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Cena 4 : Narrador: Terminada a dança, o par atravessou a multidão, recebendo olhares de inveja e de admiração. Foram para uma sala quase deserta nos fundos do salão. Até ali, Álvaro ainda não tinha se declarado, mas o amor era cada vez mais ardente em todos os movimentos e ações do rapaz. Ele já não conseguia dominar aquela paixão e estava decidido. Quanto à origem de Elvira, nem se lembrou de perguntar. Não fazia distinção de classes e, para ele, era diferente se a amada era princesa ou filha de pescador. Sabia q Elvira era uma das criaturas mais perfeitas e adoráveis da Terra, e isso bastava. Álvaro: - Dona Elvira, o meu coração já pertence à senhorita faz tempo. Sinto que o meu destino depende só da sua vontade. Possuo uma fortuna considerável, tenho uma boa posição na sociedade, mas não vou ser feliz se a senhorita não aceitar dividir comigo esses bens que a sorte me proporcionou. Isaura: - Me desculpe senhor, estou me sentindo mal, preciso me retirar. Se o senhor tivesse a bondade de me levar para perto de meu pai... Álvaro: E você vai me deixar sem uma só palavra de consolo e de esperança? Narrador: Martinho interrompeu bruscamente a confidência amorosa. Álvaro, indignado, já ia enxotar o intrometido. Isaura estava apavorada. Martinho: Meu senhor, sinto muito, mas esta senhora é uma escrava fugida! Vou repetir, e em voz me alta, para todo mundo ouvir: esta senhora é uma escrava fugida, e eu estou encarregado de fazer a prisão. Isaura: Que vergonha, meu pai! Eu estava pressentindo! Martinho: Devagar, meus amigos, devagar! Não me condenem sem primeiro me ouvir. Escutem este anúncio e, se não for verdade o que eu digo, podem me atirar pela janela. Esta senhora é uma escrava. Só falta conferir o tal sinal de queimadura acima do seio... Álvaro: Alto lá! Sendo escrava ou não, você não vai encostar nela essas mãos imundas. Isaura: Não é preciso que me toquem, meus senhores e senhoras, me desculpem! O que este homem diz é verdade. Eu sou... uma escrava! Multidão: Uma escrava! Narrador: Ajudados por algumas senhoras, Álvaro e Miguel socorreram a pobre moça. Martinho seguia o grupo e espiava de perto, com medo de perder a presa. Moça 1: Que tal o escravo da escrava? Com que cara não ficou o pobre homem! Moça 2: Não sai perdendo! Vai ter o mesmo tempo mulher e cozinheira... Narrador: Martinho exigia a entrega de Isaura. Álvaro, porém, se declarou fiador da escrava, prometendo entregar a cativa para o dono. Martinho quis insistir, mas foi vaiado e desistiu. Martinho: Ah, malditos! Querem me roubar! Meus cinco contos!!
Posted on: Tue, 29 Oct 2013 00:25:24 +0000

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