Dia do professor. E da professora também. Que neste dia - TopicsExpress



          

Dia do professor. E da professora também. Que neste dia do professor, e da professora, consigamos refletir sobre a essência desta profissão, seus embates, desafios, benefícios e entraves. O que é ser um professor? Quem forma ou que forma um professor? O que forma um professor é a prática, o cotidiano vivenciado na escola, com suas turmas, colegas, equipe pedagógica e diretiva, a pesquisa sobre a prática, a prática qualificada pela pesquisa. O que também forma um professor é sua participação nas causas de seu tempo, nas lutas de sua categoria e de sua classe. O que forma um professor é também o que forma um sujeito autônomo e emancipado: a práxis. E o que é ser um bom professor? sua coleção de títulos ou lista de itens acrescidos no currículo lattes? Aquele que cumpre a sua jornada dia a dia deixando em dia seus registros? Aquele que preenche formulários, planilhas, relatórios abastecendo o “sistema”? Aquele que reprova em massa seus incompetentes alunos? Aquele que está sempre disponível à equipe diretiva e não reclama nunca da sobrecarga de trabalho? Aquele que não entra em conflito com ninguém pois não questiona, não provoca, não se inquieta, não desassossega? Este bom professor, talvez, esteja chapado de antidepressivo e rivotril (um dos remédios mais vendidos pela indústria farmacêutica no BR e, provavelmente, um dos mais consumidos pela categoria dos professores, insones, estressados, frustrasdos, cansados). Um bom professor não se faz sozinho, trancafiado no quadrado de seu gabinete de pesquisa. Um bom professor dialoga, troca, aprende, interage, erra e aprende com seus erros, modifica sua prática pois ninguém nasce professor, a gente se torna. E ao se tornar, nunca estamos prontos, estamos sempre em constante construção. Neste processo, alguns tijolos e pedras se assentam com o amálgama da experiência. O tempo vai esculpindo esta construção paradoxal em permanente ruína que ao desconstruir embeleza e, ao refazer, engrandece. Que os formulários, planilhas, relatórios, carimbos e assinaturas não capturem o tempo de planejar boas aulas e de encontros presenciais autênticos e engrandecedores; Que o número de turmas em excesso não nos intimidem em lutar por qualidade pois educação não se faz apenas com números e estatísticas, nem tampouco com cifrões (embora sem eles as coisas ficam bem mais difíceis); Que os elogios não nos envaideçam a ponto de cegarmos para aquilo que precisamos melhorar; E que as críticas não nos enfureçam a ponto de não conseguirmos mais observar o lado bom das coisas. Que nosso narcisismo não suplante nossa humildade pois “ensinando, aprendemos e aprendendo, ensinamos”. Que a falta de compreensão sobre a nossa jornada extraclasse, sobre o trabalho oculto do professor, impossível de ser mensurado em formulários, não nos desanime. Eu quis e escolhi ser professora. De Filosofia. Isso é bem importante. Não fiz desta profissão um bico ou uma escolha ao acaso. Não fiz este concurso apenas por ser um “emprego que paga melhor”. Levo muito a sério tudo o que faço, a sério não quer dizer sisudo, mas comprometido. Abraço fraterno. Seguimos dialogando, Muito obrigada a todos e a todas que, nas trocas diárias, me ajudam a ser uma pessoa melhor e, consequentemente, uma professora melhor. Andréia Meinerz
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 22:23:30 +0000

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