"Brutal e mal treinada" são os adjetivos da The Economist ‒ cuja edição semanal acaba de ser publicada online ‒ para a polícia brasileira, que nos últimos dias "transformou uma marcha pacífica em uma turba aterrorizante" em várias cidades do Brasil. A prestigiosa revista inglesa faz referência também aos protestos de ontem em Fortaleza ‒ com choques entre os manifestantes e a polícia ‒ antes do jogo entre Brasil e México. Sobre as razões que levaram os brasileiros às ruas, diz que não faltam motivos: a corrupção e a violenta criminalidade são endêmicas; a brutalidade da polícia é lugar-comum nos bairros pobres; o crack é vendido e consumido abertamente em todas as grandes cidades. Alem disso, os brasileiros pagam impostos a nível de países de primeiro mundo (36% do PIB) e recebem péssimos serviços públicos de volta; o custo de vida está assustador... Mas nada disso é novo. Então por quê? ‒ pergunta a The Economist ‒. Por quê só agora os brasileiros se rebelam? E responde: uma das razões é a Copa das Confederações, um ensaio da próxima Copa do Mundo em 2014. A outra, o recente aumento vertiginoso da inflação: na última década 40 milhões de brasileiros escaparam da absoluta pobreza, mas muitos deles ainda lutam com unhas e dentes para não cair nela novamente. Estes brasileiros veem mais ganhos em qualidade de vida como um direito seu. "As manifestações são um sinal de que eles estão acordando para o fato de que pagam impostos e merecem serviços públicos decentes, e não apenas estádios brilhantes".
Posted on: Thu, 20 Jun 2013 20:08:50 +0000
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