As nossas terras foto Marmeleiro “Após a reconquista - TopicsExpress



          

As nossas terras foto Marmeleiro “Após a reconquista cristã de Vilar Maior (Riba-Côa), em 1230, ajudaram a reconstruir o seu Castelo e implantam-se em muitas terras das vizinhanças (primeira metade do séc. XIII), controlando os principais itinerários, num dos quais o Marmeleiro que se inseria no alcance da cidade da Guarda”. MARMELEIRO é uma povoação e freguesia do concelho, comarca, distrito e diocese da Guarda (~ 8 Km), situada numa região algo acidentada do interâmnio da margem esquerda do Rio Côa e direita do Noémi, a ~840 rn de altitude, em terreno fértil, a balizar os caminhos para o Seixo doCôa, Monte Margarida, Carvalhal Meão, Adão e Vila Fernando. A localidade só muito tardiamente beneficiou de melhor ligação com outras localidades periféricas. Compreende os lugares de (Casal de) Monte Brás, Penedo da Sé e as Quintas de Gonçalo Martins e Carvalho. Orago Nª Sª da Conceição. Foi vigararia do padroado real e comenda da Ordem de Cristo (do duque do Cadaval), que teve aqui um dos seus esteios caminheiros, no termo da Cidade da Guarda, actualmente do arciprestado do Rochoso. A Ordem de Cristo foi criada, em 1319, no reinado de D. Dinis (1279-1325 - caracterizado por progressos sociais económicos, aumento das população e continuação da política de protecção aos concelhos), em substituição da Ordem do Templo. No tecto da capela-mor da igreja matriz existe ainda uma preciosa reminiscência - uma característica Cruz templária (>Cruz de Cristo. Também a vizinha freguesia de Carvalhal Meão, foi um curato anexo à vigararia de Vila Fernando, onde também o cura era provido pelo cabido da Sé da Guarda (dando-lhe a mesma lógica de Penedo da Sé) se inscrevia nos caminhos de vigilância de/para a fronteira, tal como o Marmeleiro que filtrava a Ponte de Sequeiros. No decurso do ano de 1966, Carvalhal Meão ainda se encontrava eclesiasticamente anexa à freguesia de Pega (a localidade mais próxima), unida pela ancestral via Vila Fernando >Marmeleiro > Monte Margarida > Ponte de Sequeiros> Vilar Maior) com importante ambívio que aqui se realizava e cruzava a Ribeira do Seixo (ou de Ade), afluente da margem esquerda do Rio Côa. Demografia: A evolução censitária da população que, a princípio somara os diversos casais, decorria naturalmente em crescendo até ao momento em que, casuisticamente, a partir das décadas de 1950,1960 e seguintes, jamais deixou de se reflectir retractiva. Toponímia e História: O vocábulo e o topónimo Marmeleiro, por certo, é de origem grega por intermediação lácica, assente em malum meileus aureum, marmelo áureo (vel cidonyum), uma árvore de importação romana. Não sabemos quem usara primeiramente, nem quando, este apelido “de Marmeleiro “, sob a forma de um determinativo geográfico, outrora muito em voga e agregado ao nome da nobreza que robustecia o seu braço e o seu espírito em pelejas, congraçando os reais intentos. Alguns autores baseados em linhagistas ou em nobiliários, dizem que em tempo do Rei D. João I (1385-1433) viveu Diogo Gonçalves “do Marmeleiro”, senhor da Quinta do Marmeleiro, que foi pai de Afonso Gonçalves do Marmeleiro e avô, por este filho, de Pedro Afonso ou Gonçalves Marmeleiro, natural da que fôra a ulterior estrema meridional - Estremoz (M. 1558) - e era casado com D. Inês Alvares de Moura e teve geração que continuou o apelido. Não será por acaso ou dispiciendo que o duo nominal Vila Fernando e Marmeleiro se reflectem geminados no Alentejo (“além do Tejo definia um vector de intervenção e assim prevaleceu) para onde convergiu muito do zelo da Ordem de Cristo. A família Marmeleiro parece, pois, ser de genuina origem portuguesa e proveniente de um dos lugares assim conhecidos e de possível interligação - um deles, o da província da Beira Alta, com pergaminhos da Ordem do Templo e de Cristo, reflectidos na sua Igreja, e será o que terá dado origem ao