altas do meu sentir Espatifam-se como humildes cristais Ante os pés de Nosso Amado Senhor; Há instantes em que imagino Que a infinitude do Cosmos É a pressão mais espetacular Que o meu espírito pode perceber. E a dúvida que se estabelece, É quando me vejo, desenrolado Na própria imensidão, ocupando todos os pontos vazios Onde Deus existe e não sabemos Se podemos existir. Há dias em que me sinto um especial gameta Que sabe pinçar habilmente A poesia mais sutil dos corpos terrenos E, no gozo especial do germe da vida, Vou dinamitando maldades E explodindo reverberações incríveis De ser menos que eu mesmo, E gigantesco no que posso fazer. Há momentos em que sonorizo um corpo macio Com a espetacular intensidade do tímbale afinado E consigo orquestrar, neste mesmo corpo que toco, A mágica partitura que meu espírito eterno Soube urdir nos momentos mais voláteis. Há dias em que estou adentrando As almas mais vibráteis, Buscando o átomo da luz Que haverá de consagrar O momento como produção ou recurso De tudo aquilo, que o espírito Que educo, pode se desdobrar. Esta busca que faço Nada mais é do que o leve roçar de lábios Em uma pele finíssima Onde educo a sensibilidade, Tendo como prisma as minhas Ações fortificadas e seguras. Não obrigo ninguém a ser o que fui, Entretanto, posso carregá-los, Quando sensibilizados àquilo, que serei. Por isto: há dias que revivo; Há momentos que convivo; Há instantes que estou vivo. Esta é a minha sina Juntar os que se separam; Educar os que se amaram; Sensibilizar os que se acharam; Acompanhar os que, em mim, acreditaram Que a luz dourada banhe Aqueles que, por mim, passaram Graças a Deus, os tive em mim Porque me amaram! Irmãs Clarissas Tânia Almeida, 08/Ago/98 A dor é um anjo bom disfarçado de mal, pois, é através dela Que as pessoas se voltam ao seu interior e encontram Deus E seguem firmes pelos caminhos da fé ao encontro do amor, Do verdadeiro amor ao próximo e a si mesmo.
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 12:27:29 +0000
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