Angústia e ansiedade: a solução está no conflito Uma - TopicsExpress



          

Angústia e ansiedade: a solução está no conflito Uma estudante de concurso público nos enviou o seguinte desabafo: “Ontem aconteceu uma situação que me deixou desanimada diante de certas observações. A que mais me tocou emocionalmente foi o fato de ver colegas meus trabalhando, construindo patrimônio próprio e ascendendo profissionalmente. Neste momento me indaguei: o que estou fazendo aqui, me preparando para um concurso? Estou investindo dinheiro meu e da minha família e deixando passar oportunidades de trabalho. Isso sem contar as minhas horas de estudo sem qualquer retorno financeiro. Esqueci de mencionar, ainda, o meu lazer. Incontáveis vezes deixei de sair com meus amigos e de viajar nos feriados, enquanto colegas que optaram por outros caminhos já colhem os frutos do seu labor. Gostaria de esclarecer que esses sentimentos relatados em nada se identificam com a inveja. Em momento algum desejei ocupar o lugar de meus colegas, mas muitas vezes me questiono por aquilo que deixei de fazer em nome do sonho de ser aprovada num concurso público.” Juliana D. Como podemos fazer uma leitura das emoções contidas no desabafo de Juliana? O primeiro aspecto a ser percebido é a nítida vontade e desejo da estudante de passar num concurso público. Ao mesmo tempo, sentimos manifestações de angústia, ansiedade e de insegurança diante da autopercepção da mesma em relação às conquistas dos outros. A Programação Neurolingüística nos ensina que existe uma possibilidade de lançar mão da técnica chamada “negociação entre partes”. Como se dá a “negociação entre partes”? Primeiramente, deve-se reconhecer a existência de um conflito. Este decorre de duas ou mais partes de uma mesma pessoa, que têm interesses conflitantes, os quais levam à angústia, à ansiedade, à insegurança e à autodepreciação. As partes conflitantes sempre geram conflitos? Não necessariamente, mas neste caso específico, sim. O que gerou conflito no caso relatado foi a possibilidade de Juliana fazer diferentes opções profissionais. Ou poderia optar pela preparação para um concurso público ou seguir um caminho a exemplo de seus colegas. E isso é suficiente para deflagrar o estado emocional por ela relatado? Absolutamente todos os conflitos são fabulosos geradores de ansiedade e angústia. Na medida em que se trabalha no conflito a angústia e a ansiedade, acaba por se facilitar o processo de tomada de decisões ou de solução da contradição entre as partes. Como isso é possível? Sempre que assumimos a existência de um conflito, abrimos a possibilidade de compreender que teremos de assumir a angústia e a ansiedade. Tanto a angústia quanto a ansiedade podem ser satisfatoriamente controladas por fármacos, ainda que temporariamente. Mas convém dizer que apesar do poder da medicação, esta não soluciona os conflitos. Quer dizer que assumir o conflito é o primeiro passo para resolvê-lo? Exatamente. O que nos impede de resolver o conflito não é apenas a angústia e a ansiedade, mas outros elementos afetivos que inserimos no conflito, a exemplo da autodesvalorização, da autodepreciação e da insegurança. Vale lembrar que processos de angústia e de ansiedade são próprios do ser humano. É essencial expurgar os sentimentos de autoculpa e de autodesvalorização. E, por fim, para solucionar o conflito, deve-se fazer uma opção entre as partes. A escolha de uma das partes é o caso da Juliana. Como se daria, hipoteticamente, tal escolha? Poderia-se mencionar à estudante que, muito embora houvesse o crescimento de seus colegas, isso nada mais é do que o fruto das escolhas que eles fizeram. Mas, diferentemente, Juliana fez a sua opção pelo serviço público. Trata-se de um investimento em seu próprio sonho. E fazer um julgamento autopunitivo pelo fato de ainda não ter atingido os seus objetivos não é justo se for considerar que o ingresso numa carreira que inicia com o concurso, ou seja, parte de um processo. Nesta perspectiva pode-se dizer sonhar é fundamental. Assim como acreditar em si mesmo e buscar o aprimoramento constante. Trair os próprios sonhos é uma forma de trair a si mesmo. A vida não é suficientemente longa a ponto de permitir que realizemos em primeiro lugar o que não queremos, para então partirmos para a conquista daquilo que realmente desejamos. PROF. DELGADO JÚNIOR MATRIZ CONCURSOS E VESTIBULAR
Posted on: Fri, 13 Sep 2013 18:29:06 +0000

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