novo Marmeleiro e ao novo Vila Fernando transtaganos. Efectivamente, Diogo Gonçalves fidalgo português, morreu na batalha de Ourique, pelejando ao lado de D. Afonso Henriques (era filho de Gonçalo Oveques, que reconstruiu o mosteiro de Cete, em 967, junto ao Douro). Casou com D. Urraca Mendes, irmã de D. Fernão Mendes de Bragança, cunhado do referido monarca. Martim Gonçalves Leitão, Terceiro mestre da Ordem de Cristo, assumiu o mestrado em 1327. Graças à sua bravura, foi muito estimulado pelo rei D. Afonso IV (1325-1357), Morreu em 1335. Um outro Gonçalo Gonçalves (provável irmão ou familiar) foi o Comandante de um troço das hostes de D. Afonso Henriques, na tomada de Santarém, o qual deveria defender a porta de Atamarma e cortar a passagem aos mouros que do arrabalde pudessem vir em socorro dos sitiados. Fôra, depois, por mercê de D. Teresa, governador do Castelo de Soure, antes deste transitar para a posse dos Templários. Residia em Viseu e na diplomática figura em primeiro lugar entre os ricos-homens daquela cidade. Também um homónimo D. Gonçalo Gonçalves, foi um eminente Prelado dos séc.XIV e XV e fôra eleito coadjutor e sucessor do bispo de Lamego, D. Lourenço (1363-1393) e já governava a diocese quando ela foi incorporada na metrópole olissiponense, de recente criação. Esteve no concílio de Pisa em 1409. Foi no seu tempo que, eclesiasticamente, se anexaram a Lamego as Terras de Cima-Côa. Morreu a 9.02.1419. O Marmeleiro, na margem direita do Noémi (e ao longo do Ribeiro da Ade), era, pois, uma das primeiras células activas, bem como, na margem esquerda, o “Rechouso” (grafia do séc. XIII, de origem romana — “reclausus” (forte ou reduto fechado), constante na doação de herdades e fazendas à Ordem, em 1266, e fôra um importante ponto de controle da via militar romana, por Vilar Maior, Ponte de Sequeiros, Monte D. Margarida, ou Fontes d’Honório e os portos ou poldras de S. Miguel (Castelo Mendo) e de S. Caetano, na foz do Noémi > Jardo (de Janua atrium > Janardo-Jãardo > Jardo, porta de controlo), as aqui preferidas pela invasão dos infiéis, para NO. Um pouco anteriormente e a flanco, também o território da localidade de Freixo se repercutia numa doação de bens aos Templários, nesse mesmo ano de 1266 e pertencia ao antigo município de Castelo Mendo — um dos baluartes defensivos da beira, ao tempo ainda definida sobre a “veia cudana”. Por sua vez, Avelãs da Ribeira era uma outra das doações de bens, ocorridas também em 1266. Entre nós, Fonte Arcada (Penafiel), foi um impoAante centro da Ordem do Templários, por volta de 1225-1228. E, desde aí, logo os Templários se expandem ao ritmo da expansão nacional. Após a reconquista cristã de Vilar Maior (Riba-Côa), em 1230, ajudaram a reconstruir o seu Castelo e implantam-se em muitas terras das vizinhanças (primeira metade do séc. XIII), controlando os principais itinerários, num dos quais o Marmeleiro que se inseria no alcance da cidade da Guarda. E de notar que no tempo das Cruzadas, foram formadas duas grandes Ordens monástico-militares com o fim de proteger os interesses do cristianismo da Terra Santa — os Templários e os Hospitalários. Ao mesmo tempo, na Península Ibérica, as Ordens Militares foram fundadas para combater as incursões sarracenas que haviam iniciado no século VIII e tudo queriam levar a fio de espada para ampliar o “maometanismo” incipiente e agressivo o qual, no seu primitivo fanatismo, procurava arrasar todos os locais de culto católicos apostólicos romanos [inclusive Braga e Santiago da Compostela, ambas na antiga Galiza - a primeira (Bracara Augusta), como capital sufragânea, e sequestrar ou exterminar as milícias monacais, única força em locais estratégicos que os defrontava e se encontrava esparsa por vários Mosteiros de toda a Beira e Minho, a opor-se ao seu avanço.
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 21:49:37 +0000

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