As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras (Friedrich Nietzsche) Nietzsche sempre altivo e mordaz sintetiza nessa frase um dos piores tipos de arbitrariedade que se manifestam através do aniquilamento da autocrítica, seja no âmbito pessoal ou no âmbito de movimentos coletivos. A incapacidade de manter a lucidez em observar e julgar fatos transpondo o utilitarismo tendencioso, que justifica o excesso de um pelo excesso do outro, é sem dúvida um dos fatores que turvam e descaracterizam qualquer movimento que abdique da autocrítica. Neste cenário a planificação de idéias e opiniões limitam, e expurgam quaisquer elementos que possam esfriar os ânimos e convidar a uma reflexão em mais dimensões. Na terra dos extremos ou se está em completo êxtase revolucionário ou é tido e como mais um elemento do sistema, todas as demais opções são convenientemente descartadas. Nesse maniqueísmo infantil, as vitórias são contabilizadas através de vitimas e destruição, quanto mais, melhor. Para cada manifestante agredido, busca-se mais destruição ao sistema e a seus asseclas, numa trama quase hollywoodiana, contendo ninjas, revolucionários mascarados e onde o povo já se evadiu, por não mais reconhecer a correta direção do espetáculo. A esperança que surgiu nos milhares que marcharam pacificamente na avenida Rio Branco, hoje se tornou apreensão ao constatar que a escalada da violência esta aumentando, sobrepondo ao diálogo inicialmente aberto. O que ocorrerá no futuro é difícil dizer, apenas sei, que não vou reduzir as minhas opiniões a elementos banais e simplórios que circulam frequentemente pelo Facebook e nem vou me calar para modismo nenhum.
Posted on: Tue, 23 Jul 2013 19:42:37 +0000
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