CARTA BERTA AO POVO DE IRAUÇUBA No ano de 1979 me apresentaram uma cidadezinha de nome diferente, encravada no alto Sertão do Ceará e nela tive a maior experiência da minha vida. Vivi naquele lugar o que nunca vivi nos meus 28 anos de vida na época, já que na terra encontrei os problemas que via pelas revistas, jornais e televisão. Foi uma aventura tão gratificante, que até hoje eu guardo os mínimos detalhes dos 30 dias vividos intensamente em IRAUÇUBA. Descobri que a terra fazia jus como se referiam a ela, pois a chamavam de TERRA DA AMIZADE e isso foi constatado pelo grupo do PROJETO RONDON, levado pelo querido Professor Miltom que acreditou podermos agregar os nossos conhecimentos, com os conhecimentos daquele povo. Sendo assim, foi de tamanha valia a troca que fizemos com aquela cidade, nos dando assim a certeza de estarmos no lugar certo, com as pessoas certas e fazendo as coisas certas. Por isso cada segundo em IRAUÇUBA, nos ensinou o que os bancos das nossas faculdades não nos ensinaram e não nos posicionaram de forma madura aos fatos cheios de verdades. Cumpridos os 30 dias que correspondiam o nosso tempo de estada no município, não foi impedido, porém o retorno do grupo para as nossas casas e continuarmos os estudos e os trabalhos de quem tinha o futuro como meta. Todavia, ficou uma lacuna entre nós e a cidade que nos ensinou a entender como era a vida dentro daquele caldeirão, consumindo o pouco que ainda tinha de esperanças e o nada como uma certeza. Dessa forma saudosa, deixei os Senhores MIltom, Antonio Messias, os amigos Mela Oco e seu irmão Luiz, dono do bar que era parada do Rápido Crateús, em frente a praça da cidade. Sinto ainda falta da bela e carismática Madalena, falecida em um acidente, sinto falta da amiga América a responsável pelo MOBRAL na cidade. Sinto falta de Cascão, Indio e outros tantos meninos e meninas, que compuseram aquele quadro de boas vindas e descobertas. Por isso que voltar a IRAUÇUBA era um sonho recorrente e que consegui realizá-lo por três vezes, pois voltei ao lugar que me fez sentir mais humano, menos egoísta com os problemas alheios, pois ali era o que se tinha de constante. Depois de trinta anos ao vasculhar a Internet, encontrei alguém de IRAUÇUBA e com ela foi evoluindo a minha conversa e a cidade voltou fazer parte efetiva da minha vida. Tenho esse contato de quase cinco anos e através dele fui fazendo novos amigos na cidade, pude saber mais do lugar que aprendi a amar. Essa era uma certeza, que ratificava as boas vindas, quando busquei os amigos e me foi respondido presente, mesmo que não soubessem quem eu era e o que queria. Com essa facilidade de contato, descobri que essa cidade faz jus a forma que a chamam, pelo jeito que me receberam e encheram meu FACE de rostos novos e de propósitos muitos. Sendo assim, estou ainda mais encantado com tanto carinho a mim dispensado por vocês da TERRA DA AMIZADE. Quero ainda agradecer a Fátima Motta, Maninha, Felix e tanta gente que me recebeu com respeito e apreço. Por isso, deixei aquela antiga história voltar e me fazer escrever o que vivi na cidade, pois o PROJETO RONDON que participei foi de fato uma experiência única, capaz de produzir um livro contando minha aventura em meio a Caatinga de IRAUÇUBA. Assim me despeço e agradeço mais uma vez a cada um dos novos amigos que me receberam tão bem. Um beijo no coração de cada um... Paulo Souto
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 16:51:48 +0000
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