Celso Ming Povo cá, governo lá As manifestações demonstraram - TopicsExpress



          

Celso Ming Povo cá, governo lá As manifestações demonstraram que a agenda deste governo está divorciada da agenda da população. Pode-se argumentar que o povo nem sempre sabe o que quer, reivindica por vias transversas a satisfação de suas necessidades e que, até mesmo nas democracias, cabe aos dirigentes interpretar seus anseios e tratar de satisfazê-los, no que der, já que a política é a arte do possível. No entanto, ao longo deste governo, em tantas e tantas áreas, não há essa interpretação. A maneira como os atuais dirigentes orientam as despesas públicas nada tem a ver com as aspirações da população. Nos grandes centros urbanos, por exemplo, o trabalhador leva horas e horas diárias espremido em trens e ônibus ruins, sujeitos a paralisações e congestionamentos, que pioram todos os dias. Transporte público é uma indiscutível prioridade nacional. E quais são as políticas do governo? E incentivar o crédito e reduzir impostos para compra de automóveis, que entulham mas e avenidas das grandes cidades, à proporção de quase mil por dia só em São Paulo. É subsidiar o consumo de gasolina, um dos fatores que sangram inexoravelmente o caixa da Petrobrás, cujo resultado é mais congestionamento de trânsito e mais horas perdidas dentro de um veículo. Em vez de mais metrô, mais ferrovias, mais rodovias e mais portos, o governo empurra o projeto do trem-bala que vai levar mais R$ 35 bilhões. A população quer melhora dos serviços públicos. Em vez disso, o governo prefere despejar bilhões de reais no sustento de 39 ministérios, na construção e na ampliação de estádios de futebol, estes sim, no padrão Fifa de qualidade. Em vez disso, o governo prefere injetar R$10 bilhões do BNDES, que por sua vez, recebe transfusões diretas do Tesouro Nacional, para alimentar os projetos delirantes do grupo Eike Batista, até agora, como a presidente Dilma declarara em 2012, motivo de orgulho e exemplo a ser seguido pelo Brasil. A população não pede necessariamente mais verbas para saúde e educação. Pede que os enormes recursos injetados nessas áreas sejam gastos com qualidade. Mas isso requer também qualidade de gerenciamento das despesas públicas, hoje altamente precária. Gomo ficou claro nas manifestações, a população quer mão pesada contra a corrupção, que inferniza a administração pública e aumenta substancialmente os dispêndios nos investimentos do Estado. No entanto, a resposta do governo é a pretendida instituição do financiamento das campanhas eleitorais com recursos públicos. Com que resultado prático? Será que, além do financiamento privado e suas mazelas, que não terminarão, teremos o financiamento das campanhas eleitorais com recursos que, em última análise, serão tirados da educação, da saúde, de outros custeios e de investimentos públicos? Antes de chegar ao governo federal, o PT proclamava a excelência do orçamento participativo, que determinava democraticamente a prioridade das despesas públicas. Uma vez lá chegando, desconsiderou as recomendações anteriores. As prioridades orçamentárias passaram a ser determinadas não mais pelas legítimas demandas do contribuinte, mas por fatores que reforçam a percepção de que o objetivo é a perpetuação 110 poder. ENTENDA *Fica difícil Em audiência no Parlamento Europeu, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi (foto), advertiu ontem que a criação do Imposto sobre Transações Financeiras (similar à antiga CPMF brasileira) produzirá distorções na política de juros. *Distorção O imposto é pleito de 11 entre os 28 passes da União Europeia. A preocupação de Draghi é que, na medida em que não valerá em todo o bloco, a novidade vai repelir capitais de países onde haverá o imposto e atrair para os não sujeitos a ele. Como os juros são iguais em toda a zona do euro, o imposto prejudicará a distribuição adequada de moeda na economia.
Posted on: Tue, 09 Jul 2013 14:40:51 +0000

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