Atanásio Mykonios Durante algum tempo, a filosofia tem se debatido acerca da fragmentação do pensamento social, cuja expressão revela, sobretudo, um mal-estar que penetra a sociedade desde o final do século XIX. O capitalismo, como forma social hegemônica, desenvolveu uma série de artifícios sociais que se tornaram totalizantes. A par disso, constatamos que a sociedade do século XX mergulhou no mais profundo sofrimento, destarte os avanços científicos, as máquinas, a informação, etc. Estamos em um momento moribundo, e não é preciso muita elucubração para constatarmos que a sociedade capitalista é de fato uma forma social que nos leva à morte em todos os sentidos. Dessa forma, compreendemos que o papel da filosofia não mais é o de encontrar respostas superficiais, mas o de reconhecer, peremptoriamente, o seu próprio fracasso diante do holocausto social e espiritual. O espirito do tempo é de profunda decadência e insegurança. Não é mais possível remediar essa sociedade, também não temos elementos concretos, históricos e práticos para apontar novos rumos, a morte dessa sociedade deve ser entendida como um processo social, não como seu fim último, mas como elemento de superação desse estado de coisas absurdo que nos toma de assalto diariamente. Daí a necessidade de assumirmos nossa própria morte social em todos os âmbitos e dela fazermos o salto, quando chegar o momento histórico. Não basta reformas, mas é preciso compreender o esgotamento das forças humanas diante do cego movimento da economia de mercado, que destrói a humanidade em todos os seus aspectos primordiais.
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 15:04:50 +0000
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