DEMOCRACIA E IMPRENSA Sempre entendi que a democracia é a mãe - TopicsExpress



          

DEMOCRACIA E IMPRENSA Sempre entendi que a democracia é a mãe da liberdade de imprensa. Estando ligadas umbilicalmente, uma não sobrevive sem a outra, o que é comprovado pela história de qualquer país. A história brasileira está repleta de exemplos nesse sentido, desde os tempos da censura aos livros do período colonial, passando pelo controle da imprensa na monarquia e nos avanços e recuos da censura nos tempos republicanos. Os “donos do poder” sempre viram como risco aos seus interesses a imprensa livre e daí, o recorrente uso da censura. Os coronéis da República Velha, os interventores da ditadura de Getúlio Vargas, os militares e seus aliados empresariais da recente ditadura dos generais utilizaram, cada um a seu tempo, o controle da imprensa para reprimir e calar seus opositores. Na ditadura militar, a imprensa sofreu a ação de insignificantes e medíocres censores, muitas vezes logrados pela inteligência jornalística. Lembro de O Estado de S. Paulo que, para ludibriar a censura e mostrar aos seus eleitores que o jornal estava sob uma cerrada mordaça, publicava nos espaços censurados estrofes de Os Lusíadas ou receitas de comida incompletas. Foram tempos gloriosos da resistência de escritores, poetas, músicos e compositores. Esse foi um dos momentos mais criativos da cultura brasileira, que necessitou de todo o gênio e inventividade dos seus artistas e intelectuais para exercer o sagrado direito à critica. Censurava-se com violência qualquer divulgação de idéias oposicionistas, mas não conseguia combater pensamentos e ideais de liberdade. Era evidente que a censura, como ato de brutal controle, escancarava o autoritarismo, radicalizando a política e permitindo assim o seu enfrentamento. Mas existe outro tipo de censura, invisível, de difícil combate e movida pela força do dinheiro. É a mais perigosa, pois manipula e controla consciências. O exemplo disso são os jornais que aparecem em épocas eleitorais e são distribuídos em fins de semana, todos, invariavelmente, subsidiados pelo poder público ou por políticos. Diga-se de passagem, esse dinheiro pertence aos brasileiros, arrecadado pela gulosa e escorchante carga de impostos municipais, estaduais e federais. Esse tipo de imprensa perde despudoradamente o direito à independência e à credibilidade pela sua conivência e promiscuidade com os seus agentes pagadores/patrocinadores, seja ela grande ou pequena, escrita, falada, televisada ou midiática. Existem, felizmente, raras e honrosas exceções de imprensa séria e autônoma, mas seu reverso é uma imprensa comodista e oportunista que sobrevive independente dos seus leitores e da sociedade democrática como um todo. Esta é a imprensa serviçal, chapa branca, que presta um desserviço à própria história do país. Esses pensamentos, embora amargos, vieram com a divulgação de dados preocupantes numa democracia, fatos graves que são escamoteados e minimizados pela imprensa brasileira. É a velha história do jabuti pendurado na árvore. Não pergunte como ele subiu, pois jabuti não sobe em árvore. Certamente, alguém o colocou ali. Antes do governo Lula, 499 jornais, revistas, TVs, rádios, portais e sites da Internet recebiam e sobreviviam com verbas publicitárias federais. Ao término de seu governo, o número de beneficiados pelas verbas públicas foi assustadoramente ampliado para 8.094. A justificativa até que foi razoável, e até certo ponto defensável, ou seja, a democratização da distribuição das verbas publicitárias. Mas o resultado é que torna tudo isso um perigo à democracia e paira uma pergunta no ar. Qual desta imprensa, em qualquer nível ou tamanho, estaria disposta a fazer críticas aos poderosos, ou no mínimo falar mal do governo e correr o perigo de perder a sua “galinha de ovos de ouro”. Quando, nesta continuidade petista, a presidente Dilma perde vertiginosamente pontos nas pesquisas em decorrência do movimento “vem pras ruas”, a publicidade governamental cresce na proporção inversa e os jornais ficam repletos de matérias “amigas” Essa prática não estaria contribuindo para alavancar seus índices de aprovação, equiparando-os aos antigos e espetaculares índices de aprovação do governo Lula? Será que a presidente Dilma consegue reverter essa onda, apenas usando dos velhos recursos de financiamento de mídias e de jornais? Pelas últimas pesquisas parece que sim. Para encerrar, faço questão de continuar a minha defesa intransigente do direito de crítica e da liberdade de pensamento e de expressão, mesmo daqueles que discordam das minhas opiniões. Pois mais vale uma democracia capenga e cheia de distorções, do que as ditaduras assépticas e aparentemente perfeitas.
Posted on: Sun, 01 Sep 2013 11:21:56 +0000

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