CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO: VOLUME 12 A publicação, no mês de - TopicsExpress



          

CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO: VOLUME 12 A publicação, no mês de março deste ano, de Toda Poesia, reunião da obra poética de Paulo Leminski, surpreendeu tanto leitores quanto críticos ao encabeçar em poucas semanas a lista dos mais vendidos no país – um êxito editorial inesperado, tanto por se tratar de um livro de poesia quanto por ser a obra de um poeta marginal. Reconhecendo a importância deste acontecimento, a Revista Estação Literária, Qualis B2, receberá até 30/09/2013 submissão online de artigos para o volume 12, cujo tema é Malditos e Marginais na Literatura. Embora seja apenas em 1884, com a publicação de Les poètes maudits, de Paul Verlaine, que o epíteto “poeta maldito” tenha se tornado mais frequente, a noção de um gênio criador desajustado, refratário às convenções sociais, já fazia parte do universo da literatura, sobretudo a partir do Romantismo. Mais do que mera expressão de angústia existencial, a weltschmerz dos românticos dizia respeito, acima de tudo, ao sentimento de inadequação, de desajuste, de inconformismo e revolta diante da condição humana e da sociedade burguesa. Decorre daí o fascínio pela rebeldia encarnada em figuras mitológicas como Prometeu, Caim e Lúcifer, tal como é possível notar nas obras de Lord Byron, John Keats, William Blake, Goethe, Gerárd de Nerval, Victor Hugo, Álvares de Azevedo, entre outros. Trata-se de um grupo de poetas guiados pelo imperativo da transgressão, da quebra deliberada de tabus, do flerte com a loucura, a violência, o vício e a morte, enfim, com a experiência do Mal – que é, afinal de contas, aquilo que a literatura tem de mais “essencial”, conforme observou Georges Bataille. Mesmo após o Romantismo, a descendência de Caim continuou a propagar a sua maldição através de autores como Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Lautréamont, August Strindberg, Augusto dos Anjos e Cruz e Sousa. Não obstante a crítica busque rotulá-los e circunscrevê-los em determinada escola ou corrente literária, o fato é que são deslocados, desenraizados, tendo chegado demasiado cedo ou tarde, em descompasso com o mundo em que viviam. O século XX deu continuidade a esta tradição de outsiders com a obra de Thomas Mann, sintomática por apontar, quer seja por meio da expressão decadentista da “arte pela arte”, quer seja pela relação entre a genialidade e o demoníaco, a complexa dialética entre o artista e a sociedade burguesa, demonstrando que não existe lugar para os desajustados, para os indivíduos extraordinários, para aqueles que cultivam o espírito em detrimento da vida prática. Opondo-se ao mundo da utilidade e da mercadoria, era inevitável que esta estirpe de escritores tenha experimentado uma constante intercomunicação entre a arte e a vida: como nos casos de Franz Kafka, Jean Genet ou Henry Miller, a maldição do autor e da obra tornam-se uma só. Isto se deu de forma ainda mais radical a partir dos anos 1950, quando a Geração Beat, por meio de expoentes como Jack Kerouac, William Burroughs e Allen Ginsberg, incentivou os movimentos de contracultura ao mostrar que era possível um novo modo de vida, para além da moral puritana tão fortemente enraizada nos Estados Unidos. Sem dúvida, foi esta a fagulha contracultural que atravessou o continente e incendiou a poesia marginal de Francisco Alvim, Cacaso, Roberto Piva, Torquato Neto, e muitos outros, dando sequência no Brasil à tradição literária dos malditos, dos transgressores e dos outsiders. Considerando a importância de todos estes escritores malditos à promoção, via literatura, de uma constante e renovada subversão do status quo, a Revista Estação Literária busca, para este volume 12, contribuições que ajudem a compreender melhor a intrigante condição dos malditos e marginais na literatura. Abrimos também espaço dedicado à criação literária. Receberemos textos curtos que se estendam por no máximo cinco páginas, além de textos não verbais como fotografias, desenhos e músicas. Para tanto, contamos com a criatividade de artistas-alunos de graduação e pós-graduação. O material deve ser inédito e ter como parâmetro apenas o limite de extensão estipulado. As contribuições devem ser enviadas, de acordo com as normas de publicação, para o e-mail [email protected] até o dia 30 de setembro. Comissão Editorial Executiva da Estação Literária uel.br/pos/letras/EL/
Posted on: Tue, 24 Sep 2013 17:03:26 +0000

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