ESCLARECIMENTO SOBRE O BOATO DO “SEQUESTRO” DO ÔNIBUS DA NOIVA DO MAR Vimos, através desta relatar um fato ocorrido na cidade de Rio Grande na última quinta-feira, 20 de junho de 2013, dia de manifestações em todo em Brasil por melhorias no transporte público, entre outras reivindicações. Por volta das 23h e 30min, após a manifestação que ocorreu pacificamente, várias pessoas esperavam o ônibus na Praça Tamandaré. Os painéis televisores informavam que haviam ônibus disponíveis, no entanto percebemos que não havia circulação de ônibus. Buscamos informação nas instalações da empresa, que estavam fechadas, ligamos para a empresa e ninguém atendeu. Havia apenas um ônibus estacionado próximo a Abrigolândia com uma motorista (única da Noiva do Mar) e uma cobradora. Elas nos informaram que as linhas haviam sido suspensas em virtude dos protestos e se prontificou a levar-nos até a garagem para buscarmos informações sobre as providências que a empresa pretendia tomar para restabelecer o serviço. Ela nos pediu que pulássemos a roleta, pois ela estaria nos dando uma “carona”. Cerca de 8 pessoas entraram no ônibus, e a motorista circulou no entorno da praça, recolhendo outros passageiros, dentre estes alguns estudantes e trabalhadores. Ao todo, cerca de 15 pessoas embarcaram. Chegando lá estávamos sendo aguardados por um grupo de empregados da empresa, uniformizados, e o BOE- Batalhão de Operações Especias. Alguns empregados invadiram o ônibus pela porta da frente, nos agredindo com barras de ferro, nos chamando de sequestradores, enquanto outros desferiam chutes e socos contra o ônibus. A polícia, que entrou no ônibus pela porta central, nos informou que haviam sido chamados pela empresa devido à uma denúncia de sequestro. Descendo do ônibus, procuramos esclarecer o ocorrido com o BOE e com os empregados, e novamente fomos ameaçados, ofendidos e alguns foram agredidos a socos e pontapés pelos funcionários. Dentre os passageiros, uma menor, que sofreu inúmeras agressões. A fúria dos funcionários só foi controlada com a chegada de um advogado, chamado por um dos passageiros. O advogado exigiu que o BOE escoltasse o ônibus, levando todos, com segurança, ao seu destino. Estes foram os acontecimentos no encerramento da noite de manifestações. Ainda estamos nos questionando sobre o que ocorreu, e as relações de poder que estavam e ainda estão em jogo. Enquanto são tomadas as devidas providências legais, fica à comunidade a reflexão: que tempos são esses que estamos vivendo, onde trabalhadores são agredidos por trabalhadores, sendo que deveríamos estar todos lutando do mesmo lado? Assinado Passageiros do ônibus 1148.
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 04:06:37 +0000
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